quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Da série: Músicas das piores dores de cotovelo do mundo

“Vai sim, vai ser sempre assim uma pra cada lado como você quis”. Foi você e não eu quem escolheu o fim, nada é mais dolorido, Luiza Possi cantou bem. Ao ouvir melodias assim se você não estiver sofrendo começa a sofrer, lembra do seu primeiro fora, do cara que não te amou como o esperado ou qualquer outra coisa, tem música que tem esse dom.

O samba tem hora que maltrata. “Mas vai embora antes que a dor machuque mais meu coração, antes que eu morra me humilhando de paixão e me ajoelhe te implorando pra ficar comigo”. Nesse momento a gente já perdeu a dignidade.


Há quem diga que não basta ser de fossa, tem que ser brega. “Saiba que meu grande amor hoje vai se casar, mandou uma carta pra me avisar, deixou em pedaços meu coração”. Nesse gênero a lista é extensa, só encostar em algum boteco por aí ou sintonizar o rádio em um programa “para ouvir e amar”.


As grandes estrelas também cantaram muita tristeza pela MPB. “Dei pra maldizer o nosso lar, pra sujar teu nome, te humilhar e me vingar a qualquer preço, te adorando pelo avesso. Pra mostrar que ainda sou tua. Até provar que ainda sou tua”. A clássica interpretação de Elis Regina no especial da Rede Globo em que ela se emociona. http://www.youtube.com/watch?v=35FPZR24djg


E temos as clássicas em outros idiomas também, Maysa sofreu em francês com “No me quitte pas”. “And i'd give up forever to touch you, cause i know that you feel me somehow, you're the closest to heaven that i'll ever be and i don't want to go home right now”, a música da década de 1990 da banda Americana Goo Goo Dolls ainda machuca muita gente por aí.


Pausa para deixar as lágrimas rolarem.


Os homens também sofrem e falam muito bem de suas dores. “Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu. Eu bato o portão sem fazer alarde. Eu levo a carteira de identidade. Uma saideira, muita saudade. E a leve impressão de que já vou tarde”. Chico Buarque e Milton Nascimento talvez sejam meus compositores preferidos quando o assunto é falar sobre o que sinto.


Não foi a primeira, nem será a última, dores vem e vão, ficam as lembranças. Unindo meu amor à música e a tudo que sinto penso que ainda tenho muita coisa para ouvir e muita melodia para curtir fossas nos próximos "anos-novos". “Não penso em me vingar, não sou assim, a tua insegurança era por mim”

sábado, 25 de dezembro de 2010

Família é prato difícil de preparar(Trecho do Livro "O Arroz de Palma,de Francisco Azevedo)

Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio.

Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo.


Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados.


Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre.


Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Meuni; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é a Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha.


Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.Enfim, receita de família não se copia se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.


Francisco Azevedo - Dramaturgo e Roteirista

domingo, 19 de dezembro de 2010

Meus amigos de infância

“Abrindo horizontes na nova capital...”. E eu me vi ali, cantando o hino do colégio, fazendo exatamente o que eu sempre vi meu pai fazendo com os amigos no auge da embriaguez, achava divertido e um tanto brega, mas me vi sentindo a nostalgia de um tempo feliz, não estava bêbada, apenas feliz.

Alguns conhecia há 13 anos, outros um pouco menos, 9 anos, com a boca cheia podia chamá-los de amigos de infância e parecia que o tempo nem tinha passado. Saudade de quando tudo parecia, e era, mais simples. Orgulho ao ver o sucesso de gente mais que especial na minha vida, ao ver que minhas apostas foram corretas, alguns seguiram o caminho que havíamos previsto.

A prova de que são os amigos de colégio que ficam. A menina que gostava de livros e agora tem dois cursos. O cara que sempre amou geografia e virou professor. O loirinho tímido que agora é simpático. O casal que a gente ainda espera o casamento. A pequena que continua pequena. O engraçadinho da turma cresceu.


A garota que gostava de esportes e agora é nutricionista. Um virou agrônomo e o grandão foi para a administração. O violão que era só diversão virou profissão da mais querida das criaturas. E o garoto especial continuava especial do seu jeito. E assim a vida seguiu, mas naquela noite parecia que não tínhamos anos sem nos ver, como se ainda ocupássemos as carteiras cinzas das salas de aula.


A bedel que gritava pelos corredores, as competições esportivas, os namoros e rolos. Nossas reuniões com violão, as festas americanas, as músicas do tempo de festas de debutantes. Seis anos depois de formados e uma vontade de voltar, ou de permanecer, de não perder o que nos unia e manter o que nos mais é precioso. Assim, eu podia cantar por horas o mesmo hino, simplesmente porque eles estavam ali. “Ceub, Ceub em nobre missão...”


Brigada por fazerem parte da minha vida!

domingo, 12 de dezembro de 2010

É o tempo...

Há momentos em que parece que o tempo para, em outros ele parece correr á léguas de mim. Ainda não aprendi a controlá-lo, ele rouba meus pensamentos, adormece meus sonhos e insiste em me fazer passar. O problema não é o que passa, mas o que fica, a incerteza do que vem e o saudosismo do que já foi.

Mais um fim de ano e vem o maldito balanço, tudo chegando ao fim - exceto quando a Universidade subverte a ordem e diz que o fim é no primeiro mês do ano. Vem uma vontade de recomeçar, de tirar do baú os antigos planos, criar novos, reestabelecer metas. Mas antes disso, me pego pensando nos dias passados, por onde eu deixei minhas 8760 horas...

Ainda quero dias muito maiores, quero rotinas abarrotadas, quero ler um milhão de coisas e correr na praia todos os dias, quero morar perto do mar. Ter coragem de me sentir vulnerável me arriscar mais, ainda pretendo dominar o mundo. Quero saber me encontrar na minha solidão e agradecer às pessoas que tornam meus dias mais fáceis.

Não sei se me assusto com a última folha do calendário ou agradeço por já ser o fim, só peço para que o tempo não adormeça os desejos de 2012.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Não levanto bandeira

Sou filha de pai negro e mãe branca. Sou o que os sul-africanos chamam de "Rainbow Nation", acredito em sincretismos, acredito que ninguém é igual a ninguém, mas todos têm os mesmos direitos. Nunca participei do movimento negro. Minha identidade afro descendente eu aprendi fora de casa, demorei muito pra gostar dos meus cachos rebeldes.

No meu tempo de adolescente não tinha Thaís Araujo, Alicia Keys, Beyonce e tantas outras negras lindas que hoje tem espaço na mídia, o padrão de beleza era outro. Demorei para ver o quanto negros são bonitos, na verdade meus preferidos. Quando aprendi que era bonita, descobri porque aprendi a “ser negra” fora de casa, aqui simplesmente somos pessoas, seja lá a cor que temos, não levantamos bandeira, só vivemos e se alguém se incomoda, é uma pena.

Essa semana fui à mesas de debate na Universidade de Brasília, li manifestos. Toda semana da consciência negra é assim. Ouvi sobre a dicotomia da celebração do dia, sobre o risco de incorrer em preconceito às avessas. Concordo em parte com a citação, uma vez que me faz pensar em ações afirmativas, como a política de cotas.

Desde 2003, existe uma lei que implementa o ensino de História da África nas escolas, mas aposto que o imaginário popular ainda incorre em pensar apenas na áfrica dos escravos e das tragédias. Os debates rasos e a falta de compreensão fazem com que as argumentações sejam fracas e fica esse ar de "compensação". Nada exclui os 300 anos de escravidão e as desigualdades sociais provocadas. A idéia é a naturalização, lembra de quantos amigos negros você teve na faculdade?
Não acho que as cotas sejam solução, mas é um começo, porque falar em educação de base exclui a geração atual. O dia 20 não é só para exaltar a luta, Zumbi dos Palmares, mas reafirmar a beleza, a cultura e mais do que isso, naturalizar a condição do negro.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Fim...

De repente eu me vi ali, numa noite de sábado lendo sobre o fim do amor de alguém e sublinhando frases que poderiam ser minhas. Com as palavras dela eu explicaria o meu fim. Senti uma dor aguda, um medo sufocante e vieram as lágrimas quando o Ipod insistiu em tocar a música que era tão dele.

Eu sabia que acabaria, que tínhamos problemas sérios. No fundo, era melhor assim, mas ainda o queria aqui comigo. Ele me implorou tantas vezes que eu o deixasse, tentou me mostrar que não estava pronto, por mais que acreditasse tanto na gente e insistisse que queria casar comigo.

“Não por conteúdo, mas por formato”, nunca achei que a frase que uso para editar textos serviria para explicar o colapso do meu relacionamento. Sem ele, eu tenho a certeza que não foi a falta de amor que pôs um fim na gente, nunca tive dúvidas sobre o sentimento, a falha foi no trato. Não conseguimos ultrapassar o obstáculo que sempre esteve lá.

Sabiamos que não seria fácil. Eu aceitei, decidi que valia a pena e de fato valeu. Mas de repente eu vi que já não mais cabia nele. A lista de prioridades tinha muitos outros tópicos antes de mim. Me senti mal pela minha falta de compreensão, mas em seguida descobri que não era culpa minha, tão pouco dele. Ele não mais poderia me oferecer o que eu precisava. Não me culpo pelos meus sonhos.

Ele me mostrou “quem eu também poderia ser”, em como podia ser divertida e descomplicada. Insisto em consultar minha memória e ver em que ponto rompemos passamos a “transformar trivialidades em motivo para emburrecimento”.

Com a minha paciência na reserva e um cansaço de tanta complicação nem mesmo consegui dizer “terminamos aqui”, mas ele entendeu e teve mais coragem que eu. Terminávamos ali. Chorei. “É uma dor que tentamos compreender em voz alta”, milhares de linhas escritas, de conversas intermináveis. Eu sei que vai passar, que outros virão, mas o problema é o que ficou. “No amor não existe moral da história”

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Silêncio

Me deixa ficar em silêncio, preciso ouvir o barulho dos meus pensamentos. Resignada no escuro do quarto onde o medo nem sempre consegue me atingir, me deixa ficar. Não quero sentir nada, não me ocupo tentando organizar as idéias, só preciso desacelerar.

Me deixa pensar em planos e desfazê-los com a mesma rapidez que nascem. Sonho de olhos abertos e adormeço esgotada. Tento lembrar dos projetos que se perderam pelo caminho, tento transformar o abstrato em concreto.


Me deixa sofrer. Deixe que rupturas me conduzam à novas fases, saudade não é mensurável. Não me julgues, não me tentes, só fica em silêncio e amanhã eu levanto com a certeza de que é outro dia, um novo dia.

domingo, 17 de outubro de 2010

O presente favorito!

Ela tinha seis anos, há pouco se livrara das rodinhas. Depois de vários tombos e alguns band-aids ela podia finalmente se sentir livre na plenitude de seu equilíbrio. A bicicleta cor-de-rosa com adesivos da Xuxa enfim fora dominada por ela e agora era pequenina demais. Ela precisava de um novo desafio.

O Dias das Crianças era data esperada com ansiedade. A curiosidade dela era daquelas que faz perder o sono, dá coceira em menino e perturba o juízo, diante dela um apartamento fica pequeno para esconder um presente. Então, ao fuxicar o banheiro da dispensa lá estava o objeto de desejo, imponente e vermelha, até brilhava. A espiada não durou muito tempo, ela sabia que alguém poderia aparecer.


E descobriram a espiada. E veio vovô com uma história mirabolante de um sobrinho sabe-se lá de onde, não era lá uma boa desculpa, mas por um momento ela acreditou que o brinquedo não era para ela. Frustração de criança é de cortar o coração, mas eles foram fortes. E chegou o grande dia e nada foi tão divertido quanto o presente do vovô.


Dezesseis anos depois ela ainda lembra da sensação de subir na bicicleta debaixo do bloco e sentir o vento no rosto. Com um pouco de tristeza, lembra da falta que o vovô lhe faz, mas a lembrança deliciosa do pequeno homem de sorriso largo lhe entregando é reconfortante, nenhum dos outros netos terá o que ela teve. Foram muitos presentes, mas nenhum Dia das Crianças é lembrado com tanto carinho.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sonhar Acordado!

VIII FEST-TORTAS DO SONHAR ACORDADO!

Por R$20,00 você terá liberados:
-Tortas doces e salgadas fornecidas exclusivamente pela Torteria de Lorenza;
-Sanduíches Subway;
-Sucos e refrigerantes;
-Pipoca, algodão-doce e cachorro-quente.

Em 2010 o Sonhar Acordado traz para você uma festa como você nunca viu!
Para bancar a nossa Festa de Natal, quando cerca de 600 crianças carentes terão um dia de muita alegria, o Sonhar Acordado promove o nosso VIII Fest-Tortas!

Quando?
Dia 03 de Outubro - dia das eleições - a partir das 18:00.
Um dia de lei seca onde além de votar você pode ajudar o Sonhar a realizar sonhos!

Onde?
No Salão Social da AABB Brasília.
Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 02, Conjunto 17 / 70200-020 / Brasília - DF

Para quem não conhece a ONG, há uns dois anos, em uma das nossas festas grandes para crianças, escrevi esse texto aqui:

Dia de Sonho 2007

Um Dia de Sonho cheio de lições para gente grande. Saldo do evento: um ombro dolorido, uma bolha no pé, um dedo queimado e o mais importante a certeza de ter vivido um dia único. Entregar camiseta, conduzir a chegada, pular catraca de ônibus, receber um monte de abraços e olhares ansiosos, prontos para entrar no mundo da imaginação junto com as princesas. Proporcionar o encontro dos pequenos com seus respectivos “tios” e assistir belos sorrisos.

Dentre as milhares de histórias memoráveis protagonizadas por nossos pequenos, talvez a que sempre me lembrarei é a lição dada pelas crianças da creche Novo Caminhar. Ensinam ao mundo que preconceito é ignorância e estupidez, o carinho pelo Bruno - aquele garoto animado, que, por acaso, anda em uma cadeira de rodas. Pra quem não prestou atenção todas as crianças cuidam e conversam com ele sem qualquer traço de diferença. Aplausos também para o voluntário “tio” do Bruno, que o escolheu e tratou muito bem das duas trocas de fralda, roupas, remédios e os cuidados que ele precisa, claro auxiliado pelas crianças da Novo Caminhar que são excelentes professores.

A energia em volta do ginásio com a Batalá e as crianças por entre as percussionistas foi inexplicável, voluntários, coordenadores e pequenos foram levados ao delírio. O mais divertido de assistir aconteceu quando as crianças receberam as baquetas e a permissão para batucar.

Ver as voluntárias exercendo seu instinto materno, dando comida, fazendo dormir, ensinando coisas e ver os voluntários bagunçando com as crianças, rolando na grama, carregando criança nos ombros. Assistir os acordos (ou as tentativas de) entre os pequenos e os tios foram as cenas que fizeram tudo valer a pena.

A prova da nossa total inexperiência em trabalhos domésticos protagonizou histórias engraçadíssimas, aquelas coisas que a gente só vê no Sonhar, como a caixa d’água, a fantasia de Cinderela presa na Cecília no fim do dia, e tantas outras. Mas todo o trabalho, corre-corre e o cansaço pós-evento não são nada se comparados a beleza do dia.

Como disse a palestrante do zoom todo mundo tem problemas, alguns são maiores que os nossos, por isso, ao menos pontualmente, podemos fazer sonhar. Domingo tenho certeza que muito voluntário sonhou acordado.


domingo, 26 de setembro de 2010

“Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho...”

Existem dons inexplicáveis, que vem sem avisar, sem pedir autorização e ocupam todo o espaço. Pessoas que simplesmente nascem predestinadas , não importa o tempo, a dificuldade, o preconceito, elas apenas seguem. Assim, o samba tem sua dama, Dona Ivone Lara preenche o palco como quem valsa, com elegância, retrato de uma mulher que pensou à frente de seu tempo e que cumpre seu destino.

“Um sorriso negro, um abraço negro, traz felicidade”
No auge dos seus quase 90 anos, Dona Ivone encantou o público que foi ao Teatro Nacional. Caminhando com dificuldade e ajuda do neto foi recebida por aplausos de uma platéia de pé. Ao lado do parceiro de composição há 35 anos, a cantora mostrou toda potência vocal e brincou como clima árido da cidade. “Me desculpem a voz rouca, mas aqui está difícil”. Cantou sentada em um lugar que parecia ser só dela, ninguém mais estaria tão à vontade ali.

“Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho”
Dona Ivone nasceu em meio a sambistas e chorões. Aprendeu cavaquinho ainda menina, em um tempo que mulher no samba era algo inimaginável. Foi enfermeira e assistente social e só depois da aposentadoria lançou seu primeiro disco. Lançado em 1970 pela gravadora Copacabana, o Samba 70 marcava o inicio da carreira profissional.

“Já no amanhecer do dia, a suntuosidade me acenava e alegremente sorria. Algo acontecia, era o fim da monarquia”
Foi a primeira mulher a compor um samba enredo. Em 1978, “Sonho Meu" levou o prêmio de melhor música do ano, na voz de Gal Costa e Maria Betânia. De lá para cá são inúmeras as canções que se fazem presentes em todas as rodas de samba. São mais de 300 composições gravadas pelos mais diversos nomes da música brasileira.

“Olha como a flor se acende quando o dia amanhece. Minha alma se esconde, esperança aparece”
Dona Ivone contou um pedacinho de sua história. “Eu tinha um primo que me ouvia, e dizia que ia levar meus sambas pra escola, eu dizia que sim, depois ele sinicamente dizia que era dele. Não me incomodava, era como as pessoas conheciam algo feito por mim”, confessou a cantora. O primo era Mestre Fuleiro, a escola era Prazer da Serrinha, que depois se tornaria G.R.E.S Império Serrano.

“Mas quem disse que eu te esqueço, mas quem disse que eu mereço?”
Quem assistiu a elegância da senhora que nasceu para a música. As músicas que falam sobre aquilo que sentimos, mas não sabemos colocar no papel. Ao fim do show, passo lentos para sair do palco e ela fala. “To velha mesmo, ta ruim aqui” . E alguém grita “maravilhosa” e não há palavra melhor para defini-la. E a platéia segue. “Acreditar? Eu não. Recomeçar? Jamais. A vida foi em frente e você simplesmente não viu que ficou pra trás....”

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

E vem a idéia....

Tem texto que nasce pronto. De repente vem uma idéia, os dedos deslizam pelo teclado, as palavras se encaixam e a história simplesmente surge. Tem personagem que voa sozinho, sem ter muito o que pensar sobre, ele desenha a própria trajetória.

Mas há sempre os desafios, aqueles que a gente não sabe para onde levar, que precisam ser guiados e que podemos transformá-los em grandes sucessos ou em estupendos desastres. Confesso meus sérios problemas em definir personagens. Não é fácil aplicar rótulos e escolher caminhos para alguém que é uma extensão de você.

Respeito os grandes autores da literatura nacional e internacional, que fazem o que eu não sei fazer, pela forma com que guiam seus personagens e leitores. Nos envolvemos, apaixonamos, odiamos e torcemos por histórias tecidas com uma perspicaz riqueza de detalhes.

Nas caracterizações absolutamente humanas, encontramos nossas qualidades, nossos defeitos, nossos sonhos. Entramos em contato com novas realidades. Dom Quixote, Capitu, Pedro Bala, as irmãs Walsh, Bruno e tantos outros. E eu me pergunto porque ainda se lê tão pouco nesse país.

Tem história que já vem pronta. A minha anda se trilhando por aí, mas é nas palavras que eu posso me perder e me encontrar. Meus textos não nascem prontos, são a minha mais simples extensão.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Para você, não!

Não vou sair por aí oferecendo o melhor de mim a você que nem mesmo merece meu respeito. Hoje decidi que você só terá o necessário, assim, aos poucos, até eu conseguir te deixar. Não vou deixar que você leve pedaços importantes da minha vida. Não vou me deixar corromper, não vou acreditar nas suas idéias nem na sua forma deturpada de enxergar a realidade. Não vou me medir por você.

Não vou discutir, não vou brigar, não vou gastar meus argumentos com você. Um dia eu vou te deixar, aí sim, vou querer voltar e falar o que precisa ser dito, na verdade vou provar que sou melhor que você. Sem ressentimentos, entendo seu sentimento, deve ser bem difícil ser você.

Posso ser bem melhor do que você pensa, mas também posso ser bem pior do que você sequer um dia imaginou. Não se ofenda, não te desejo mal, a vida já te deu o que merece e é aí que você deve ficar, para sempre. Não quero nada que você possa me dar. Daqui para frente, simplesmente, não ofereço a você o meu melhor.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Copa e o Salomão!

A Copa do Mundo se foi e junto com ela o sonho do hexa campeonato brasileiro. Agora só em 2014. O que ficou foi a nossa revolta de torcedores apaixonados, tiramos as bandeirinhas do carro, guardamos as barulhentas vuvuzelas e dispensamos as camisas canarinhas, só daqui a quatro anos isso tudo volta a sair do armário.

Holanda e Espanha disputaram a final no último domingo. A Laranja Mecânica, que nos mandou pra casa e mandou o Uruguai para o quarto lugar, acabou com o vice-campeonato pela terceira vez. Enquanto a desacreditada seleção Espanhola levou pela primeira vez o campeonato para casa.

Mas nem tudo foi tristeza, se choramos na sexta - eu chorei junto com Júlio César -, no sábado descobrimos que 2x1 nem era tão ruim assim. Assistir a Argentina perder de quatro – mesmo com trocadilho infame- melhorou o humor nacional. França e Itália que ficaram ainda lá na primeira fase. Gana que perdeu a classificação em um pênalti no último minuto da prorrogação. Teve torcedor que sofreu mais que a gente.

Na famigerada sexta em que o Brasil perdeu da Holanda eu voltei para trabalhar. Bom mesmo- ou nem tão bom assim – foi assistir a passionalidade que vivemos nossa derrota, era gente chorando, gente gritando e gente mal-humorada. As ruas cheias e o povo impaciente nas filas, cada um externava a raiva como dava, afinal a Copa para nós tinha acabado.

Do outro lado do atlântico, o que ficou como imagem de toda revolta nacional foi o vídeo do Salomão, que com seus 12 anos ainda não viu um título da seleção - em 2002 ele ainda era muito novinho para lembrar. Inconsolável, ele chora e grita com a mãe “E se daqui a quatro anos eu morrer???”. Sobrou para o vilão do nosso time "O Felipe Melo, aquele viado!". E pro juiz também.

Futebol é das coisas menos importantes definitivamente é a mais importante. Mas a gente já sabia, time mal escalado não ganha Copa. Tudo bem Brasil, até 2014 e que venha o título para mim e para o Salomão, que terá 16 anos e não 18, certo mãe do Salomão?!


domingo, 27 de junho de 2010

E dez anos se foram...

Naquele ano ela faria dez anos de fim do segundo grau. A escola já era apenas um conjunto de memórias, algumas boas outras não tão boas assim. Agora, ela segurava aquele convite para o baile dos ex-alunos da mesma forma – e com o mesmo medo- que agarrava os boletins bimestrais. Tinha uma decisão importante ali.

A vida não tinha seguido os planos da adolescência, alguns sonhos tinham se perdido pelo caminho, novos apareceram e ocuparam o lugar dos antigos. Já não se achava capaz de mudar o mundo, deixara de ser uma questionadora feroz. A idade tinha acalmado o gênio forte.

Ela era bem sucedida, jornalista, pós-graduada e recém mestre. Mas ao invés de correspondente de guerra, ela escrevia sobre o comportamento cosmopolita em uma revista feminina de grande circulação. Não eram os problemas mundiais que passeavam entre as linhas de seu texto, sim os cosméticos anti-rugas e os lançamentos do mundo da moda.

Com aquele convite em mãos, ela decidiu checar os compromissos da data, podia ser bom reencontrar o passado. Lembrou que antes suas agendas eram recheadas de recadinhos, colagens e confissões de sentimentos que só ela conhecia. Em algum canto do armário, os diários ainda existiam, guardavam as memórias de um tempo especial.

Era hora de abrir sua cápsula do tempo, talvez descobrisse em que ponto se perdeu em meio a rotina. Tirou a caixa empoeirada e a observou, não sabia o que sairia dali. O apartamento de repente pareceu pequeno para a quantidade de lembranças que se abriam diante dela. Existiam feridas que ela teimava em não reabrir, não sabia se estava pronta.

O primeiro beijo. O amor arrebatador. A primeira transa. A desilusão de algo que enfim não era tão para sempre. O fim do colégio, as promessas de amizade eterna. Como perdera tanta gente pelo caminho? Era com ele que ela iria casar e ela seria madrinha de seu casamento. Por que ainda moravam na mesma cidade e se viam tão pouco?

As páginas descreviam sua primeira grande perda. A morte do avô lhe causara danos, uma montanha-russa de emoções, não sabia como alguém podia ter sido levado dela tão rápido e sem aviso prévio. Tudo escrito em detalhes, a notícia, os dias sem comer, a família reunida, os parente de fora e a dor que parecia incurável. Chorou.

Veio o vestibular. As primeiras aulas na faculdade. O jornal laboratório, os congressos, os concursos. Enfim a graduação, novos sonhos e mil expectativas. O primeiro emprego,não tão dos sonhos assim. A especialização fora do país, novas promessas, e a volta não tão planejado. Tudo ali, narrado por quem mais conhecia cada história.

O emprego na ONU ficou para depois. O convite para a revista. A idéia era ficar um ano, mas veio a promoção e outra e lá se iam quatro anos. Os objetivos tinham mudado, a idéia de realização já tinha um novo sentido e ela não sabia se a mudança de paradigma lhe agradava tanto. Ficou confusa.

Olhou o convite mais uma vez, pensou em que roupa usaria. A escolha não foi fácil, o espelho teimava em apontar falhas, mas ela foi firme e saiu para o baile. No caminho ainda pensou em voltar, alguns ela ansiava por ver, outros torcia pela ausência. Estacionou e teve medo, esqueceu como seria difícil pisar ali sozinha. Entrou no salão e um abraço conhecido lhe fez lembrar porque quis tanto estar na festa, pensou em como tudo era tão mais simples naquele tempo. Simplesmente Sorriu.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Afinal, é dia de jogo!

Você sabe que seu dia vai dar errado quando logo você, acostumada a só acordar depois do soneca do telefone celular, abre o olho antes do despertador pensar em tocar. Pronto, deu zica. Daí para frente só piora, a roupa que tinha pensado em usar desaparece misteriosamente do armário, a blusa do Brasil parece que saiu de uma garrafa de tão amarrotada. Mas tudo bem, depois de lutar contra um frio, você coloca a bandeirinha no vidro e sai de casa e vai trabalhar cedo, afinal hoje é dia de jogo.

Hoje pela manhã, o ônibus da seleção não estava lotado, como diz o letreiro lá na África, isso porque o Brasil inteiro não estava lá dentro, estavam todos na saída do Lago Norte, foi o pior engarrafamento de todos os tempos. Ainda mato os velhinhos que foram contra a ponte dos meus sonhos, aquela que já ia me deixar dentro da Universidade.

No caminho para o trabalho só conseguia efetuar a matemática de que eu trabalharia minhas normais seis horas, os caixas ficariam cinco horas no banco e o cara do meu lado que normalmente faz oito, também faria jornada de seis, com uma diferença básica, ganhando bem mais que eu. Ou seja, eu fui a única ferrada. A vida não é justa, mas tudo bem, afinal é dia de jogo.

Mais engarrafamento, bar lotado, senta todo mundo – não importa aonde- que vai começar. O Galvão anunciou “Bem amigos da Rede Globo!” e a bola rolou no campeonato de futebol mais importante do mundo. O sucesso do meu dia dependia daqueles onze jogadores vestidos com a amarelinha. Não importava mais o resto do dia, afinal era Copa do Mundo.

O gol demorou, a gente sofreu com a péssima performance do número 10 da seleção. 45 minutos e nada, parecia que nem pedalada, nem jogada ensaiada iam resolver. Intervalo para acalmar os ânimos, arrumar lugares melhores na platéia. Veio o segundo tempo, dois gols e a redenção. De brinde veio o gol da Koréia, mas tudo bem, afinal era dia de jogo e vencemos!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ESCORPIÃO (23 outubro a 22 novembro):

"Você é o pior de todos: desconfiado, vingativo, obsessivo, rancoroso,frio, orgulhoso, pessimista, malicioso, cínico, fofoqueiro e traiçoeiro nos negócios. Você é o perfeito filho da puta, só ama sua mãe e a si mesmo. Aliás, alguns de vocês não amam nem a mãe! O escorpiano leva jeito para terrorista, nazista, dentista, fiscal da receita e juiz de futebol."

Meu signo não tem a melhor das descrições, mas tem horas que eu acredito piamente nele, não nas previsões é claro, mas nas definições da minha personalidade.

Não sou Poliana, não fico sempre vendo o lado positivos dos acontecimentos. Tem dia que quero é mandar tudo e todos para bem longe. Eu choro, sofro e me sinto sozinha.

Também não tenho vocação para o drama e detesto gente que só reclama. Minha falta de paciência me faz uma pessoa bem intolerante, o que remete a descrição agradável do meu signo. Gente bozinha demais me causa desconfiança, prefiro gente que fala demais - É, eu gostava da Isabel da novela - claro que há um preço que se paga por isso, as vezes ele é bem alto.

Alguns dias meu mau-humor ultrapassa todas as barreiras do suportável, nem eu me aguento. Mas me defendo, tenho um lado bom, preocupado e perfeccionista. Não virei nazista, tenho medo de dentista e acho que arranjaria muita encrenca se resolvesse virar juiza de futebol. Ah e eu amo a minha mãe!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sempre a verdade???

Quando eu era pequena me ensinaram que o importante era dizer sempre a verdade, mentir era absolutamente imperdoável. Depois, aprendi o conceito de “mentiras sociais”, aquelas que auxiliam a manutenção do convívio em sociedade. Agora eu descubro que falar a verdade “doa a quem doer” afasta muito mais do que atrai pessoas.

Não submeto minhas opiniões à censuras, tenho problemas em mentir apenas para falar o que as pessoas querem ouvir. Acredito em verdades inconvenientes, mas cada vez mais me vejo em posições que preciso pensar muito bem em como e o que falar.

As pessoas procuram as outras não para agregar idéias e discuti-las, elas o fazem simplesmente para legitimar suas teses. Por mais hipocrisia que isso soe, é como acontece. Já vem com a história pronta, só querem que você lhes dê razão.

Me pergunto o que está certo, porque determinadas mentiras são capazes de proteger e se há uma verdade que ninguém desmente é que pessoas mentem. Mas então alimentar a hipocrisia em prol do social ou continuar falando demais e correndo risco de ser taxada de grosseira?

Admito que vejo algumas figuras como “caso perdido” e me reservo o direito de nem gastar meu português. Não me stresso, as vezes me afasto e fico ali balançando cabeça no estilo platéia bem ensinada. Mas não sei se me sinto bem com isso.

Nessa eu não tenho respostas. Eu só sei que comigo é sempre a verdade!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quando a inteligência vence...

Não faz mal ler o jornal de vez em quando, saber a quantas anda a política nacional, escutar algo além de “rebolation”. Enfim, usar a inteligência não mata, nem mesmo machuca. Nada melhor que boa conversa, sentar com o amigo economista empolgado com a aprovação na certificação internacional, ou com o primo animado com os primeiros semestres de faculdade, ou ainda com o músico apaixonado. Nem vou falar sobre cantadas inteligentes que aí é jogar baixo.

Nada mais sexy do que ouvir um homem que entende um pouco além de suplementação alimentar e pit bulls. Eles ficam muito mais interessantes quando a assunto da conversa ultrapassa o BBB. Foi mal, mas não estudei feito uma condenada para sair por aí ficando com caras que enchem a boca para dizer que Maquiavel escreveu “O Pequeno Príncipe”, o último livro que a criatura leu foi “A Bolsa Amarela” , ainda no pré- escolar. Por favor, me venham com neurônios e não com músculos, prefiro os nerds candidatos a Bill Gates aos sarados burros.

Sou filha de pais exigentes, daqueles que tirar 10 não era “nada mais que a obrigação”, passar com 5 era motivo de castigo e recuperação seria a morte. Tudo bem, na época de escola eu ficava brava e revoltada, mas me ensinou muito. Não me contento com o mínimo, corro atrás e não sou alienada do mundo – valeu pai pelas assinaturas diárias de jornais. Dedicação é o que faz a diferença, estudar não é tortura e ler também não mata, nem exige tanto esforço assim.

Para os que já trabalharam em redação sabem que o ambiente chega a ser insalubre, mas pelo menos por lá a briga é para saber quem é o mais inteligente e a disputa é acirrada. Diferente do ode a inteligência que se vê em outros lugares, em que a rotina da ignorância é bem vista e até ler as notícias da empresa são uma enorme dificuldade.

Se meu abdômen me desse dinheiro eu até me mataria numa academia, mas não é o caso. Nasci com pudor - fica para próxima BBB – o que elimina algumas possibilidades de enriquecimento fácil. O que eu sei fazer? Estudar, todo o resto veio daí, muito esforço e pouco dinheiro na conta. Na próxima vida quero vir bonita e bem burra, porque inteligência anda meio subvalorizado por aí, mas até lá... para mim a inteligência sempre vence.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Como se funcionasse...

Ela decidiu gostar de quem gostava dela. Ele era mais novo e pouco atraente, mas sempre estava lá. Era dedicado, fazias declarações de amor e a respeitava. Ela descobriu que era bom ser bem tratada, só para variar.

O tempo foi passando e ela não se apaixonou. Não sentia borboletas no estômago, não suava frio, tampouco perdia a fala perto dele. Mas também não estava ruim e ela foi ficando, afinal ele podia aprender ainda.

Ela começou a entender as celebridades, ter fã não é uma coisa tão boa assim. Admiração e respeito em demasia chegam ao “sem graça”, muito rápido. E ela resolveu inovar, como última tentativa.

Langerie preta, meia-calça, venda e uma champagne francesa no gelo. E faltou a pegada. Nessa hora ela só queria que ele assumisse o comando, só queria o homem, mão grossa, costas largas e olhar dominador, mas ele faltou e no lugar ficou só o fã com carinha de admirado.

Ela descobriu que não era fácil gostar de quem gostava dela. Algumas coisas ela simplesmente não queria ensinar. Acabou. E agora ela anda por aí exigindo as borboletas!

domingo, 11 de abril de 2010

Ou lá na favela a vida muda....

Minha homenagem e solidariedade para a uma cidade que amo tanto e ainda tenta se recuperar da tragédia dessa semana. Chegou a hora de resolver...

Nomes de Favela
(Paulo Cesar Pinheiro)
O galo já não canta mais no Cantagalo
A água já não corre mais na Cachoeirinha
Menino não pega mais manga na Mangueira
E agora que cidade grande é a Rocinha!

Ninguém faz mais jura de amor no Juramento
Ninguém vai-se embora do Morro do Adeus
Prazer se acabou lá no Morro dos Prazeres
E a vida é um inferno na Cidade de Deus

Não sou do tempo das armas
Por isso ainda prefiro
Ouvir um verso de samba
Do que escutar som de tiro

Pela poesia dos nomes de favela
A vida por lá já foi mais bela
Já foi bem melhor de se morar
Mas hoje essa mesma poesia pede ajuda
Ou lá na favela a vida muda
Ou todos os nomes vão mudar

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Já pensou em ser feliz???

O que aconteceria se simplesmente parasse de procurar problemas? Simplesmente deixar a vida rodar, o beijo durar e o tempo curar. Que tal apenas ser feliz?

Reclame menos, saia mais. Aproveite os amigos e perca tempo de pernas para cima. Se jogue no sofá, se entupa de sorvete e ria do filme velho na tv. Coloque os pés na areia, se encoste na cabeceira e faça o tempo estacionar.

Ame quem merece. Limpe o armário e se desfaça do que não convém. Doe tempo, descubra que o mundo não gira em torno de você. Ofereça sorrisos a um desconhecido e conheça gente que de fato tem problemas.

Dirija sem rumo. Reencontre sua família e reconheça o valor que eles têm. Viaje para longe, mergulhe na piscina, fotografe o presente e resgate o passado. Dance, escute música alta e ensurdeça os vizinhos.

Descubra o maravilhoso poder de um “não”, mas saiba ceder. Aprenda a não mais mentir. Prefira ser o que a ser o que esperam que você seja. Agregue e não segregue. Um só não substitui todo o resto. Perceba que se ciúme só faz mal a quem sente.

Não peça aprovação. Não procure questionamentos. Que tal apenas ser feliz???

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Elas também cometem gafes

“Amiga há quanto tempo. Você tá linda grávida, é menino ou menina?” e ela responde: “É eu acho que engordei um pouquinho!”. Eu sou dessas. Que falam demais e vivem dando foras por aí, tipo “rainha das gafes”. “Oi Fulano. Cadê o fulano, ele não vem?” e a garota: “A gente terminou e eu prefiro não falar sobre isso”.

Tudo bem, com o tempo aprendi a falar menos e observar mais, porém a garota que ia casar, já tinha data marcada e tudo mais e de repente – não mais que de repente - separa podia ao menos espalhar a notícia. A outra que era magra feito uma vareta e virou modelo da Tropigás também deveria alertar as pessoas.

Ontem tive a prova que gafes não são privilégios de anônimos como eu. Ivete Sangalo mandou mal em rede nacional, durante a final do Big Brother Brasil 10 – sim eu me rendi e assisti confesso. Depois que a minha mãe, fiel torcedora do Dourado, me explicou toda a trama eu entendi o fora da Ivete.

A cantora baiana em meio ao seu show no programa soltou. “Essa canção vai em homenagem a Lia e ao Cadu, uma história que vai começar aqui fora, tenho certeza”. A Ivete só esqueceu que o belo rapaz não pegou ninguém na casa porque namorava, e mais ainda, a respectiva namorada estava presente na platéia. Ups!

Não mostraram a namorada no momento da gafe, mas quando o bonito saiu rolou um beijo de novela na mocinha. Fiquei esperando a retratação, mas a Dona Ivete aprendeu com a minha mãe que “m*** quanto mais mexe mais fede” e ficou bem caladinha. Nada se falou sobre o assunto. Mas não por muito tempo, porque os sites de fofoca bombaram a notícia.

Pelo menos as minhas gafes são mais particulares. Ela teve que se explicar : "A namorada estava praticamente na minha frente. Ele saiu e a beijou, e eu bem abeatada só me perguntava... Oxe, não era Lia? Que cantora burra! E depois fiquei com cara de dó porque ela não sabia que eu não sabia! Mas ela aceitou minha piscada de olho e sorriu! Sou tapada, todo mundo sabia menos eu!".

Para completar a situação, a baiana ainda encontrou o namorado de Lia no mesmo restaurante que estava. "E para fechar a noite, encontrei o namorado da Lia, que eu já conhecia, no mesmo restaurante. Aí eu disse a ele, bem meiga, que desejava parabéns e que tivesse boa sorte com a namorada. Ai que mico!". Ivete contou no twitter.

Valeu Ivete, somos super companheiras. “Gafe Queens” Rocks!

domingo, 14 de março de 2010

Deficiência delas...

Tive, tenho e acho que sempre terei problemas de compatibilidade com mulheres, isso por acreditar que existe muito potencial desperdiçado. Inteligência mal utilizada. Não quis escrever nada clichê sobre o Dia Internacional da Mulher, mas confesso que pensei sobre o tema.

Se por hora nos aproximamos da equidade de gêneros, nos distanciamos da independência emocional. Assisto garotas que determinam a vida pela existência dos namorados, mulheres que se emburrecem em função de maridos que nem mesmo as tratam bem. Acredito não ser possível mensurar a capacidade de uma mulher tolerar os destratos de um homem quando ela admite que ou é ele ou não é mais ninguém.

Nunca vou conseguir conceber o fato de uma mulher ser feliz se submetendo à vontade de outro, sinceramente não acredito em altruísmo. Mais ou menos como a personagem de Júlia Roberts em o “Sorriso de Monalisa”, que se sente incapaz quando vê uma de suas alunas mais brilhantes abrindo mão da graduação em Yale para “pôr o jantar às 17h na mesa”.

Acredito que em relacionamentos abrimos mão de muita coisa. Por amor, ou pelo bem do outro, fazemos coisas que antes víamos como inconcebíveis, o que é normal, mas é preciso estabelecer limites. Esquecer a família, não conseguir deixar o sujeito por 2h para bater um papo entre amigas e assim ir deixando cada vez mais as amizades de lado. Até que precise delas. Ninguém é uma ilha e pode ser que as pessoas não estejam mais lá quando precise delas.

Não sei se sou diferente e por isso me orgulho, ou se sou muito orgulhosa e por isso sou diferente. Vivo bem dividindo meus amores, em determinadas horas amigos podem assumir o papel de “pessoa mais importante da minha vida”, assim como ninguém tira esse posto da minha família. Decepções me ensinaram a cuidar muito bem dos que me amam.

Peço desculpa pelas generalizações, mas observei exemplos vivos durante esta semana das condutas descritas. Se nós somos mais organizadas e determinadas, conseguimos nos dividir entre família e trabalho, além de muito mais dinâmicas, por que o mundo ainda é deles? Tive, tenho e acho que sempre terei problemas de compatibilidade com mulheres.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

E o carnaval se foi....

Se no Brasil o ano só começa quando acaba o carnaval, em Brasília 2010 foi um pouco diferente. A coisa por aqui anda estranha, antes da festa pagã o governador já estava preso, o vice já anunciava a renuncia, o presidente da câmara já tinha até escolhido em qual das residências oficiais ia morar...

Assistimos o Ministro Marco Aurélio de Mello negar um pedido de habeas corpus, acabando com a tradição política de medidas preventivas. Mas nos deparamos com a lei orgânica que diz que para instaurar um inquérito de impeachment contra o governador é preciso ter dois terços dos votos dos deputados.

O governador Arruda (ex-DEM) já completa dez dias na superintendência da polícia federal. O vice Paulo Otávio (ex-DEM)- aquele que votou à favor do Collor (PRTB/AL) no impeachment- anunciou a renuncia após 288 horas de governo. Chega ao cargo o deputado Wilson Lima (PR), presidente da Câmara, depois que o deputado Leonardo Prudente (ex-DEM) também se afastou, depois das meias ficou feio permanecer no posto.

Considerando que o período das convenções partidárias já acabou, os envolvidos estão todos inelegíveis, se nada acontecer, pelo menos não voltam no próximo mandato. A decisão do diretório nacional do DEM no dia da prisão de Arruda - saída imediata dos cargos- provou o medo do partido em tempos de eleição.

O perigo da intervenção federal amedronta quem ainda ficou no governo. Se discute soberania do estado, valorização do trabalho dos brasilienses, o que é muito bonito, mas eu sinceramente não confio nas atividades desenvolvidas pela câmara legislativa. A linha de sucessão está virando piada, a auditoria seria bem vinda sim. Quem não deve não teme meus caros.

A cidade
No mar de lama que a cidade se enfiou, só na escola de samba Beija-Flor vimos uma Brasília apolítica, o que é facilmente compreendido se pensarmos que alguns bilhões saíram dos cofres do GDF. Mas aqui não é assim, essa é a cidade que para quando descobre que o governador está na sede da polícia federal e corre para lá, nem que seja só para ver o movimento.

É a cidade onde a esfera pública e a privada se misturam. O deputado da meia pode ter sido seu vizinho, o governador corrupto pai de um colega de escola e o engenheiro subornador já trabalhou com alguém próximo à você. Todo mundo conhece alguém que conhece alguém em Brasília, as informações chegam antes dos jornais.

Agora o carnaval se acabou, a Beija-Flor ficou com seu terceiro lugar e em Brasília ainda teremos acontecimentos para lotar os cadernos de política local. Façam suas apostas, esse ano vai ter eleição. O ano começou.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Quando você não vem...

Quando você não vem, eu tenho tempo de fazer as unhas, de cortar o cabelo. Posso finalmente arrumar meu armário e jogar fora o que não uso mais. Consigo ir ao salão, passear pelas liquidações e fazer coisas que meninas fazem.

Quando você não vem, eu estudo horas as apostilas que já estavam fazendo aniversário na minha mesa. Leio os livros que sempre quis ler e posso pensar na minha ânsia de eterna de que nunca vou conseguir ler tudo que quero.

Quando você não vem, eu posso sair e simplesmente reclamar da vida. Vou ao parque, decido voltar a correr e ser mais saudável. Posso ficar parada no trânsito, não me stressar com a sujeira do carro e esquecer de olhar as horas.

Quando você não vem, eu tenho tempo de me sentir sozinha. Tenho tempo de pensar em você, de pensar em nós. Tenho tempo de lamentar, de sentir sua falta. Eu posso chorar baixinho sem que ninguém escute e não me importar com a sua preocupação.

Posso passar o dia de pijama, assistir a um monte de programas ruins na TV. Escutar todas as músicas bregas que lembram minhas antigas dores de cotovelo. Saio sem hora pra voltar e me abandono no sofá da sala. Posso parar de programar o fim de semana e eu posso morrer de saudade, porque, afinal, você não vem.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Só em novela....

Sempre ouvi que algumas coisas só acontecem em novelas. Para os atoas, que como eu, andam acompanhando a novela das oito da Rede Globo é possível comprovar empiricamente a sentença. Sim, porque na trama mais politicamente incorreta da programação aberta o personagens se superam a cada dia.

Se considerarmos que a mocinha é casada com o Zé Mayer, um coroa que está falido e ainda sai por aí “bonitando” e traindo, dispensar o Thiago Lacerda por semanas é o maior dos absurdos da vida.
Para agravar a situação irreal, a personagem hoje sofreu depois de finalmente beijar o rapaz. Ele definiu uma nova categoria de beijo – pausa para suspiro - e a televisão passou a exercer uma força hipnótica sobre muita gente. Ah e 100% das mulheres que eu conheço andam querendo um igual por aí.

Se fosse na vida real questionaríamos dinheiro, filhos status. Mas a Helena (Thaís Araujo) é uma modelo milionária que faz o estilo “mulher independente”. Filhos com o tio Mayer ela não tem. Ah para, vai logo pegar o Thiago Lacerda que até a trilha sonora é melhor- nada contra Gal Costa.

A outra maluca da novela é a Betina (Leticia Spiler), uma típica perua da zona sul carioca, que passa o dia inteiro na academia. Resistiu por semanas as investidas do Carlos Casa-Grande (companheiro de malhação da personagem) até que resolveu ceder. Ufa!
Tudo bem, ela é casada e fiel, mas o marido é apaixonado pela prima dela e o cidadão já cantou todas as personagens que usam saias da novela. Como diz Ana Carolina “malandro e folgado comigo não dura mais nem um luar”. Oi alguém reparou que o Casa-Grande tem uns dois metros de altura, olhos azuis, ombros largos....???

O marido que não merece respeito ainda pretende trocar a Leticia Spiler pela Camila Morgado. Homens por favor se manifestem, mas a Babaloo é bem mais bonita ao meu ver. Enfim, nessa novela maluca certa só a pirralhinha que contou para mãe que viu a Helena beijando o amigo com a seguinte frase: “era o moço mais lindo que eu já vi na vida e o beijo era de artista”. E era mesmo....







terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"Segredo é pra quatro paredes"

Fala baixinho só para eu ouvir. Sussurra em meu ouvido o que só interessa a nós dois. Me confessa que nascemos assim, nem demais, nem de menos, de uma maneira exata. E me prova que tudo vale à pena, que o segredo é nosso.

Não queira partir para o mundo lá de fora. Fica aqui, no nosso universo particular. Não preciso de público, a platéia não me interessa. Não queira ibope, não prove nada a ninguém. O passado perdeu importância, esquece o ciúme, é o futuro o novo personagem da trama.

Deixa a saudade no lugar dela. Participa dos meus sonhos. Me conta os teus planos. Projeta teu futuro ao meu lado. Confessa só para mim. E no fim, me deixa parafrasear o compositor, “segredo é para quatro paredes”.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

E 2009 se foi...

Podia ser só mais um ano indo embora, desses que a gente tem lembranças boas e ruins, que se pega refletindo se quer que se vá ou que fique. Mas para mim não foi só mais um ano, não consegui até agora definir se foi bom ou ruim. Feridas foram cicratizadas, vieram novas dores e a vida deu voltas daquelas que só ela sabe dar.

Por hora, os ares foram de mudanças. Começou com a monografia e a incerteza do que viria depois que finalmente eu recebesse meu canudo. Veio a formatura, logo em seguida a convocação e a entrada definitiva na vida de gente grande. Trabalhar nem é tão bom assim, mas receber salário é ótimo.

Pessoas se foram e deixaram um espaço enorme aberto. Existiram dias em que a dor era tão forte que parecia que nunca ia ter fim, mas decidi deixar doer e ela foi ficando menor. Pessoas vieram. Teve gente especial que se fez mais presente, tive a certeza de que família não precisa de laços de sangue. E assim, também teve gente que mesmo longe ficou muito perto.

Amigos se perderam pelo caminho, foram várias decepções. Decidi ser menos altruísta e mais egoísta, não me culpem por isso, resolvi apenas me manter perto só de pessoas que me fazem bem. Não preciso de gente negativa consumindo minha energia, a vida já se ocupa de me trazer problemas.

Passei o ano fazendo promessas que não cumpri. De malhar mais, de comer menos porcarias, de ler mais livros. De estar mais com pessoas queridas, de me irritar menos com o chato do trabalho. De voltar a dançar, de voltar a tocar. Entre “menos” e “mais”, continuo aqui prorrogando as dívidas para 2010. Sempre achei espertinho o cara que resolveu dividir o calendário em anos, impressionante como ficamos otimistas para o “recomeço”.

E o ano se foi. Em 2009, desafios foram superados, afastamos mais uma vez o fantasma do câncer da minha casa. Sem dúvida um ano importante e inesquecível. E agora eu me pego com um certo medo do que virá, mas com uma certeza que 2009 me deu: não há como controlar absolutamente nada.

Assim, que venha 2010! Feliz Ano Novo!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Feliz Natal!!!!

Natal é uma época divertida. A família se reúne, a comida é farta, as pessoas trocam presentes, mensagens bonitas, cartões, todo mundo se abraça, um clima bacana. Mas é bem nessa hora que acontecem as cenas mais constrangedoras e a falsidade também rola solta. É o momento de dizer que gostou do presente horroroso, da comida sem sal, da mensagem clichê.

Mas a melhor história de natal quem protagonizou foi meu ilustríssimo namorado –tadinho, quando eu escutei eu ri muito, mas fiquei compadecida também. Sem maiores delongas, vamos dizer que a avó dele tem um gosto peculiar ao presentear pessoas. O acontecido foi mais ou menos assim:

- Meu filho, aqui seu presente!
- Brigada Vó – (famosa cara de parede!)
- Fiz um plano funerário para família toda. Para você, sua mãe, suas irmãs. Afinal você vive nessa moto pra cima e pra baixo.
- Sério mesmo? Brigada Vó – (que cara se faz nessa hora???)
- E acho que você devia fazer para o seu filho também.
- Mas ele só tem 2 anos Vó – (bater em avó no natal é contra as regras de boa conduta social)
- Ah meu filho, mas é bom fazer, nunca se sabe!
- ...

Considerando que não é algo que ninguém tenha orgulho em contar por aí eu acredito totalmente na veracidade dos fatos. Ele me disse que não sabia o que pensar na hora, só a parte em que ela sugeriu o mesmo presente para o baby que a situação ficou um pouco mais delicada. As irmãs ficaram, como eu posso dizer, furiosas, nem a paciência materna foi capaz de apaziguar os ânimos.

Minha vovó é sem-noção como todas as outras, mas acho que a dele ultrapassou as barreiras da falta de bom-senso característicos de tias e vovós. Mas olhando pelo lado positivo a história é ótima para se contar por aí. Desculpa, namorado, mas natal é definitivamente uma época divertida.