quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tenho saudades de brigar

A vida de solteiro é uma delícia, mas me pergunto o que mais eu sinto falta do meu tempo de namoro e não hesito em dizer: das brigas. Sim das discussões, dos pitis e charminhos. Sempre gostei de brigar, nada de baixaria, virar a mesa ou quebrar coisas, mas discordar, trocar opiniões, me irritar e fazê-lo ficar com raiva.

Sempre tive horror à ausência de embates e explico o porquê, até para não parecer louca. Dados os limites necessários- respeito obviamente- brigar é um exercício rotineiro, quer dizer que você fala quando não gosta e ele faz o mesmo. Nos meus relacionamentos sempre foi assim, não gosto de DR (discussão de relação), não espero as coisas se acumularem, resolvo logo na hora. Assim, fatalmente, rolam as “briguinhas”.

Quando tudo está aparentemente bem, ninguém reclama com ninguém e ninguém fala nada é sinal que algo anda mal. Ao menos comigo sempre foi assim. Naquela hora que tudo fica morno e calmo é porque desandou, até porque rotina de relacionamento é cansativa e exige dedicação, ou seja sempre tem uma picuinha pra resolver.

Tenho medo da indiferença, ainda mais quando o papo é namoro. Pra mim a passionalidade desperta muitos sentimentos, um deles a irritabilidade. Por isso abomino as Amélias que ficam dizendo “amém” para o que os namorados falam e desacredito do mundo cor de rosa em que o cidadão aceita tudo. Quero seres pensantes e formadores de opinião, que me desafiem. Quero brigar. Até porque a reconciliação depois é sempre uma delícia. Sinto falta das brigas.

Tatiana Coêlho

E se a moda pega???

Marido tem pênis decepado por mulher em Pernambuco
Segundo vizinhos, ele teria tentado violentar enteada, de 7 anos.Vítima passou por cirurgia para reimplante e segue internada.

Um homem de 42 anos teve o pênis decepado pela mulher na tarde da sexta-feira (24), no Recife. Segundo a polícia, o homem afirma que dormia quando foi surpreendido pela mulher, que o atacou com uma faca de cozinha e fugiu. Até a tarde desta segunda-feira (27), ela não havia sido localizada.

Os vizinhos chamaram a polícia e uma equipe de emergência médica foi encaminhada ao local. A vítima foi levada ao Hospital Otávio de Freitas e, ainda na sexta-feira, passou por cirurgia para reimplantar o membro decepado.

Segundo a polícia, vizinhos afirmam que o homem teria tentado violentar sua enteada, de 7 anos, e por isso a mulher o atacou. A vítima, entretanto, alega que sua mulher o atacou por ciúmes.
Segundo a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, a vítima está consciente e permanece internada, em observação, pois ainda há a possibilidade de que o implante seja rejeitado pelo organismo. Nesse caso, deverá ser feita nova cirurgia para retirada do membro implantado.

27.04.2009 - Fonte: site G1

E aí galera, se vira moda?
Em janeiro uma australiana incendiou o do marido e essa semana uma pernambucana colocou alcool e tocou fogo no do marido, queimadura de terceiro grau!
Não sei o que é pior! Mas talvez anos de violência contra mulheres estejam gerando violência!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Jornalista e humana!

Como jornalista, já me vi frente a dúvidas éticas, entre contar ou não uma boa história pensando nas possíveis conseqüências. Ter cuidado com autenticidade das fontes, veracidade das informações, exploração de personagens. Mas me pergunto se as pessoas fazem isso em suas vidas, se tomam cuidado ao repassar uma história, uma opinião ou uma leitura sobre um fato.

Não existe conselho profissional para jornalistas, nós, o mercado e os colegas nos regulamentamos. Mas existe a lei de imprensa, ultrapassada, mas útil. Para mim o artigo mais importante é exatamente o que fala que é vedado o anonimato, ou seja posso escrever o que bem entender, desde que eu ponha o meu nome lá embaixo e dê minha cara a tapa para eventuais problemas. Acredito que informação nunca é demais e que opinião é livre, assim se desenha a liberdade de imprensa e de expressão.

Não venha falar de isenção em um mundo que a opinião do outro importa e muito. Manter as aparências vale tanto que me pergunto se as pessoas realmente falam o que sentem e fazem o que tem vontade. Aprendi cedo que poderia ser o que, e quem, eu quisesse desde que minhas idéias e ações fossem coerentes, talvez por isso despreze pessoas que falam demais e fazem de menos. Mais ainda, tenho um misto de horror e pena de quem se importa muito mais com o que o vizinho pensa do que com a própria felicidade.

Gosto da esfera privada, mas acredito que todos temos que lidar com a vida pública, onde todo mundo é julgado e criticado, negativa ou positivamente. Não deve ser fácil viver em função do que os outros querem para você, na profissão, nos relacionamentos, nas amizades. Assim nascem pessoas reprimidas, preconceituosas e infelizes, mais ainda nascem as vidas de aparência, apenas porque é conveniente.

Antes de cobrarem isenção, honestidade, veracidade e tantas outras coisas de jornalistas deveriam avaliar se cobram isso delas mesmas. Características imprescindíveis para qualquer bom profissional de mídia, mas bem importantes na formação de caráter de qualquer ser humano.

Tatiana Coêlho

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Para Francisco


Poucas coisas me fazem sofrer baixinho, mas fiquei paralisada. Sofrendo, chorando e com vontade de gritar. Um nó enorme na garganta e horas em frente ao computador. Assim fiquei quando me apresentaram o blog "Para Francisco". A história de uma mãe que perdeu o marido à dois meses da chegada do filho.

Decidi ir ao início, posts recentes não me fariam mergulhar naquela história como eu queria naquele momento. Li um ano da vida daquela mulher que passei a admirar a cada novo post. Chorei por ela e senti inveja do amor que teve e da coragem que tem. Senti pela sua perda, pensei nos sonhos perdidos, senti o medo dela e continuei ali, estagnada na frente do computador.

Aquela mulher me mostrou muita força, coragem e vontade de viver. Me questionei sobre o filho lendo tudo que ela escreve, como se sentirá. Imagino que ele ainda vai se emocionar e chorar muito lendo as palavras da mãe e do próprio pai.

Quis mais, pensei o que faria se fosse nora dela. Acredito que o livro será o maior tesouro de "Cisco", assim ele só permitirá que leia sua história aquela que amar. Mais ainda, acho que ele desejará o mesmo amor que a mãe descreve com tanta presteza no blog. Assim, quando encontrar a sua “cristiana” vai lhe entregar o livro. Penso em como a garota vai reagir, porque ao ler saberá que terá a responsabilidade de dar a ele o maior amor do mundo.

Me pergunto se as lembranças são minhas e só minhas ou se devem ser compartilhadas. Minha primeira e grande perda aconteceu aos meus 14 anos, perdi meu avô. Morava comigo, tínhamos gostos parecidos. Me pego pensando se a responsabilidade contar aos meus primos sobre ele é minha- como a de Cristiana contar ao filho sobre o pai. Eles nunca terão o que eu tive com ele e dele.

Lembro que não quis ir ao enterro, tive medo de lembrar dele em um caixão. Incontadas as vezes sonhei com ele voltando, como se tivesse apenas se perdido e tudo fosse uma brincadeira. Mas ele não voltou. Guardei seus livros como quem leva diamantes a um cofre. Assim sinto o pedaço que ficou. Das palavras cruzadas rasuradas, das conversas de madrugada, do café na cabeceira da mesa, na fiscalização da casa e dos milhares de presentes que ganhei dele.

Ainda acho que a partida foi prematura. Ainda o tenho como meu ídolo. De “menino da fruta” à economista formado na Universidade Federal de São Luís e gerente do Banco da Amazônia. Ainda me emociona a história dele, assim como a mulher forte do blog, como ela escreveu “não levou um pedaço meu, deixou um dele”. Poucas coisas me fazem sofrer baixinho.


Tatiana Coêlho

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Acontece

Me pergunto porque você ainda mexe comigo. Não encontro respostas. Mas sei que o que um dia eu amei não vive mais, eu mudei, você mudou e a saudade que tenho é de um cara que não mais existe. Por mais que no meu lado romântico ainda exista um pedaço daquilo que sonhei para nós dois, sei que não mais estaremos juntos.

Você teve todas as oportunidades. Fui até o meu limite. Acreditei na gente, até o ponto em que passei a gostar sozinha. Me sinto mal e me afasto. Assim observei você caminhar para o lado oposto ao meu. Eu cresci e amadureci, e você? Será que me acompanhou?

Se alguma dúvida ainda habitava meus pensamentos, acabou. Não por ter outras em sua vida, mas pela escolha delas. Acho que saí na hora certa. Não mais me faz sonhar, nem mesmo te admiro mais. E acredito que posso "não ser tudo que desejas, mas sou muito mais do que você merece", por mais clichê que possa soar.

Se já pretendia te tirar da minha vida agora sei o porquê. Me decepcionou tantas vezes que nem sei mais o que sentir. Incontadas as vezes chorei por você. Tudo aquilo que eu projetava na gente, murchou, despetalou e morreu sem direito a último suspiro. Não ou negar que ainda mexa comigo, mas acabou, acontece.

"Esquece o nosso amor, vê se esquece,
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar
Vai chorar, vai sofrer e você não merece
Mas isso acontece
Acontece que meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio
Se eu ainda pudesse fingir que te amo
Ah se eu pudesse, mas não quero
Eu não devo fazê-lo. Isso não acontece"
(Cartola)

Tatiana Coêlho

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Música é assim

Música para mim é como ar. Dependo dela. Preciso dela. Encaro minha vida como um filme com uma excelente trilha sonora. Mais diversos estilos, compositores, intérpretes. Acredito na eternidade de uma boa composição, na aura “mística” que envolve os gênios da música. Mais ainda, sei que artistas sentem tudo de forma “diferente” das pessoas normais.

Gostaria de decorar mais coisas como lembro de letras e melodias, só preciso ouvir uma vez para nunca mais esquecer. Gravo trechos e me identifico com eles. Muito feliz ou muito triste a música está sempre por lá. Cada namorado, cada desilusão, cada declaração de amor, tudo é musicado. Incluindo as canções que eu paro de ouvir em tempos de dor-de-cotovelo e aquelas que ouço mais na mesma época.

Meu melhor programa são assistir bons shows e comprar bons CDs. Assim descubro por aí quem merece respeito, diferente de ex-big-brother que quer virar cantora. Os últimos que conheci vieram do Rio. Carioca sabe mesmo como fazer samba. E os indicados são:

Casuarina. Foi o último show que assisti. Não sei da onde veio o nome da banda. Dois CDs gravados, harmonia perfeita, vozes bonitas, uma saudosa flauta e muito samba. O repertório passa pelos clássicos Luiz Carlos da Vila, Caymmi e Paulinho da Viola chega no autoral. “Em nome de nossa paixão antiga não quero ser seu colega, nem ter você como amiga”


Rogê é o nome do cara. Me foi apresentado de fprma atoa, um link que chegou pelo MSN, ganhei um cd, fui ao show e me encantei. Mais para os fãs do samba-rock , um poco do swingue Jorge Bem, mas sem cair no clichê. Boas parcerias, bela presença de palco. Impressiona as composições e letras. “Então volta pra casa e exerce o papel de rainha do lar e estrela do céu”


Fabiana Cozza foi definitivamente a melhor descoberta dos últimos tempos. Consagrada, mas não muito comercial. Uma voz hipnotizante, uma presença de palco invejável e interpretações que me fizeram ter certeza que fiz a escolha certa quando resolvi nunca pegar um microfone e subir num palco para cantar. Ela é daquelas que sente a música, que transcende a letra. Tenho certeza que o dom dela veio de outro lugar, lá de onde ficam guardados os tons perfeitos e não há notas dissonantes. “Não vou que eu não sou ninguém de ir em conversa de esquecer a tristeza de um amor que passou”

Não preciso necessariamente gostar de uma música de primeira, mas ela precisa me chamar à atenção, seja pela melodia, seja pela letra. Por vezes me intrigam, chego a ouvir a mesma canção centenas de vezes. Músicas bem compostas e executadas me levam as lágrimas muito facilmente. Mas para mim música é simples assim, respiro ela.
Tatiana Coêlho

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Não vivo numa comédia romântica!

Nunca fui muito fã de filmes água com açúcar, as famosas “comédias românticas”. No final eu sempre me decepciono e acho tudo muito óbvio. Enfim só assisto tipos assim quando a companhia da noite são as meninas. Conversando com uma amiga essa semana descobri porque eu sempre desgostei tanto do gênero, acontece que Comédias Românticas tornam as nossas vidas mais difíceis!!!

Explico o porquê. Acontece que nos filmes tudo da sempre muito certo, as declarações de amor são faraônicas, todo mundo que ama é correspondido e por aí vai. Nem preciso dizer que no mundo real não é assim. Os filmes nos fazem criar expectativas de que tudo é lindo e cor-de-rosa e mais, que o amor resolve tudo. Meninas joguem suas vidas pro alto, afinal estão amando!

Nessa lona incluo as novelas e até os seriados, mas pelo menos nos dois gêneros as coisas acontecem mais devagar e tem um monte de tragédia no meio, bem como nossas vidas. Coisas que só acontecem em novela e em comédias românticas:

· O Reinaldo Gianecchini bater no seu carro (Laços de Família)– já bateram em mim quatro vezes e nunca foi ninguém nem parecido!
· Molhar as plantas na casa do Hugh Grant (Letra e Música) – já trabalhei em milhares de lugares, meus chefes estavam bem longe do inglês charmoso!
· Ser personagem de matéria do Richard Gere (Noiva em Fuga) – eu conheço um monte de jornalista e os mais bonitos não têm os olhinhos pequenos e o charme de quarentão, mesmo sendo mais velho que isso!

Esses são só alguns itens da imensa lista. Já repararam que nos filmes ninguém lida com seus próprios preconceitos? Os medos, receios, vergonha, tudo é simples, a mocinha rica começa a se pegar com o mocinho pobre e hora nenhuma ela se pega pensando “e o nosso futuro?”, “e os meus amigos?” ou “e os meus pais?”. É fácil ela vai abdicar de tudo e viver de amor -e brisa- e ser feliz. Pode parar que no meu mundo não acontece assim, por pior que seja somos preconceituosos e temos os nossos monstrinhos internos, que são bem complicados.

Minha amiga encerrou o assunto:

- Recebi uma cesta de café da manhã ontem!
- Que bacana, quem mandou?
- O bicho mais tosco da cidade, claro! Eu não vivo numa comédia romântica!

Ela foi categórica e eu bem concordo. Definitivamente não vivemos!

PS> as fotos são do filme "Era uma vez" da Globo Filmes, enredo bacana, menina rica e menino pobre, clichê! Mas é bom e a trilha sonora incrível!

Tatiana Coêlho