terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"Segredo é pra quatro paredes"

Fala baixinho só para eu ouvir. Sussurra em meu ouvido o que só interessa a nós dois. Me confessa que nascemos assim, nem demais, nem de menos, de uma maneira exata. E me prova que tudo vale à pena, que o segredo é nosso.

Não queira partir para o mundo lá de fora. Fica aqui, no nosso universo particular. Não preciso de público, a platéia não me interessa. Não queira ibope, não prove nada a ninguém. O passado perdeu importância, esquece o ciúme, é o futuro o novo personagem da trama.

Deixa a saudade no lugar dela. Participa dos meus sonhos. Me conta os teus planos. Projeta teu futuro ao meu lado. Confessa só para mim. E no fim, me deixa parafrasear o compositor, “segredo é para quatro paredes”.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

E 2009 se foi...

Podia ser só mais um ano indo embora, desses que a gente tem lembranças boas e ruins, que se pega refletindo se quer que se vá ou que fique. Mas para mim não foi só mais um ano, não consegui até agora definir se foi bom ou ruim. Feridas foram cicratizadas, vieram novas dores e a vida deu voltas daquelas que só ela sabe dar.

Por hora, os ares foram de mudanças. Começou com a monografia e a incerteza do que viria depois que finalmente eu recebesse meu canudo. Veio a formatura, logo em seguida a convocação e a entrada definitiva na vida de gente grande. Trabalhar nem é tão bom assim, mas receber salário é ótimo.

Pessoas se foram e deixaram um espaço enorme aberto. Existiram dias em que a dor era tão forte que parecia que nunca ia ter fim, mas decidi deixar doer e ela foi ficando menor. Pessoas vieram. Teve gente especial que se fez mais presente, tive a certeza de que família não precisa de laços de sangue. E assim, também teve gente que mesmo longe ficou muito perto.

Amigos se perderam pelo caminho, foram várias decepções. Decidi ser menos altruísta e mais egoísta, não me culpem por isso, resolvi apenas me manter perto só de pessoas que me fazem bem. Não preciso de gente negativa consumindo minha energia, a vida já se ocupa de me trazer problemas.

Passei o ano fazendo promessas que não cumpri. De malhar mais, de comer menos porcarias, de ler mais livros. De estar mais com pessoas queridas, de me irritar menos com o chato do trabalho. De voltar a dançar, de voltar a tocar. Entre “menos” e “mais”, continuo aqui prorrogando as dívidas para 2010. Sempre achei espertinho o cara que resolveu dividir o calendário em anos, impressionante como ficamos otimistas para o “recomeço”.

E o ano se foi. Em 2009, desafios foram superados, afastamos mais uma vez o fantasma do câncer da minha casa. Sem dúvida um ano importante e inesquecível. E agora eu me pego com um certo medo do que virá, mas com uma certeza que 2009 me deu: não há como controlar absolutamente nada.

Assim, que venha 2010! Feliz Ano Novo!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Feliz Natal!!!!

Natal é uma época divertida. A família se reúne, a comida é farta, as pessoas trocam presentes, mensagens bonitas, cartões, todo mundo se abraça, um clima bacana. Mas é bem nessa hora que acontecem as cenas mais constrangedoras e a falsidade também rola solta. É o momento de dizer que gostou do presente horroroso, da comida sem sal, da mensagem clichê.

Mas a melhor história de natal quem protagonizou foi meu ilustríssimo namorado –tadinho, quando eu escutei eu ri muito, mas fiquei compadecida também. Sem maiores delongas, vamos dizer que a avó dele tem um gosto peculiar ao presentear pessoas. O acontecido foi mais ou menos assim:

- Meu filho, aqui seu presente!
- Brigada Vó – (famosa cara de parede!)
- Fiz um plano funerário para família toda. Para você, sua mãe, suas irmãs. Afinal você vive nessa moto pra cima e pra baixo.
- Sério mesmo? Brigada Vó – (que cara se faz nessa hora???)
- E acho que você devia fazer para o seu filho também.
- Mas ele só tem 2 anos Vó – (bater em avó no natal é contra as regras de boa conduta social)
- Ah meu filho, mas é bom fazer, nunca se sabe!
- ...

Considerando que não é algo que ninguém tenha orgulho em contar por aí eu acredito totalmente na veracidade dos fatos. Ele me disse que não sabia o que pensar na hora, só a parte em que ela sugeriu o mesmo presente para o baby que a situação ficou um pouco mais delicada. As irmãs ficaram, como eu posso dizer, furiosas, nem a paciência materna foi capaz de apaziguar os ânimos.

Minha vovó é sem-noção como todas as outras, mas acho que a dele ultrapassou as barreiras da falta de bom-senso característicos de tias e vovós. Mas olhando pelo lado positivo a história é ótima para se contar por aí. Desculpa, namorado, mas natal é definitivamente uma época divertida.