sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Sobre vovós e eu...

Eu nunca tive uma avó daquele tipo “Dona Benta”, que usa óculos redondos, faz tricô e excelentes quitutes. A minha avó paterna se um dia soube cozinhar esqueceu faz tempo como se faz e a outra, bem ela dizia que já tinha cozinhado a vida inteira, se quiséssemos comer que fossemos fazer algo, sempre achei justo.

A vovó paterna é uma pessoa complicada, diria complexada talvez. Uma daquelas mulheres que abdicou a vida em função de marido e filhos. Ela me faz pensar se tinha desejos e sonhos que acabou deixando para trás, em que ponto ela decidiu – se é que teve opção – viver a vida do cônjuge ou ainda se ela tivesse a chance de voltar, o que mudaria?

Ao mesmo tempo forte e frágil. Meus pedidos de neta sempre foram atendidos, os dos seis filhos também. Filha de retirante com pai desconhecido, vítima de preconceito desde a infância. Um só irmão, travesti, faleceu de AIDS. Nunca tive contato com essa parte da família, acho que ela nunca fez questão de manter o contato com a história dela. Nela, vejo ainda uma inversão de valores, de alguém que não teve nada e hoje se apega aos bens materiais, alguém que presta atenção na vida alheia porque já foi vítima dos olhares maldosos dos “vizinhos”.

A vovó materna é dos meus exemplos de vida. Nada, absolutamente nada, abalava seu bom humor, nem mesmo quando ela teve que retirar 20 cm do intestino ou quando acordou de outra cirurgia e recebeu a notícia de que em função da gravidade do câncer, seus dois seios tiveram de ser retirados. “Não usava para nada mesmo, joga pro gato”, foi a frase dela para o médico. Na operação do intestino era tempo de Copa do Mundo, ela mandou pendurar uma bandeira do Brasil na porta do quarto e convidava os enfermeiros para assistir os jogos com ela.

No centro de Macapá não havia quem não conhecesse a “Tia Zinha”, a “Dona Zinha”, a “Velhinha” e mais um monte de apelidos. Eu mesmo conhecia por “vovó Maria”, minha e de mais 14, mãe de seis. Filha de português com cearense, nunca teve muito dinheiro. Trabalhou a vida inteira, foi telefonista daquele tempo que tinha que ficar trocando cabos. Casou muito nova com um jovem subversivo, largou a família, mudou de cidade, ficou viúva dez anos depois, casou-se de novo com o irmão conservador do subversivo e divorciou-se.

Minha vovó fumava e gostava de uma cervejinha de vez em quando, mas parou com os dois quando veio a primeira cirurgia. Ela virava a noite jogando buraco e domingo era dia do dominó. Desbocada como só ela, brincava com todo mundo, na verdade acho que ela mais crianças que a gente as vezes. “Não liga minha filha, sua mãe sempre foi rabugenta, parece mais velha que eu”, era o que ela me dizia quando minha mãe brigava comigo.

Vovó me ensinou que todo mundo é igual e merece o mesmo tratamento, seja lá qual posição social ocupe. Faleceu ano passado, com 80 anos. Diz minha mãe que o problema dela foi ter se aposentado, ela era ativa demais para ficar em casa vendo a vida passar.

Nunca tive vovós “Dona Benta”, mas tive dois exemplos bem melhores.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Crônicas de uma noite (quase) inesquecível!!!

Sabe aquelas histórias dignas de “Sexy in the City”? É, essas que a gente não sabe se chora ou se morre de rir. Então, coisas que acontecem com mulheres, coisas que mulheres que contam, coisas que a gente precisa compartilhar. Passei o fim de semana no Rio e escutei uma dessas que já vem até em forma de crônica, não precisa nem pensar.

Começa assim: Menina sai de casa para se divertir na noite carioca. Acompanhada da prima, vão a uma balada desprentensiosamente. Lugar quente e público ruim. Lá pelas tantas vem um maluco:
- Vocês já vão embora? Já para casa?
- Sim, vamos embora, está muito calor e vamos comer em algum lugar! Mas o carinha insistiu - - Posso acompanhar?
Ele não era nenhum moreno, alto, bonito e sensual, mas também não era feio, podia ser inteligente e bom papo, quem sabe se tornar interessante...
-Pode!

Acham um restaurante legal, entram, sentam e vem aquela conversa mole dos que acabam de se conhecer. E começam as perguntas
-Quantos anos você tem?
- Tenho 28!
Primeira bola fora, o nariz do rapaz quase cresceu na hora. A carinha de baby denunciava a falsa data de nascimento declarada.
- O que você faz?
- Trabalho na contabilidade de uma rede de supermercados e faço contábeis
Yei!!!! Vamos confessar, não foi das mais empolgantes respostas, ainda mais considerando que a garota em questão tem duas graduações, 30 anos, mora sozinha, fala duas línguas... Mas a conversa continua, o rapaz é encurralado e confessa - até justifica- suas “mentirinhas”. Tinha 25 anos.
- Pô, fiquei com vergonha!
- Tudo bem, tudo bem. O que você gosta de fazer?
- Pô eu gosto de ficar no MSN e no Orkut!
Oi, isso é sério? O cidadão falou isso mesmo?

Muito calor, muito, muito calor e a prima começa a sentir os efeitos de não ser carioca.
-Vou embora!
A garota decide ficar, tem apoio da prima. A conversa continua, ninguém estava fazendo nada mesmo, rolam uns beijinhos, o cidadão descobre todas as qualificações profissionais da garota, incluindo ex-professora de inglês do Brasas- detalhe importante para os próximos episódios da história.

O nosso protagonista nos surpreende a cada episódio. Nesse momento ele virara fã da nossa garota, a cada frase que ela soltava, ele respondia com uma cara de surpresa e um “Caraalhooo!”. Além de tudo, o mocinho é atrevido, ele questiona se a idade faz realmente diferença, que pode ser só um preconceito bobo, que ele faz e acontece. Ela aceita o desafio dele, o destino: um motel.

Desceram a rua dos “pulgueiros” da Lapa. A cena: ele entrava, perguntava o preço e dizia:
- Vamos embora!
Assim, perseguiu umas quatro casas, até a escolhida.
-A suíte custa R$ 59, você tem a metade para dividir?
Ela pensou se ele efetivamente estava pedindo a di-vi-são da conta do motel. Bom, pelo menos honesto ele foi. Já estava ali mesmo, no alto dos seus trinta anos se deu ao direito de fazer bom uso da independência feminina.
-Tudo bem, eu tenho!

O pagamento da suíte era antecipado. O quarto ainda estava sendo limpo. Foram esperar na ante-sala, a TV exibia um filme legendado desses clichês da madrugada.
- Você consegue entender o que eles falam?
-Sim!
-Caraaaalhoooo!

Estava ficando meio cansativo a brincadeira, mas o pior ainda viria. Entraram no quarto.
-Não tem camisinha!
- Não, não tem!
Ela esperou que ele resolvesse, mas a falta de atitude irritou.
- Querido vai pedir vai!

Parece que tem hora que é preciso ensinar tudo, enfim problema solucionado. O clima começou a esquentar.
-Posso te fazer um pedido?
MEDO, mas tudo bem
-Pode!
Ele enrolou, olhou para os lados, pensou e finalmente soltou.
-Dá um gritinho EM INGLÊS quando eu estiver lá?

Peloamordequalquercoisa da onde essa criatura abominável saiu? Nossa garota riu e negou a solicitação. Devia ter gritado “I hate freak men!!!”

Já de manhã, hora de ir para casa. Segundo relatos, a noite foi boa, o rapaz até tinha cumprido sua palavra de ser bom na brincadeira. Mas como o fundo do poço não tem limites...
-Pô, tem R$ 4,50 para pagar a camisinha?
Deixo as próximas interjeições a cargo dos leitores..

Ela deu os R$ 5 da camisinha para o individuo. Na hora da despedida nada de trocar telefone, nossa garota cortou logo a história. E no fim, nossa heroína - sim, depois dessa ela é nossa heroína- segue para casa, passa na padaria leva o pão, acorda a prima:
-Senta aí que eu vou contar!

Sabe “Sexy and the City”? Eu diria que essa noite daria um ótimo episódio, fica a dica! História verídica, eu juro. Até porque mulheres não têm lá muito orgulho de contar coisas assim, mas o fazem para o bem do público feminino. Puro altruísmo! Todo mundo precisa saber que a falta de noção masculina ultrapassa toda e qualquer barreiras. Será que as mulheres que são exigentes ou é o mercado que não atende as necessidades? Think About! Mas sem gritinho in english.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Desculpe-nos o transtorno

Quando se tem um governador que está mais para secretário de obras ou de trânsito, trafegar pela cidade fica um pouco complicado. Em Brasília, atualmente, não há um caminho que se faça que não encontre tratores, homens e lama- muita lama - porque estão construindo alguma via ou viaduto que vai de não sei onde pra não sei onde.

Melhorias são bacanas, mas que tal fazê-las de modo planejado? Sim, porque por mais que não tenhamos engarrafamentos como os de São Paulo, o trânsito por aqui não é tão simples, a frota aumentou muito nos últimos anos e não dá pra sair por aí interditando um monte de via todas ao mesmo tempo.

Epia e Eptg em reforma ao mesmo tempo foi a idéia mais imbecil que eu vi nos últimos tempos. Como se não bastasse, temos ainda os novos acessos da L4 para a L2 e em breve teremos as vias secundárias na asa norte. Esse é o projeto mais esquisito, desistiram da ponte e resolveram fazer um monte de curvas que ligam lago norte e sobradinho à asa norte e a outros lugares. Se cumprirem o cronograma das obras é melhor que todos comprem logo suas bicicletas porque a asa norte vai entrar em colapso com tanta obra!

O maior orçamento do governo do Distrito Federal é destinado hoje à propaganda e à construção de placas: “Desculpe-nos o transtorno, estamos trabalhando para você”. Não vou entrar no mérito do dinheiro gasto em publicidade, muito menos pré ano eleitoral, mas o excesso de obra me cheira ao famoso slogan de Maluf “rouba, mas faz”.

E vocês leitores? O que acham? Ano eleitoral, vamos pensar! Fica a dica!

domingo, 1 de novembro de 2009

Um ano!

12 meses, 52 semanas, 365 dias, 8760 horas e eu escolho o feriado pra ficar doente. Minha cabeça peça aproximadamente uma tonelada nesse momento, abaixá-la então nem pensar, volto com uma dor horrível. Meus ouvidos doem. Meu nariz dói, respirar anda sendo um exercício complicado. O diagnóstico? Sinusite, as usual!

Um pacote de lenços, anti-gripal, soro hipertônico, remédio para febre e o controle remoto da televisão. Pronto, cenário armado e a dona gripe pode se instalar. Pena que isso só durou algumas horas, já que precisei ir trabalhar, nada de atestados médicos durante o meu estágio probatório, a menos que eu esteja com o pé na cova!

E a semana passou, a gripe melhorou, mas não o suficiente para me deixar curtir o meu feriado em paz. Ainda estou na preguiça de quem toma remédio e só quer dormir. Não fui visitar à praia com as minhas amigas, nem mesmo fui à Goiânia, última opção dos brasilienses que querem viajar, mas estão desprovidos financeiramente.

Um ano inteiro e a maldita sinusite me ataca praticamente no último feriado do ano. Nem estudar eu consigo desse jeito, mina vista se cansa, cabeça dói e a preguiça toma uma larga proporção. Um ano inteirinho.Oh vida ingrata!



terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sapatos!


Venho declarar meu amor à sapatos. Sim, porque eles ocupam o único lugar organizado do meu guarda-roupa e freqüentemente determinam a roupa que eu vou vestir. Scarpins, chanéis, sandálias, sapatilhas, havaianas, rasteiras, saltos altos, baixos, bicos finos, redondos, quadrados, tanto faz, adoro sapatos! E adoro mesmo! Acho que jeans, camiseta branca e o sapato certo fazem toda a diferença!


São meu ponto fraco! Meus sapatos são organizados por tipos, todos em suas respectivas caixas com etiquetas na frente para que eu possa saber quais são. Ah sim, na identificação vem o modelo, a cor, a marca e até se é confortável ou não. Adoro tanto comprar sapato, que minha mãe uma vez decretou que se eu comprasse mais um teria que descartar algum, confesso que diminui o ritmo depois da imposição dela!

Não sou restritiva, tenho sapato de todo canto, shopping, feiras, tanto faz, se achei bonito compro! Shutz deixam meus dias mais felizes e meus pezinhos confortáveis, mas meu bolso bem triste. Ainda não cheguei nas grifes internacionais, mas acho que é só porque meu salário também não está pronto para suportar as taxas de câmbio e taxas de importação. Quem sabe um dia um Jimmy entra na minha sapateira!

Minha coleção não está nem perto do número ideal, faltam muitos pares ainda, mas agora que sou concursada assalariada tudo tende a melhorar, minha mãe que não me escute! Não me culpem, posso ser fútil às vezes, afinal venho declarar só o meu amor à sapatos!

domingo, 25 de outubro de 2009

Mais um do tema...

Não sei quem foi que disse que para ser feliz é preciso ter marido, filho, dois cachorros, um periquito e uma casa de portão branco. Eu detesto passarinhos barulhentos e acho que cachorro da muito trabalho. Ah e portão brando é so last week...

Assisti outro dia “Ele não está tão afim de você”, falavam tanto no filme e eu não achei nada demais. Passam o filme todo desconstruindo o conceito de que homens maltratam as mulheres porque ama e não sabem expressar sentimentos, então no fim me vem com aquele papo de exceção e casamento! Ah tem dó, terminei de assistir com a certeza que “mulher gosta mesmo é de se iludir” e não tem jeito.

Não sou tão pessimista em relação aos homens, mas acredito na explicação do tal lá do filme, o cara quando quer dá uma de Orfeu e vai até o inferno atrás da mulher amada. Para mim se o cidadão ta enrolando é porque não gosta, mas também não vai terminar porque prefere deixar a garota lá de garantia, manter o banco de reservas, ou como quiser chamar.

Ando meio cansada do tema homens x mulheres, mas esse fim de semana resolvi fazer um apanhado de opiniões. Assisti a uma peça, “Complexo de Cinderela”, que trouxe uma idéias boas. Como a classificação que damos aos homens, àqueles para casar, para ficar, para dar e para manter distância. Mas a idéia principal da peça é que não adianta se isolar do mundo esperando o príncipe encantado que ele não aparece.

Assiti também um documentário bem bacana, "Pro dia nascer feliz", sobre a realidade escolar. Me chamou a atenção uma garota de uns 15 anos, super inteligente, considerada nerds, que falou chorando sobre os namorados- ou a falta deles. Ela se perguntava se o problema era com ela, se era porque estudava demais, porque era boa demais, se os meninos tinham medo de se aproximar. A frase dela foi "será que eu estou sendo menos mulher?". Pelo amordeDeus, quem disse que mulher tem que ser burra??? Ela tem que ser o melhor possível e se o cara tem medo é porque não a merece e ponto, não deixa de ser mulher porque é uma excelente engenheira!

Acho que é preciso sair desse sonho barato de que a vida só é feliz quando tudo cabe no quadradinho convencionado. As famílias de hoje não tem mais a mesma configuração, a “mulher do meu pai” pode ser uma excelente amiga, assim como eu posso amar o “filho do meu namorado”. Ninguém é obrigado a acertar de primeira. Agora ficar batendo cabeça com o fulano ninguém merece.

Mulher não é capaz de sentir mais dor, nem tem vocação para sofrer, é tudo conversa. O importante é saber admitir o fim, chorar litros, se acabar e levantar de novo. Saber ser feliz sozinha e principalmente saber iniciar novas histórias. Aprender que viver em quadradinhos é so last week...

domingo, 4 de outubro de 2009

Madrugadas...

Às 5h da manhã pode ser hora de dormir. De chegar em casa, de estudar, de trabalhar, de namorar. Pode ser a hora de fazer as coisas aconteceram ou apenas mais uma mera horinha de sono. Na última semana, foi minha hora de me despedir.

Quem gosta das manhãs é porque não conhece a magia das madrugadas. Quando me descrevo, digo logo que tenho hábitos noturnos, mesmo que não seja lá tão socialmente aceito. Na verdade, se eu não tivesse tanto medo de morcegos acho que viveria bem na rotina deles. Madrugadas são inspiradoras.

Às 5h da manhã pode ser o ápice do meu desempenho intelectual, posso ler por muitas horas, posso escrever mais ainda. Durante a noite não tem buzina na rua, telefone tocando e gente chata atrapalhando. O sono chega quando o sol nasce. Tudo é muito mais feliz quando posso acordar às 11h.

Às 5h pode ser minha hora de ter medo, de sentir saudade e de recomeçar. Por ser tão difícil acreditar, prefiro encarar o dia seguinte tendo a certeza de que outras madrugadas virão. Ás 5h da manhã pode ser minha hora de simplesmente sonhar...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Namorado!

Ele chegou quando ela nem mais acreditava que poderia ter alguém assim. Andava machucada e com vontade de se esconder do mundo, mas ele chegou assim, como quem não quer nada, como quem tem o timing perfeito da vida.

Na sua mais absoluta falta de confiança, ela achou que jamais poderia ter qualquer coisa dele, muito menos um relacionamento. Para ela, ele era só um carioca descolado tentando achar uma paquera interestadual e passaria como uma chuva de verão. Ela se enganou.

Ele chegou como quem chega na contramão, provando que tudo poderia ser diferente. Mérito dele, muita dedicação, ligações, mensagens, emails e a música que foi o que uniu os dois. Ela foi colocada na vida dele. Ele reservou um espaço que ela não estava acostumada a ter na vida de ninguém há muito tempo.

Ela se assustou. Ela sempre teve medo de se entregar e mais ainda quando ele estava a quilômetros dela e o que se sabia era muito pouco e o risco de dor muito alto. Foi convencida, sentiu falta e viu que ela já gostava dele, mesmo tentando encarar a situação com racionalidade.

Descobriu que não sabe lidar com as sutilezas de uma “vida a dois”, mas a possibilidade de perder a fez querer aprender. Passou por provas, ficou nervosa, chateada, tensa, teve DR e tudo que um namoro tem. Ele também teve seus pormenores. Ela é só uma garota tentando virar de vez uma mulher.

A essa altura viu que já não podia correr, mais ainda, que não queria fugir como sempre fazia, porque agora ela namorava e gostava de como isso soava. Ele fez com que ela mudasse, que se entregasse, que voltasse a acreditar. Ele veio como quem tem o timing perfeito da vida.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Me IRRITA! - parte 2

Mais uma da série “O que me irrita”. Então, cachorro me irrita, mais especificamente cães de pequeno porte. O diabo do bicho não serve para absolutamente nada, não guarda nem caça, só serve para fazer barulho e muito. Aquele latido estridente e continuo que é capaz de tirar o juízo de alguém.

Mais do que os pequenos cães, os donos me irritam. Nossa Senhora da Falta de Senso! Uma manhã dessas, estávamos eu, meu livro e um chocolate quente em um café da cidade. Eu ali, amando minha leitura, minha paz, uma cena quase bucólica, quando de repente chega um monstro por nome “Beca” e sua dona. Como um maldito poodle faz tanto barulho???

A falta de senso já começou na chegada, a dona queria que uma das garçonetes segurasse a monstrinha enquanto ela ia escolher o pedido dentro da loja. Ah se fosse comigo eu respondia na lata: “Senhora, minha remuneração não inclui serviço canino!”.

Enfim a dona amarrou a cachorra em uma pilastra e entrou no café. Pronto foi o maior escândalo de todos os temos, nunca achei que um latido pudesse ser tão alto. À essa hora nem a mais concentrada das criaturas conseguiria ler. Desisti do meu livro e fiquei assistindo a confusão da cachorra.

Eu, a moça da mesa ao lado e as garçonetes, todo mundo se entreolhando. Na verdade, apostando para ver quem matava a poodle dos infernos primeiro, e nin-guém no mundo poderia culpar, porque o latido era enlouquecedor. Ah esqueci de dizer que velhinha, dona da Beca, estava acompanhada de outra senhora com outro poodle, e eles não podiam ficar juntos, imaginou o caos???

Eu sei que as garçonetes tentaram acalmar a criatura canina, a moça da mesa ao lado se irritou e pediu silêncio para a cachorra de uma forma bem educada: “Cachorra você vai apanhar”. Mas nada abalou a Beca e sua dona.

Enquanto ela comia, a cachorra latia porque queria participar da divisão das empadas. Depois a dona foi pagar e Beca latia sentindo a distância. Enfim, a maldita não parou e mesmo quando foram finalmente embora, eu ainda podia ouvir o cão latindo do outro lado da rua. Sério, coitados dos vizinhos da poodle. Numa boa, para que alguém tem um poodle???

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Fica mais complicado

Não sei se a gente cresce e fica burro, ou se crescemos e ficamos mais inteligentes e por isso complicamos tudo. Lembra quando tudo era simples? Víamos o garoto, a mão suava, a barriga doía e só enxergávamos ele. Ah e éramos capazes de morrer se ele ficasse com outra, mas também abaixávamos a cabeça se ele nos olhasse. Tudo era uma questão de sim e não, sem talvez, sem procurar defeito.

Antes era gostar e pronto era aquilo, sem dúvidas, sem dramas. Mas de repente tudo é muito mais complicado. Aprendemos a fazer uma tabela mental para tomar decisões, pensamos nos prós e contras e ficamos medrosas. Eu mesmo sou a rainha da avaliação, penso tanto que me canso as vezes, escolho critérios, imponho restrições, eliminações e classificações.

Eu tenho medo de sofrer, de insistir onde não devo, de me declarar e não me venha com o papo de “o não você já tem”, que não é simples assim. Sei que não tenho o controle de nada e o que o dono dos acontecimentos é o tempo, mas gosto da falsa sensação de que eu decido a minha vida, ou pelo menos tento, tomando as melhores decisões – ao meu ver.

Antes a gente só queria passear de mãos dadas, uns beijinhos. Agora tem que pensar no futuro do cara, em como ele trata as pessoas ao redor dele, se daria um bom pai, um bom marido, se está disposto a crescer com você, se não é machista, se gosta de você o suficiente e o mais importante se você gosta dele o bastante.

Não sei mesmo se gente grande é esperta, mas sei que a mudança que ocorre entre infância e vida adulta é a quantidade de “medos”, “talvez” e “se” que aparece nas nossas cabeças. Acho que a gente cresce e fica burro, quem sabe.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vale a pena

O trabalho das estilistas da marca brasiliense "Se Essa Roupa Fosse Minha" merece muita atenção. Não entendo de moda, mas entendo do que eu usaria e as coleções delas tem sempre um toque de simplicidade e muito bom gosto. Ah e as donas da marca, Romilda Gomes e Priscila Bosquê, são umas fofas. O trabalho merece ser visto!
Mulheres, as roupas são sensacionais! http://www.seessaroupafosseminha.com.br/

Segue a matéria que fiz sobre o desfile na mostra de moda da cidade!

Beijoss
Tati

Se Essa Roupa Fosse Minha

A marca Se Essa Roupa Fosse Minha encantou o público e trouxe uma reflexão para a passarela: O que fazer com o tempo?. “Temos cada vez menos tempo e não há como recuperá-lo”. A frase da veterana de Capital Fashion Week, Romilda Gomes, defini o tema do trabalho, junto com a sócia Priscila Bosquê, apresentaram a coleção intitulada Tempo Real.

A inspiração para a definição do tema da coleção veio da inquietude das estilistas com a falta de tempo da sociedade moderna. “Tentamos sempre trazer como tema algo que está nos angustiando, dessa vez foi o tempo. O tempo age sobre todos nós e cada vez temos menos tempo, temos que priorizar o que fazer com ele”, explicou Romilda. Durante o desfile, um vídeo com cenas de uma grande cidade foram exibidas no telão. O filme mostrava o trânsito caótico e o corre-corre de uma metrópole.

A marca existe há quatro anos e desfilam pela quinta vez no CFW. "Além de sermos sócias, somos amigas e nosso trabalho está sempre se modificando, nosso trabalho está sempre amadurecendo", explicou Romilda. As estilistas contam com o apoio do Sebrae e do CDT Unb. “Tivemos ótimos parceiros, sem eles não seria possível fazer o desfile por mais que tivéssemos muita vontade”, agradeceu Romilda. Para elas mostrar o trabalho no evento é uma ótima vitrine. “O CFW é um excelente parceiro nosso e sempre nos apoio muito”, contou.

Os assessórios utilizados no desfile são da design Andréia Tibério. "Ela foi ótima, fez tudo do jeito que a gente queria, ela tem uma sensibilidade incrível para entender a nossa proposta", disse Romilda. As duas contaram ainda que são envolvidas com tudo que é ligado à moda, além de estilistas são professoras do curso de moda de uma faculdade e produtoras. “Não conseguimos separar muito bem as áreas”, contou.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

My first!

Eu sempre fui meio atrasada, na verdade aprendi depois de alguns anos que para mim não adianta tentar apressar as coisas, a minha vida tem um tempo só dela. A vantagem é que alguns acontecimentos se tornam especiais exatamente por chegarem na hora certa. Assim foi o meu primeiro beijo, nem vou contar quão velhinha eu era, ninguém sabia que eu nunca tinha beijado.

Sempre fui atrasada, mas bem espertinha, logo não ia me entregar assim. Minhas amigas todas, ou quase todas, já tinham ficado e uma ou outra até namorado. Se eu falasse ia virar o centro das atenções e desde novinha sempre preferi a esfera privada. Eu vivia bem com os meus medinhos e inseguranças, não precisava da pressão alheia.

A graça é que meu primeiro beijo nunca soube que era “meu primeiro”, por mais desajeitada que eu fosse. Éramos amigos -ainda somos - e o nosso grupinho nos via como um potencial casal, acho que começamos a acreditar e a gostar da brincadeira. Era tudo tão amorzinho de infância, com todos os desencontros, sendo que ele já tinha piriguetado (não sei se o termo se aplica a nossa idade da época, mas...) pela escola e eu não.

Eu lembro como se fosse hoje, ele tinha tudo tão planejado, eu vi tudo e me deixei ficar completamente vulnerável (antigamente eu era mais mulherzinha e era fácil fazer isso). No dia D, nós fomos fazer prova às oito da manhã em um shopping, a escola toda. Ele chegou lá com uma caixa na mão, o que aguçou a curiosidade do público, mas ele não revelava o conteúdo por nada.

Depois da prova ficamos para o cinema, não mais que de repente eu caí (ou fui jogada) pro lado dele. Eu sabia onde chegaria e estava completamente nervosa, já tinha chegado no quase algumas vezes com ele, já tínhamos até feito papel de cupido – muito eficiente, por sinal- para outro casal. Fiquei ali, esperando, passiva, até que ele me revelou o conteúdo da tal caixa, era uma rosa -pausa para o suspiro! Não, eu não gosto de flores, mas dessa eu gostei. Lembro que me engasguei na hora de agradecer, a voz tremeu e eu a guardei – até hoje ela existe.

Não consigo medir o tempo entre pegar a rosa e sentir a boca dele, mas lembro de todas as sensações. Me senti desajeitada, com medo que ele descobrisse que era meu primeiro, uma hora eu sentia frio, dois segundos depois estava suando, tudo tão misturado que eu já nem sabia se estava gostando ou não. Depois as sensações físicas, língua, boca, o abraço, era muita coisa passando pela minha cabeça.

Eu lembro até das nossas roupas no dia. O mais divertido do meu primeiro beijo é que foi seguido de ligações, presentinhos, cartinhas e coisas legais na escola. Até eu estragar tudo. Sim, eu aprendi que só me ferro em relacionamentos bem cedo. Quando veio a proximidade do namoro eu fugi, arrumei mil e um defeitos, dei uma desculpa qualquer virei de costas e fui embora.

Ele nunca entendeu e me perguntou anos mais tarde, eu enrolei mais uma vez. Ele gostava de mim e eu dele, essa era a verdade, mas eu era menina demais pra entender o que estava acontecendo, por mais que me achasse a mais emocionalmente inteligente de todas. Era só uma adolescente medrosa que fugiu feito ratinho quando a coisa ficou séria. Me arrependo e faria sim algumas coisas bem diferentes.

Foi junto com o meu primeiro beijo que veio a primeira crise de ciúme, a primeira DR, as primeiras mensagens de madrugada, as primeiras arc inimigas. Aprendi muita coisa com ele e sei que ele comigo. Temos uma ligação especial, uma amizade bacana, torcemos um pelo outro, apesar de hoje termos rotinas completamente separadas. Mas ele ainda não sabe que foi o meu primeiro, nem sei se um dia vai saber.

A verdade é que eu me sinto bem sortuda porque meu primeiro beijo foi bem do jeito que tinha que ser, com meu atraso recorrente e absolutamente perfeito.

sábado, 11 de julho de 2009

Vai sim, vai ser sempre assim

Saudade vem sem avisar, sem aviso-prévio, sem perguntar se é a hora certa ou ainda se estamos prontos para aguentá-la. Saudade não se importa com os erros do passado, se estamos prontos para perdoar, se é tempo de seguir em frente, ela simplesmente aparece. Surge nas horas mais impróprias, bem naquele momento em que você achava que estava tudo bem e que finalmente tinha parado de doer.

De repente vem a falta. A falta que ele te faz, a vontate de ter por perto, as lembranças dos momentos bons e até dos ruins. O riso frouxo, as lágrimas soltas, a raiva da saudade que nem mesmo deveria ser sentida. Dois passos a frente e se sente que andou para trás, porque por hora parece que nada foi o sufiente. As horas em profunda reflexão pensando que tinha mesmo que colocar um fim são perdidas.

Não o esqueceu, ainda quer ele ali, para ouvir seu dia, para tentar resolver os problemas que você nem quer solucionar, ainda quer ser mimada, ainda quer se sentir especial. Não o perdôou, não apagou os acontecidos, não pretende adminitir, ou confessar, não quer mexer com o passado. Mas ela vem sem avisar e se instala, saudade vem sem aviso-prévio.

"Vai sim, vai ser sempre assim
A sua falta vai me incomodar,
E quando eu não agüentar mais
Vou chorar baixinho, pra ninguém ouvir.

Vai sim, vai ser sempre assim,
Um pra cada lado, como você quis
E eu vou me acostumar,
Quem sabe até gostar de mim.

Mesmo que eu tenha que mudar
Móveis e lembranças do lugar,
O meu olhar ainda vê o seu
Me devorando bem devagar.

Vem, que eu ainda quero, vem.
Quando menos espero a saudade vem
E me dá essa vontade, vem
Que eu ainda sinto frio
Sem você é tudo tão vazio
Vem me dar essa vontade,

Vem que esse amor ainda é meu.
Troco todos os meus planos por um beijo seu
E essa noite pode terminar bem"

(Eu Espero- Luiza Possi)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Gone too soon

Tenho choro fácil. Sou dessas que choram até em inauguração de supermercado. Não precisa de quase nada pra me levar as lágrimas, me emociono muito facilmente, é só eu ver alguém chorando que lá estou eu engasgando. Se for alguém que gosto então já era, tenho vontade de pegar a dor pra mim, como não é possível acho que acabo compartilhando.

A minha tarde de hoje foi dedicada a assistir ao “velório” (não achei uma definição melhor) do Michael Jackson com o resto do mundo. Nunca fui super fã, não vivi os melhores anos da carreira dele, mas cresci escutando Jackson 5 e as história do excelente músico e bailarino. Crédito do meu pai, que tem a mesma idade dele e era fã da Black music. No dia da morte, foi com ele que assisti atenta às primeiras notícias na CNN.

Na tarde de hoje acompanhei apresentações lindas, achei as falas pertinentes, por vezes exageradas, mas também vi gente querendo fazer da cerimônia o próprio palco. E vi uma família, me chamou a atenção o pai sempre separado dos filhos e só se levantou quando o palestrante lhe interessava. Posso até estar errada, mas nada me tira da cabeça que Michael perdeu a sanidade em função dele.

O carinho da tia Janet Jackson com a sobrinha, com a avó e com os irmãos, isso sim foi o mais importante de tudo. “Não tinha nada de esquisito com o papai de vocês”, falou o reverendo. Alguém por um momento imaginou como anda a cabeça dessas crianças, é pai, não é pai, a mãe quer, a mãe não quer e tantas outras notícias e especulações veiculadas, cuidado mundo são apenas crianças.

De todos que se apresentaram, Jeremiah Jackson cantando “Smile” e Usher com “Gone too soon” foram os mais emocionados. O rapper foi o único que desceu e reverenciou o caixão ali colocado ao centro do palco, mas abaixo, como se fosse platéia de um espetáculo especial. Mais do que isso, o artista chorou e cantou para Michael e não para o público presente, a letra da canção que dizia “Como um pôr do sol que morre ao nascer da lua, foi muito cedo...”

A dupla Quincy Jones/Michael Jackson merece meus eternos aplausos, pelas batidas, vocais e toda produção. Como amante da dança, não sei nem descrever a destreza dos passos de Jackson. Acho que ele deu ao mundo muito pouco de seu talento musical em função de algo que lhe foi roubado e nunca mais devolvido, e ele buscou por isso a vida toda.

Ele sempre me intrigou, sempre quis saber o que realmente passava pela cabeça dele, se ele de fato abusava de criancinhas, ou se de fato nunca cresceu. As pessoas ganham sua sanidade na infância, ele nunca teve a dele. Um negro lindo que se desfigurou aos poucos, que não se aceitava e que sofria.

Tudo na vida dele sempre foi muito conturbado, as namoradas, a família, a imprensa, fica a certeza de que nem mesmo ele sabia a verdade sobre Michael Jackson. Como disse o irmão Marlon quase em desabafo, “Nunca te entenderam, mas talvez agora te deixem em paz Michael”

Como eu disse, tenho choro fácil e na tarde de hoje chorei muito e senti um pouco de pena de alguém que foi muito cedo sem mostrar todo o potencial.


quinta-feira, 18 de junho de 2009

O diploma, o cozinheiro e eu!


A duas semanas da minha formatura sou a figura do stress. Esqueço coisas, erro caminhos, nem tenho tempo para pessoas importantes. Nada de anormal, se não fosse pelo fato de exatamente dois dias antes da entrega da minha monografia o Supremo Tribunal Federal (STF) acabar com a exigência de diploma de jornalista. Seria engraçado se não fosse trágico.

São quatro anos de graduação, entre matérias de texto, teorias e a prática. Não acredito que seja um curso completo, muito pelo contrário tenho críticas severas contra a grade curricular. Por isso faço o curso de história para complementar minha formação. Mas aprendi sim a ser jornalista na faculdade, com professores e livros. E só depois o mercado concluiu minha formação.

Diferente do ministro Gilmar Mendes que me compara a um cozinheiro, faço uma comparação entre atores e jornalistas. Qualquer um acha que pode interpretar e entrar no casting da Malhação na Globo – até acho que de fato possa- mas é a formação que separa os bons dos ruins. Da mesma forma, qualquer um acha que pode ser jornalista e escrever muito bem sobre o que se propor, mas isso não quer dizer que será bom.

A discussão é acerca de quem escreve melhor e sobre o que. Para mim quem escreve melhor são os especialistas, por isso recorremos a eles. Mas a pergunta é quem será melhor entendido? Porque isso, aprendemos na graduação, a dirigir o texto ao público que deve ser atingido.

Escrever uma noticia é a menor das atividades da profissão. Conhecer a estrutura de uma redação, coordenar repórteres, encontrar fontes, identificar e hierarquizar informações. Operacionalizar a comunicação sem espaço para falhas. Ter uma visão global de uma área que esbarra no senso comum e profissionalizá-la com metas atingíveis e produtivas. Além disso, entender a função social da comunicação e trabalhar com esse objetivo. Isso sim eu queria ver um economista, um cientista político, um biólogo ou qualquer outro profissional fazer sem formação em comunicação.

Outro ponto levantado é a liberdade de expressão, que o espaço deve ser público. Não me lembro de jornalistas impedindo alguém de se manifestar, muito pelo contrário com o advento da internet a esfera pública aumenta cada vez mais. Pensando por esse lado, vamos liberar para qualquer pessoa a participação direta nas sessões legislativas, porque nada precisa ser mais público do que as decisões nacionais.

A decisão influencia o tecnicismo, a idéia do pragmatismo, na mesma linha elimina-se a importância da acadêmia no processo de formação. Minha única salva-guarda é o voto do ministro Marco Aurélio Mello, único que defendeu a obrigatoriedade do diploma. “O jornalista deve ter uma formação básica que viabilize a atividade profissional que repercute na vida dos cidadãos em geral”.

Não serão encerrados os cursos de jornalismo e as empresas decidirão sobre exigência do diploma. Mas me restam algumas dúvidas, a primeira é: o que eu faço com o meu diploma? A segunda é: E concurso público para a área? Acabou? Ou agora pode todo mundo?

Aguardo cenas dos próximos capítulos ministro. Outra pergunta: Sr. Mendes agora o senhor vai poder processar todo mundo que falar mal do senhor? Ou ainda é exclusivo para os cozinheiros da Carta Capital?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

No fim o futebol vence


Sábado é dia de eliminatória da copa de 2010. Brasil e Uruguai às quatro da tarde. Toda mulher já viveu o drama “namorada contra futebol”. Quando se tem verdadeiro horror a dita paixão nacional isso pode gerar conflitos irresolvíveis. Mas não pense que mulheres que gostam de 90 minutos de jogo fazem a briga desaparecer.

Homem tem mania de assistir a preparação, o jogo, as entrevistas e a mesa-redonda que acontece depois da partida. Não existe mulher no mundo que acompanhe isso. Até porque o mesmo ritual é usado tanto para final de campeonato, quanto para Bauru contra 15 de Piracicaba valendo a segunda rodada da Copa do Brasil (troféu toddynho).

Além disso, acompanhar o time do coração é ótimo. Mas só o calendário da CBF já é complicado, se entrar UEFA, mundial, libertadores e outras divisões ACABOU. É jogo que não se acaba mais. Campeonato brasileiro é bacana, finais dos regionais também, mas copa do Brasil, 2º e 3º divisão são terminantes proibidos, paciência tem limite.

Futebol pode ser um bom programa para domingo a tarde. Assistir jogo em bar é divertido, nem que seja só pra rir da irracionalidade masculina em frente a TV. Em que outro lugar lotado de homens você pode passar de biquine ou pelada e nenhum deles vai olhar? A única possibilidade de desviar a atenção dos indivíduos é parar na frente da tela, mas há o sério risco de ser agredida, aconselho desviar das latinhas que serão arremessadas.

Sempre acompanhei meu pai em programas futebolísticos, ele só tem uma filha teve que ser, mas a guerra se estabelece quando o jogo do dia é Fluminense x São Paulo. Não tem pai, nem filha o que vale é pisotear o torcedor do time que perde. Porque é uma parte importante e divertida da cultura da bola sacanear o perdedor.

A pelada
Mulheres não saem pra jogar futebol a semana inteira. Não tem a “pelada” de quarta às 22h, sábado a tarde e domingo de manhã. Meninas que gostam de bola, escolhem um dia e o fazem. Mas tudo bem, sou completamente a favor do futebol masculino, na verdade até desconfio de homens que não gostam do esporte. Porém que não queiram que eu fique em casa esperando partidas terminarem ou vá para arquibancada pagar de cheerleader.

Eu gosto de futebol, mas sem exageros. A questão é que para nós mulheres o melhor a fazer é se adaptar e não tentar impedir os namorados de acompanharem as partidas, até porque isso é guerra perdida. Também faz parte da cultura da bola brigar com as namoradas, esposas, filhas, irmãs...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Síndrome de Odorico Paraguaçu

Política no Brasil rende muitas histórias engraçadas, o famoso “se não fosse trágico seria hilário”. Desde os primeiros tempos de república a política se dá pelas relações clientelistas, as trocas de favores. O melhor disso é que para aparecer a galera sai por aí gastando horrores em mídia. São milhões em propaganda e festas faraônicas para as inaugurações.

De hospital a barreira eletrônica, tudo é inaugurado com pompa. Existia uma novela na globo, O Bem Amado, em que o personagem principal era o prefeito, Odorico Paraguaçu. A maior obra da autoridade tinha sido o cemitério da cidade, o desejo era claro, queria a todo custo inaugurá-lo, com toda pompa e publicidade de grande obra do governo, o único problema era: ninguém morria na cidade

Pra que um cemitério se nem defunto tem? Para os que não viram a novela, o prefeito consegue enfim inaugurar o cemitério, só que o corpo sepultado é o dele. Ironia ou não, o objetivo é atingido.

Mas a síndrome de Odorico permanece. Não vamos longe, semana passada fiz uma matéria sobre o Governador de Roraima que inaugurou a ponte Tacutu, fronteira Brasil e Guiana. O político só esqueceu de avisar a Guiana, resultado, barreira do lado de lá da ponte. Tudo que a autoridade brasileira conseguiu foi um conflito internacional e ser motivo de chacota.

Em Brasília, a capital do país, local em que as práticas políticas são mais sérias, certo? Errado. Uma breve pesquisa no Santo Google revelou tudo que o atual governador já inaugurou com direito a imprensa e festa. Alguns deles:

  • Escada rolante da estação do metrô de Ceilândia
  • Barreira eletrônica da ponte para o Lago Sul
  • Centro de Saúde do Riacho Fundo
  • Ciclovia de Samambaia
  • Novo vôo da TAP em Brasília
  • Centro Educacional 7 de Planaltina
    (entre muitas outras, foram mais de mil resultados na pesquisa....)


Publicidade é importante e até faz parte da prática democrática, mas um pouco de bom senso não faz mal a ninguém. E inauguração de praça me lembra “Taboquinha”, município de mil habitantes, com direito a fanfarra e cabos eleitorais. Sinceramente essa síndrome de Odorico Paraguaçu seria engraçada se não fosse tão trágica, tão um resgate de política interiorana, só faltam os coronéis e as putas, ou não.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Saudade amor que saudade...

Hoje pela primeira vez me maquiei para vir ao trabalho. Não porque estivesse me sentindo gente grande e tivesse finalmente admitido usar pó compacto e delineador, mas porque precisava disfarçar olheiras. Fiquei ali olhando para o espelho e fazendo bom uso do corretivo. Os olhos inchados de quem tinha adormecido chorando, um olhar de quem a saudade é tamanha que chega a doer. Lembrei dela, de todos os momentos em que esteve comigo. Tinha perdido minha tia querida.

Ela era única, pela força, pela coragem, pela doçura. Um carisma inexplicável, um abraço acolhedor. Uma das mulheres mais sedutoras que conheci, encantava homens e mulheres pela capacidade de arrebanhar pessoas pela simpatia. Professora, mãe, filha, amiga e minha tia, não por laços sanguíneos, mas por coração, porque ela me levou para a família dela, me adotou como sobrinha, porque ela era assim: coração.

Ainda acredito que Deus sabe o que faz, que era a hora dela. Uma amiga, que já viveu dor pior que a minha, me disse ontem “Daqui a pouco vão fazer dez anos, isso chega mais rápido do que você imagina”. Prefiro assim, pensar que daqui a pouco a dor passa e a saudade fica. Ela sai do mundo pra entrar em mim e nos que amou.

Fiquei ali olhando para o espelho, pensei nos primos, em como estariam naquele momento. Pensei na fragilidade da vida. Como eu poderia estar ali disfarçando minhas olheiras quando elas representavam o quão destruída eu estava. O mundo continuava a andar, o dia estava claro e bonito, mesmo que eu ainda o visse completamente cinza. Tinha perdido minha tia querida.

"....Naquela mesa está faltando ela
E a saudade dela
Ta doendo em mim..."
(Nelson Gonçalves)

Mãe!

Nunca sei o que dizer dela. Ela me tira do sério. Sabe como ninguém enfiar dedo em feridas abertas. É a única que sabe falar o que eu não quero ouvir. Me liga demais. Reclama demais. Cobra demais. Ela sabe ainda o que fazer para me desconsertar. E ela grita, céus como ela grita.

Ela tem um monte de defeitos irritantes, que se tornam mais irritantes quando vejo todos em mim. Ela torce demais. Ela se intromete demais. Ela quer saber demais. É uma fã fiel e grudenta. Ela me conhece muito mais do que eu gostaria. É impossível esconder algo dela.

Ela tem o olhar que desarma, o abraço que acalma e o melhor colo do mundo. Ela é exemplo. Ela é força. Ela é fé. Incondicional. Passional. Ela sabe fazer chorar, mas também sabe amparar lágrimas. Ela é amor demais. Ela é aquela que eu não sei descrever porque palavras são muito pouco. Ela é quem eu amo demais. Ela é a minha mãe.

Feliz Dia das Mães!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Desculpinhas ou teorias???

Nas conversas femininas por aí anda na moda a frase “Ele simplesmente não está afim de você”. Confesso que tenho um pouco de medo da afirmação, stricto sensu como sou, já acredito logo que ela é a regra e ignoro todo e qualquer sinal de um individuo, afinal “ele não está afim de mim”.

Não tenho problemas com auto-estima, até me julgo uma garota bem interessante, mais por conteúdo do que por forma, mas acho que sempre preferi pensar na pior possibilidade mais um. Desde os tempos do primeiro namorado tenho horror a ficar encontrando desculpas para falhas alheias, até porque é bem nessa hora que ficamos cega e a coisa desanda. Prefiro pontos finais.

Sou mais fã de teorias da conspiração. Nessas eu sou boa mesmo. Desacredito de tudo que ouço, acho que tudo é “papo furado”, e muitas vezes é mesmo, depende do galináceo em questão. O problema é que já irritei algumas pessoas com a minha descrença. Eu sou daquelas que precisam de provas, não declarações, ações. Em contrapartida, me vendo por muito pouco, até bombom fora de hora me convence. “Gatinha eu pago minhas dívidas”.

Gosto de me sentir presente, preciso que o sujeito me coloque na vida dele. Não preciso ver todo dia, gosto de sair sozinha, gosto que ele saia sozinho, mas se não sou a primeira a saber de algo dele, ou fico sabendo por terceiros fico louca. “Como ele sabia e eu que sou eu não?”.

Na minha cabeça se sou importante, o cara tem que querer compartilhar coisas comigo, das mais sérias as mais cotidianas. Não sei se isso é feminino ou jornalístico, mas para mim funciona assim. Meu índice de compreensão cai a zero.

Admito minhas teorias logo como verdades inquestionáveis. Mas como disse me vendo fácil, uma gracinha do tipo “linda eu esqueci de te falar, para de besteira” e eu amoleço. Mais mulherzinha do que eu gostaria, admito, mas é porque eu preciso de segurança. No meu caso só falar já resolve, conversa comigo sério que eu não fico procurando chifre em cabeça de cavalo.

Voltando a idéia da frase, nenhuma das alternativas é boa, nem desculpas, nem teorias. Nossas impressões geralmente atrapalham e complicam algo que deveria ser simples. Mas como malucas que somos temos uma tendência a complexar questões ligadas a relacionamentos.

Eu gostava mesmo era do tempo que tinha horror a meninos, com uns cinco anos de idade nossas amiguinhas eram tudo que precisávamos, meninos davam até nojo. Saudoso tempo. Depois eles por pouco não viram o centro de tudo. Mais mulherzinha do que gostaria.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tenho saudades de brigar

A vida de solteiro é uma delícia, mas me pergunto o que mais eu sinto falta do meu tempo de namoro e não hesito em dizer: das brigas. Sim das discussões, dos pitis e charminhos. Sempre gostei de brigar, nada de baixaria, virar a mesa ou quebrar coisas, mas discordar, trocar opiniões, me irritar e fazê-lo ficar com raiva.

Sempre tive horror à ausência de embates e explico o porquê, até para não parecer louca. Dados os limites necessários- respeito obviamente- brigar é um exercício rotineiro, quer dizer que você fala quando não gosta e ele faz o mesmo. Nos meus relacionamentos sempre foi assim, não gosto de DR (discussão de relação), não espero as coisas se acumularem, resolvo logo na hora. Assim, fatalmente, rolam as “briguinhas”.

Quando tudo está aparentemente bem, ninguém reclama com ninguém e ninguém fala nada é sinal que algo anda mal. Ao menos comigo sempre foi assim. Naquela hora que tudo fica morno e calmo é porque desandou, até porque rotina de relacionamento é cansativa e exige dedicação, ou seja sempre tem uma picuinha pra resolver.

Tenho medo da indiferença, ainda mais quando o papo é namoro. Pra mim a passionalidade desperta muitos sentimentos, um deles a irritabilidade. Por isso abomino as Amélias que ficam dizendo “amém” para o que os namorados falam e desacredito do mundo cor de rosa em que o cidadão aceita tudo. Quero seres pensantes e formadores de opinião, que me desafiem. Quero brigar. Até porque a reconciliação depois é sempre uma delícia. Sinto falta das brigas.

Tatiana Coêlho

E se a moda pega???

Marido tem pênis decepado por mulher em Pernambuco
Segundo vizinhos, ele teria tentado violentar enteada, de 7 anos.Vítima passou por cirurgia para reimplante e segue internada.

Um homem de 42 anos teve o pênis decepado pela mulher na tarde da sexta-feira (24), no Recife. Segundo a polícia, o homem afirma que dormia quando foi surpreendido pela mulher, que o atacou com uma faca de cozinha e fugiu. Até a tarde desta segunda-feira (27), ela não havia sido localizada.

Os vizinhos chamaram a polícia e uma equipe de emergência médica foi encaminhada ao local. A vítima foi levada ao Hospital Otávio de Freitas e, ainda na sexta-feira, passou por cirurgia para reimplantar o membro decepado.

Segundo a polícia, vizinhos afirmam que o homem teria tentado violentar sua enteada, de 7 anos, e por isso a mulher o atacou. A vítima, entretanto, alega que sua mulher o atacou por ciúmes.
Segundo a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, a vítima está consciente e permanece internada, em observação, pois ainda há a possibilidade de que o implante seja rejeitado pelo organismo. Nesse caso, deverá ser feita nova cirurgia para retirada do membro implantado.

27.04.2009 - Fonte: site G1

E aí galera, se vira moda?
Em janeiro uma australiana incendiou o do marido e essa semana uma pernambucana colocou alcool e tocou fogo no do marido, queimadura de terceiro grau!
Não sei o que é pior! Mas talvez anos de violência contra mulheres estejam gerando violência!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Jornalista e humana!

Como jornalista, já me vi frente a dúvidas éticas, entre contar ou não uma boa história pensando nas possíveis conseqüências. Ter cuidado com autenticidade das fontes, veracidade das informações, exploração de personagens. Mas me pergunto se as pessoas fazem isso em suas vidas, se tomam cuidado ao repassar uma história, uma opinião ou uma leitura sobre um fato.

Não existe conselho profissional para jornalistas, nós, o mercado e os colegas nos regulamentamos. Mas existe a lei de imprensa, ultrapassada, mas útil. Para mim o artigo mais importante é exatamente o que fala que é vedado o anonimato, ou seja posso escrever o que bem entender, desde que eu ponha o meu nome lá embaixo e dê minha cara a tapa para eventuais problemas. Acredito que informação nunca é demais e que opinião é livre, assim se desenha a liberdade de imprensa e de expressão.

Não venha falar de isenção em um mundo que a opinião do outro importa e muito. Manter as aparências vale tanto que me pergunto se as pessoas realmente falam o que sentem e fazem o que tem vontade. Aprendi cedo que poderia ser o que, e quem, eu quisesse desde que minhas idéias e ações fossem coerentes, talvez por isso despreze pessoas que falam demais e fazem de menos. Mais ainda, tenho um misto de horror e pena de quem se importa muito mais com o que o vizinho pensa do que com a própria felicidade.

Gosto da esfera privada, mas acredito que todos temos que lidar com a vida pública, onde todo mundo é julgado e criticado, negativa ou positivamente. Não deve ser fácil viver em função do que os outros querem para você, na profissão, nos relacionamentos, nas amizades. Assim nascem pessoas reprimidas, preconceituosas e infelizes, mais ainda nascem as vidas de aparência, apenas porque é conveniente.

Antes de cobrarem isenção, honestidade, veracidade e tantas outras coisas de jornalistas deveriam avaliar se cobram isso delas mesmas. Características imprescindíveis para qualquer bom profissional de mídia, mas bem importantes na formação de caráter de qualquer ser humano.

Tatiana Coêlho

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Para Francisco


Poucas coisas me fazem sofrer baixinho, mas fiquei paralisada. Sofrendo, chorando e com vontade de gritar. Um nó enorme na garganta e horas em frente ao computador. Assim fiquei quando me apresentaram o blog "Para Francisco". A história de uma mãe que perdeu o marido à dois meses da chegada do filho.

Decidi ir ao início, posts recentes não me fariam mergulhar naquela história como eu queria naquele momento. Li um ano da vida daquela mulher que passei a admirar a cada novo post. Chorei por ela e senti inveja do amor que teve e da coragem que tem. Senti pela sua perda, pensei nos sonhos perdidos, senti o medo dela e continuei ali, estagnada na frente do computador.

Aquela mulher me mostrou muita força, coragem e vontade de viver. Me questionei sobre o filho lendo tudo que ela escreve, como se sentirá. Imagino que ele ainda vai se emocionar e chorar muito lendo as palavras da mãe e do próprio pai.

Quis mais, pensei o que faria se fosse nora dela. Acredito que o livro será o maior tesouro de "Cisco", assim ele só permitirá que leia sua história aquela que amar. Mais ainda, acho que ele desejará o mesmo amor que a mãe descreve com tanta presteza no blog. Assim, quando encontrar a sua “cristiana” vai lhe entregar o livro. Penso em como a garota vai reagir, porque ao ler saberá que terá a responsabilidade de dar a ele o maior amor do mundo.

Me pergunto se as lembranças são minhas e só minhas ou se devem ser compartilhadas. Minha primeira e grande perda aconteceu aos meus 14 anos, perdi meu avô. Morava comigo, tínhamos gostos parecidos. Me pego pensando se a responsabilidade contar aos meus primos sobre ele é minha- como a de Cristiana contar ao filho sobre o pai. Eles nunca terão o que eu tive com ele e dele.

Lembro que não quis ir ao enterro, tive medo de lembrar dele em um caixão. Incontadas as vezes sonhei com ele voltando, como se tivesse apenas se perdido e tudo fosse uma brincadeira. Mas ele não voltou. Guardei seus livros como quem leva diamantes a um cofre. Assim sinto o pedaço que ficou. Das palavras cruzadas rasuradas, das conversas de madrugada, do café na cabeceira da mesa, na fiscalização da casa e dos milhares de presentes que ganhei dele.

Ainda acho que a partida foi prematura. Ainda o tenho como meu ídolo. De “menino da fruta” à economista formado na Universidade Federal de São Luís e gerente do Banco da Amazônia. Ainda me emociona a história dele, assim como a mulher forte do blog, como ela escreveu “não levou um pedaço meu, deixou um dele”. Poucas coisas me fazem sofrer baixinho.


Tatiana Coêlho

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Acontece

Me pergunto porque você ainda mexe comigo. Não encontro respostas. Mas sei que o que um dia eu amei não vive mais, eu mudei, você mudou e a saudade que tenho é de um cara que não mais existe. Por mais que no meu lado romântico ainda exista um pedaço daquilo que sonhei para nós dois, sei que não mais estaremos juntos.

Você teve todas as oportunidades. Fui até o meu limite. Acreditei na gente, até o ponto em que passei a gostar sozinha. Me sinto mal e me afasto. Assim observei você caminhar para o lado oposto ao meu. Eu cresci e amadureci, e você? Será que me acompanhou?

Se alguma dúvida ainda habitava meus pensamentos, acabou. Não por ter outras em sua vida, mas pela escolha delas. Acho que saí na hora certa. Não mais me faz sonhar, nem mesmo te admiro mais. E acredito que posso "não ser tudo que desejas, mas sou muito mais do que você merece", por mais clichê que possa soar.

Se já pretendia te tirar da minha vida agora sei o porquê. Me decepcionou tantas vezes que nem sei mais o que sentir. Incontadas as vezes chorei por você. Tudo aquilo que eu projetava na gente, murchou, despetalou e morreu sem direito a último suspiro. Não ou negar que ainda mexa comigo, mas acabou, acontece.

"Esquece o nosso amor, vê se esquece,
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar
Vai chorar, vai sofrer e você não merece
Mas isso acontece
Acontece que meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio
Se eu ainda pudesse fingir que te amo
Ah se eu pudesse, mas não quero
Eu não devo fazê-lo. Isso não acontece"
(Cartola)

Tatiana Coêlho

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Música é assim

Música para mim é como ar. Dependo dela. Preciso dela. Encaro minha vida como um filme com uma excelente trilha sonora. Mais diversos estilos, compositores, intérpretes. Acredito na eternidade de uma boa composição, na aura “mística” que envolve os gênios da música. Mais ainda, sei que artistas sentem tudo de forma “diferente” das pessoas normais.

Gostaria de decorar mais coisas como lembro de letras e melodias, só preciso ouvir uma vez para nunca mais esquecer. Gravo trechos e me identifico com eles. Muito feliz ou muito triste a música está sempre por lá. Cada namorado, cada desilusão, cada declaração de amor, tudo é musicado. Incluindo as canções que eu paro de ouvir em tempos de dor-de-cotovelo e aquelas que ouço mais na mesma época.

Meu melhor programa são assistir bons shows e comprar bons CDs. Assim descubro por aí quem merece respeito, diferente de ex-big-brother que quer virar cantora. Os últimos que conheci vieram do Rio. Carioca sabe mesmo como fazer samba. E os indicados são:

Casuarina. Foi o último show que assisti. Não sei da onde veio o nome da banda. Dois CDs gravados, harmonia perfeita, vozes bonitas, uma saudosa flauta e muito samba. O repertório passa pelos clássicos Luiz Carlos da Vila, Caymmi e Paulinho da Viola chega no autoral. “Em nome de nossa paixão antiga não quero ser seu colega, nem ter você como amiga”


Rogê é o nome do cara. Me foi apresentado de fprma atoa, um link que chegou pelo MSN, ganhei um cd, fui ao show e me encantei. Mais para os fãs do samba-rock , um poco do swingue Jorge Bem, mas sem cair no clichê. Boas parcerias, bela presença de palco. Impressiona as composições e letras. “Então volta pra casa e exerce o papel de rainha do lar e estrela do céu”


Fabiana Cozza foi definitivamente a melhor descoberta dos últimos tempos. Consagrada, mas não muito comercial. Uma voz hipnotizante, uma presença de palco invejável e interpretações que me fizeram ter certeza que fiz a escolha certa quando resolvi nunca pegar um microfone e subir num palco para cantar. Ela é daquelas que sente a música, que transcende a letra. Tenho certeza que o dom dela veio de outro lugar, lá de onde ficam guardados os tons perfeitos e não há notas dissonantes. “Não vou que eu não sou ninguém de ir em conversa de esquecer a tristeza de um amor que passou”

Não preciso necessariamente gostar de uma música de primeira, mas ela precisa me chamar à atenção, seja pela melodia, seja pela letra. Por vezes me intrigam, chego a ouvir a mesma canção centenas de vezes. Músicas bem compostas e executadas me levam as lágrimas muito facilmente. Mas para mim música é simples assim, respiro ela.
Tatiana Coêlho

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Não vivo numa comédia romântica!

Nunca fui muito fã de filmes água com açúcar, as famosas “comédias românticas”. No final eu sempre me decepciono e acho tudo muito óbvio. Enfim só assisto tipos assim quando a companhia da noite são as meninas. Conversando com uma amiga essa semana descobri porque eu sempre desgostei tanto do gênero, acontece que Comédias Românticas tornam as nossas vidas mais difíceis!!!

Explico o porquê. Acontece que nos filmes tudo da sempre muito certo, as declarações de amor são faraônicas, todo mundo que ama é correspondido e por aí vai. Nem preciso dizer que no mundo real não é assim. Os filmes nos fazem criar expectativas de que tudo é lindo e cor-de-rosa e mais, que o amor resolve tudo. Meninas joguem suas vidas pro alto, afinal estão amando!

Nessa lona incluo as novelas e até os seriados, mas pelo menos nos dois gêneros as coisas acontecem mais devagar e tem um monte de tragédia no meio, bem como nossas vidas. Coisas que só acontecem em novela e em comédias românticas:

· O Reinaldo Gianecchini bater no seu carro (Laços de Família)– já bateram em mim quatro vezes e nunca foi ninguém nem parecido!
· Molhar as plantas na casa do Hugh Grant (Letra e Música) – já trabalhei em milhares de lugares, meus chefes estavam bem longe do inglês charmoso!
· Ser personagem de matéria do Richard Gere (Noiva em Fuga) – eu conheço um monte de jornalista e os mais bonitos não têm os olhinhos pequenos e o charme de quarentão, mesmo sendo mais velho que isso!

Esses são só alguns itens da imensa lista. Já repararam que nos filmes ninguém lida com seus próprios preconceitos? Os medos, receios, vergonha, tudo é simples, a mocinha rica começa a se pegar com o mocinho pobre e hora nenhuma ela se pega pensando “e o nosso futuro?”, “e os meus amigos?” ou “e os meus pais?”. É fácil ela vai abdicar de tudo e viver de amor -e brisa- e ser feliz. Pode parar que no meu mundo não acontece assim, por pior que seja somos preconceituosos e temos os nossos monstrinhos internos, que são bem complicados.

Minha amiga encerrou o assunto:

- Recebi uma cesta de café da manhã ontem!
- Que bacana, quem mandou?
- O bicho mais tosco da cidade, claro! Eu não vivo numa comédia romântica!

Ela foi categórica e eu bem concordo. Definitivamente não vivemos!

PS> as fotos são do filme "Era uma vez" da Globo Filmes, enredo bacana, menina rica e menino pobre, clichê! Mas é bom e a trilha sonora incrível!

Tatiana Coêlho

quinta-feira, 26 de março de 2009

Sem você


Pretendo tirar você da minha vida. Há quase um ano deixei de gostar do seu cabelo bagunçado e do seu jeito de me irritar. Mais ainda, deixei de gostar dos seus conselhos fora de hora, quando tudo que eu queria era reclamar. Parei de rir das suas piadas sem graça. Parei de esperar algo de você, de tentar entender suas ações contidas e suas dissimulações.

Sua mão entrelaçada na minha, seu abraço apertado, sua voz reconfortante, o seu jeito de me olhar e a minha sensação de “protegida”. Deixei de gostar de tudo, tinha cortado você dos meus pensamentos. Não tinha nenhuma intenção de te trazer de volta para o meu mundo. Eu tinha enfim seguido a minha vida.

Estava bem sem você, naquele momento em que tinha deixado de gostar de cada pedaço seu. Parou de ocupar meus sonhos, de dar sentido ao meu dia. Mas você teima em voltar para mim sem nem ao menos saber voltar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Medrosa, mas só eu???

Tenho um monte de medos. Alguns sérios, outros nem tanto. Alguns controláveis, outros desesperadores. De todos tenho três que não esconde de ninguém. Tenho pavor de altura, horror a morcego e medo de galinha. É galinha, ou galo, pra mim pouco importa o gênero da ave, eu prefiro mesmo ela assada e servida à mesa.

O medo de altura me veio depois de velha. Lembro que gostava de tobogã, montanha-russa, roda-gigante e essas coisas altas. Aos poucos as janelas de vidro passaram a me amedrontar, hoje se o parapeito for abaixo da linha da minha cintura nem chego perto. Eu até tento, mas minhas pernas amolecem e param de me responder. Tirolesa de 57 metros? Ih...eu fotografo aqui de baixo!

Medo de morcego não sei de onde veio, tenho e pronto. Principalmente quando se estuda no “minhocão da Unb”, as juntas de dilatação do prédio são “lares” dos bichos e eles fazem passeios pelos corredores às vezes. Eca! Tudo bem, eu sei que 95% das espécies são frugívoros, 5% são hematófagos e desses só 1% se alimenta de sangue de mamíferos. Mas tenho nojo do bicho e vai que acerto esse um??? Não gosto e dou uma de mulherzinha escandalosa quando vejo um.

E o medo de galinha é o mais ridículo, eu sei! Minha mãe conta que eu era uma criança pentelha e um dia brincando com os bichinhos a galinha se irritou e correu atrás de mim. Não me lembro, mas fato que não chego perto de nenhum galinheiro. Por favor que venha limpo, embalado e com um selo da “Só Frango”, só assim gosto de galinha, galo e sua família!

Acho que poderia listar mais alguns medos ridículos. Mas até onde eu sei esses que falei são os mais descontrolados e até vivo bem com eles. E pra não deixar a impressão que sou mulherzinha demais já digo logo que mato baratas - viu, mulher forte - mas tenho nojo, confesso!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mais uma caixa...

Recebi mais uma colaboração muito especial! Inspirada numa caixinha ela lembrou de uma outra caixa...Essa que ela fala eu tb já tive e acho que muitas outras pessoas também!
Adorei Dé!!!
Beijos
Tati

Cheguei à inevitável conclusão de que não sou romântica. De acordo com o conceito do Vander Lee, românticos são aqueles que “Conhecem o gosto raro de amar sem medo de outra desilusão...”. Esse definitivamente não é meu caso, no momento me vejo apavorada pela possibilidade de cair de novo em desilusão. Admito, por mais patético que possa parecer – e é! Ninguém pode obrigar a me apaixonar de novo.

A verdade é que da única vez que entrei de cara, corpo e alma num AMOR, no final das contas acabei tendo por companheiro uma caixa – ironicamente estampada com vários corações e cujo o feixe é uma fita vermelha– cheia de planos de viagem, fotos, cartas, cartões, pétalas de flores de cada um dos buquês, ingressos de cada uma das peças, dos filmes no cinema, das notas e comprovantes dos presentes encomendados de tão longe.

A minha caixa ficou recheada de calendários mensais que marcam – pateticamente– o dia de aniversário de namoro e do primeiro beijo – datas diferentes que sempre guardei, mas muitas vezes esquecidas pela outra parte envolvida. Calendários que marcam com um smile cada um dos dias significativos, de entrega, de declarações, confissões, de cada noite em que lutei contra o sono pra ter mais alguns minutos pra o ver ali, dormindo, do meu lado, iluminado pela luz que vinha de fora da janela. Enfim, uma caixa estampada de corações coloridos e pedaços do meu.
Se me arrependo? Não! Nenhum um pouco. Por mais que doa – e ,acredite, dói – gosto de me lembrar de tudo isso e de me parabenizar por ter me dado a chance de experimentar tudo. Mas não me peçam pra ter coragem de passar por tudo isso de novo. Não quero, nem tenho coragem – tenho, acima de tudo, medo, de desapontar ou ser mal compreendida.

Talvez esse texto seja apenas mais um dos muitos que coloquei na caixa de corações, para minha exclusiva leitura. Um dos tantos em que descrevi a falta que tudo aquilo me faz. Por um tempo, as recordações eram tão vivas que fui capaz de sentir o cheiro das cenas. Minha caixa continua lá, com a fita vermelha, mas aos poucos ela está cada vez mais no fundo do armário, a ponto de ser esquecida em um canto empoeirado, porque só assim posso esquecer o medo também.

Débora Borges

sábado, 14 de março de 2009

Resposta

Mais uma gracinha que recebi por email, mas esse eu resolvi responder!
Beijos
Tati

PORQUE OS CASAMENTOS DURAVAM ANTIGAMENTE.
Frases retiradas de revistas femininas das décadas de 50 e 60:

"Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas". (Jornal das Moças, 1957)
"Não se deve irritar uma mulher com coleguinhas, primas e as malditas ex-namoradas"

"Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto, sem questioná-lo". (Revista Claudia, 1962)
"Se desconfiar da infidelidade escolha entre as opções: devolver na mesma moeda ou mandá-lo pra um lugar que não pode ser citado devido ao horário"

"A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa". (Jornal das Moças, 1965)
"A desordem de um banheiro é a dexa para contratação de uma empregada"

"A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, servindo-lhe uma cerveja bem gelada. Nada de incomodá-lo com serviços ou notícias domésticas". (Jornal das Moças, 1959)
"A mulher deve descansar nas horas vagas, deixando trocas de lâmpadas, gás, louça e adereços para ele. Quanto a cerveja, dividam"

"Se o seu marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa". (Jornal das Moças, 1957)
"Se o marido fuma avise pra ele que local fechado não é o lugar e que ele queime apenas o pulmão dele e não a casa"

"O noivado longo é um perigo, mas nunca sugira o matrimônio. ELE é quem decide - sempre". (Revista Querida, 1953)
"Hahahahah Noivado? Dá mole que a fila anda, foi a MULHER que decidiu aceitar, a rescisão de contrato pode acontecer a qualquer momento ou cláusula quebrada"

"Sempre que o homem sair com os amigos e voltar tarde da noite, espere-o linda, cheirosa e dócil".(Jornal das Moças, 1958)
"Sempre o que o homem sair com os amigos e voltar tarde troque a fechadura da porta da frente"

"É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido".(Jornal das Moças, 1957)
"É fundamental não ter homem barrigudo em casa"

E para finalizar . . . "O lugar de mulher é no lar. O trabalho fora de casa masculiniza". (Revista Querida, 1955)
"Lugar de mulher é onde bem entender, seja dirigindo caminhão, operando maquinário pesado ou sentada num salão de beleza. Melhor ainda, sentada em uma bela mesa em sua linda sala mandando em uma equipe cheia de homens"

CONCLUSÃO: Não se fazem mais revistas instrutivas como antigamente
"Não se fazem porque formaram jornalistas mulheres e leitoras competentes. E casamento durava porque não existia divórcio!"

quarta-feira, 11 de março de 2009

Fases da TPM

Já falei de tpm por aqui, mas lembrei que recebi esse texto há um tempo e acho que nenhuma mulher escreveria melhor sobre a maldita fase...
Homens compreendam, mulheres divirtam-se!!!

Beijoss
Tati

FASES DA TPM QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA....
TPM em 4 fases (procura-se a autoria para entregar o Nobel)
* Segundo a visão masculina, dividiu-se a TPM em 4 fases principais:

Fase 1 - a Fase Meiguinha**
Tudo começa quando a mulher começa a ficar dengosa, grudentinha. Bom sinal?
Talvez, se não fosse mais do que o normal. Ela te abraça do nada, fala com aquela vozinha de criança e com todas as palavras no diminutivo. A fase começa chegar ao fim quando ela diz que está com uma vontade absurda de comer chocolate. O que se segue, é uma mudança sutil desse comportamento, aparentemente inofensivo, para um temperamento um pouco mais depressivo.

Fase 2 - a Fase Sensível**
Ela passa a se emocionar com qualquer coisa, desde uma pequena rachadura em forma de gatinho no azulejo em frente à privada, até uma reprise de um documentário sobre a vida e a morte trágica de Lady Di. Esse estágio atinge um nível crítico com uma pergunta que assombra todos os homens, desde os inexperientes até os mais escolados como o meu pai: - Você acha que eu estou gorda? Notem que não é uma simples pergunta retórica. Reparem na entonação, na escolha das palavras. O uso simples do verbo 'estou' ao invés da combinação 'estou ficando', torna o efeito da pergunta muito mais explosiva do que possamos imaginar. E essa pergunta, meus amigos, é só o começo da pior fase da TPM. Essa pergunta é a linha divisória entre essa fase sensível da mulher para uma fase mais irascível.

Fase 3 - a Fase Explosiva**
Meus amigos, essa é a fase mais perigosa da TPM. Há relatos de mulheres que cometeram verdadeiros genocídios nessa fase. Desconfio até que várias limpezas étnicas tenham sido comandadas por mulheres na TPM. Exageros à parte, realmente essa é a pior fase do ciclo tepeêmico. Você chega na casa dela, ela está de pijama, pantufas e descabelada. A cara não é das melhores quando ela te dá um beijo bem rápido, seco e sem língua. Depois de alguns minutos de silêncio total da parte dela, você percebe que ela está assistindo aquele canal japonês que nem ela nem você sabem o nome. Parece ser uma novela ambientada na era feudal. Sem legendas... Então, meio sem graça, sem saber se fez alguma coisa errada, você faz aquela famosa pergunta:
-'Tá tudo bem?'- A resposta é um simples e seca:
-'Ta'- sem olhar na sua cara. Não satisfeito, você emenda um:
-'Tem certeza?'- que é respondido mais friamente com um rosnado baixo e cavernoso:
-'Teenhoo.'.
Aí, como somos legais e percebemos que ela não ta muito a fim de papo, deixamos quieto e passamos a tentar acompanhar o que Tanaka está tramando para tentar tirar Kazuke de Joshiro, o galã da novela que...
- Merda, viu!? - ela rosna de repente.
- Que foi? - A Fase Explosiva acaba de atingir o seu ápice com essa pergunta. Sem querer, acabamos de puxar o gatilho. O que se segue são esporros do tipo:
- Você não liga pra mim! Tá vendo que eu to aqui quase chorando e você nem pergunta o que eu tenho! Mas claro! Você só sabe falar de você mesmo! Ah, o seu dia foi uma merda? O meu também! E nem por isso eu fico aqui me lamuriando com você! E pára de me olhar com essa cara! Essa que você faz, e você sabe que me irrita! Você não sabe! Aquele vestido que você me deu ficou apertado! Aaaai, eu fico looooouca quando essas coisas me acontecem! Você também, não quis ir comigo no shopping trocar essa merda! O pior de tudo é que hoje, quando estava indo para o trabalho, um motoqueiro mexeu comigo e você não fez nada! Pra que serve esse seu Jiu Jitsu? Ah,você não estava comigo? Por que não estava comigo na hora? Tava com alguma vagabunda? Aquela sua colega de trabalho, só pode ser ela. E nem pra me trazer um chocolate! Cala sua boca! Sua voz me irrita! Aliás,vai embora antes que eu faça alguma besteira. Some da minha frente!
Desnorteado, você pede o pinico e sai. Tenta dar um beijinho de boa noite e quase leva uma mordida.

Fase 4 - a Fase da Cólica**
No dia seguinte o telefone toca. É ela, com uma voz chorosa, dizendo que está com uma cólica absurda, de não conseguir nem andar. Você vai à casa dela e ela te recebe dócil, superamável. Faz uma cara de coitada, como se nada tivesse acontecido na noite anterior, e te pede pra ir à farmácia comprar um Atroveran, Ponstan ou Buscopan pra acabar com a dor dela.
Você sai pra comprar o remédio meio aliviado, meio desconfiado 'O que aconteceu?', você se pergunta!! 'Tudo bem'. Você pensa: 'Acho que ela se livrou do encosto'. Pronto! A paz reina novamente. A cólica dobra a fera e vocês voltam a ser um casal feliz. Pelo menos até daqui a 20 dias..

*P.S.: O PIOR NÃO É ISSO, O PIOR É QUE ELAS ESTÃO LENDO ISTO E ESTÃO DANDO RISADAS!!! ESTÃO DIZENDO: 'SOU ASSIM MESMO, E DAÍ?'

hahahahahahahah
Eu sou bem assim e vocês???

domingo, 8 de março de 2009

Á ela com carinho...

8 de março e me pego pensando em como, ou o que, escrever sobre o dia da mulher. Pensei em falar sobre a liberdade conseguida, mas lembrei das submissões e agressões que existem por aí. Decidi escrever sobre o que uma mulher representa, mas mesmo assim não sabia ao certo como dizê-lo sem ser muito clichê. Perguntei a um homem o que lhe vinha à mente quando pensava em uma mulher, ele falou em delicadeza, mistério e sensibilidade. Acho que finalmente encontro meu caminho.

“Acho que mulher tem sempre um ar de mistério”. Nem demais, nem de menos, quando existem dias que nem mesmo nós nos entendemos. Um olhar que diz muito, sorrisos que podem não ser de verdade, lágrimas de dor ou felicidade, nada é uma linha reta na vida de uma mulher. Tem dias que se acorda disposta a dominar o mundo, em outros só um bom colo já bastaria. Tem dias em que se está completamente destruída por dentro, mas mesmo assim consegue maquiar as coisas e passar por cima. Tem dias que tudo parece mais fácil.

“Difícil generalizar, acho que sensibilidade”. Eu diria mais, sensitividade. Mulher consegue entender o não dito, ver o que ainda nem aconteceu. Sabem o que falar na hora certa e sentem alguém precisando de ajuda a léguas de distância. Uma serenidade que faz o tempo parar e esquecer os relógios. Assim o choro é fácil, um abraço vale milhões, um beijo no momento correto pode resolver uma vida.

Mulher às vezes pode fingir que não sabe, que não vê, pelos mais diversos motivos, para evitar a dor, para fugir da verdade, para não incomodar, mas no fundo há uma verdade sempre lá. A grande mulher da minha vida sabe de mim o que eu nunca contei, me lê inteira em um só olhar, quando mais nova eu achava ela não me conhecia, ou que eu podia esconder algo da minha mãe, inocência.

“Acho que delicadeza”. Os movimentos mais comedidos, a pele mais macia, as representações dos olhares e beijos, o colo e tudo aquilo que faz uma mulher ser mulher. Mais do que isso, a inteligência ao saber tratar alguém, abraço de mãe que protege o mundo, colo que acalma tempestade e um “meu bem” em meio a pior briga de todos os tempos. Namorado, marido, filho, amigo, tanto faz para a atenção dada, talvez daí a delicadeza. Mas também são capazes de matar leões de preciso for.

8 de março e eu me pergunto como eu viveria sem elas. Parabéns mãe, vós, tias, primas e amigas!


PS: A foto foi escolhida pelo mesmo homem das definições!




Tatiana Coêlho

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sempre lá...

Você estava sempre lá. Quando eu chorava. Quando eu ria. Quando eu gritava. Quando eu sentia dor. Você sempre estava lá para mim. Fez os mais diversos personagens, de amigo, de irmão, de amante. Eu era só uma garota com um monte de coisas para aprender e você estava sempre presente, mesmo quando eu não queria te ver, mesmo quando eu te odiava, mesmo quando era você que me fazia chorar.

Você foi tantas vezes substituído. Tantas vezes eu te superei. Deixei que acabasse, que cada um seguisse, te tirei de perto de mim e de tudo que nos cercava. Mudei, cresci. Mesmo assim você sempre vai e volta. Acho que ainda sinto sua falta, do que éramos, do que poderíamos ter sido. Errei muito, mas não sozinha, sei que acreditou junto comigo.

Você me fazia tremer e hoje me traz só lembranças. Existiu um tempo que era grande, forte e ocupava todo os lugares em que eu estava ou mesmo olhava. Inesquecível e até mesmo intocável. Mas o tempo foi passando e o espaço foi ficando cada vez mais restrito até você caber em uma caixinha e ser mandado pro departamento de memórias.

A caixinha ainda existe porque um dia, talvez, você saia de lá. Talvez porque eu ainda não saiba lidar com algo do tamanho do que representou ou porque ainda nada ocupou o mesmo lugar. Mas sei que você deve ficar lá guardado por um bom tempo, porque assim eu posso continuar até ter outra caixinha para colocar no seu lugar.
Tatiana Coêlho