quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

E o carnaval se foi....

Se no Brasil o ano só começa quando acaba o carnaval, em Brasília 2010 foi um pouco diferente. A coisa por aqui anda estranha, antes da festa pagã o governador já estava preso, o vice já anunciava a renuncia, o presidente da câmara já tinha até escolhido em qual das residências oficiais ia morar...

Assistimos o Ministro Marco Aurélio de Mello negar um pedido de habeas corpus, acabando com a tradição política de medidas preventivas. Mas nos deparamos com a lei orgânica que diz que para instaurar um inquérito de impeachment contra o governador é preciso ter dois terços dos votos dos deputados.

O governador Arruda (ex-DEM) já completa dez dias na superintendência da polícia federal. O vice Paulo Otávio (ex-DEM)- aquele que votou à favor do Collor (PRTB/AL) no impeachment- anunciou a renuncia após 288 horas de governo. Chega ao cargo o deputado Wilson Lima (PR), presidente da Câmara, depois que o deputado Leonardo Prudente (ex-DEM) também se afastou, depois das meias ficou feio permanecer no posto.

Considerando que o período das convenções partidárias já acabou, os envolvidos estão todos inelegíveis, se nada acontecer, pelo menos não voltam no próximo mandato. A decisão do diretório nacional do DEM no dia da prisão de Arruda - saída imediata dos cargos- provou o medo do partido em tempos de eleição.

O perigo da intervenção federal amedronta quem ainda ficou no governo. Se discute soberania do estado, valorização do trabalho dos brasilienses, o que é muito bonito, mas eu sinceramente não confio nas atividades desenvolvidas pela câmara legislativa. A linha de sucessão está virando piada, a auditoria seria bem vinda sim. Quem não deve não teme meus caros.

A cidade
No mar de lama que a cidade se enfiou, só na escola de samba Beija-Flor vimos uma Brasília apolítica, o que é facilmente compreendido se pensarmos que alguns bilhões saíram dos cofres do GDF. Mas aqui não é assim, essa é a cidade que para quando descobre que o governador está na sede da polícia federal e corre para lá, nem que seja só para ver o movimento.

É a cidade onde a esfera pública e a privada se misturam. O deputado da meia pode ter sido seu vizinho, o governador corrupto pai de um colega de escola e o engenheiro subornador já trabalhou com alguém próximo à você. Todo mundo conhece alguém que conhece alguém em Brasília, as informações chegam antes dos jornais.

Agora o carnaval se acabou, a Beija-Flor ficou com seu terceiro lugar e em Brasília ainda teremos acontecimentos para lotar os cadernos de política local. Façam suas apostas, esse ano vai ter eleição. O ano começou.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Quando você não vem...

Quando você não vem, eu tenho tempo de fazer as unhas, de cortar o cabelo. Posso finalmente arrumar meu armário e jogar fora o que não uso mais. Consigo ir ao salão, passear pelas liquidações e fazer coisas que meninas fazem.

Quando você não vem, eu estudo horas as apostilas que já estavam fazendo aniversário na minha mesa. Leio os livros que sempre quis ler e posso pensar na minha ânsia de eterna de que nunca vou conseguir ler tudo que quero.

Quando você não vem, eu posso sair e simplesmente reclamar da vida. Vou ao parque, decido voltar a correr e ser mais saudável. Posso ficar parada no trânsito, não me stressar com a sujeira do carro e esquecer de olhar as horas.

Quando você não vem, eu tenho tempo de me sentir sozinha. Tenho tempo de pensar em você, de pensar em nós. Tenho tempo de lamentar, de sentir sua falta. Eu posso chorar baixinho sem que ninguém escute e não me importar com a sua preocupação.

Posso passar o dia de pijama, assistir a um monte de programas ruins na TV. Escutar todas as músicas bregas que lembram minhas antigas dores de cotovelo. Saio sem hora pra voltar e me abandono no sofá da sala. Posso parar de programar o fim de semana e eu posso morrer de saudade, porque, afinal, você não vem.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Só em novela....

Sempre ouvi que algumas coisas só acontecem em novelas. Para os atoas, que como eu, andam acompanhando a novela das oito da Rede Globo é possível comprovar empiricamente a sentença. Sim, porque na trama mais politicamente incorreta da programação aberta o personagens se superam a cada dia.

Se considerarmos que a mocinha é casada com o Zé Mayer, um coroa que está falido e ainda sai por aí “bonitando” e traindo, dispensar o Thiago Lacerda por semanas é o maior dos absurdos da vida.
Para agravar a situação irreal, a personagem hoje sofreu depois de finalmente beijar o rapaz. Ele definiu uma nova categoria de beijo – pausa para suspiro - e a televisão passou a exercer uma força hipnótica sobre muita gente. Ah e 100% das mulheres que eu conheço andam querendo um igual por aí.

Se fosse na vida real questionaríamos dinheiro, filhos status. Mas a Helena (Thaís Araujo) é uma modelo milionária que faz o estilo “mulher independente”. Filhos com o tio Mayer ela não tem. Ah para, vai logo pegar o Thiago Lacerda que até a trilha sonora é melhor- nada contra Gal Costa.

A outra maluca da novela é a Betina (Leticia Spiler), uma típica perua da zona sul carioca, que passa o dia inteiro na academia. Resistiu por semanas as investidas do Carlos Casa-Grande (companheiro de malhação da personagem) até que resolveu ceder. Ufa!
Tudo bem, ela é casada e fiel, mas o marido é apaixonado pela prima dela e o cidadão já cantou todas as personagens que usam saias da novela. Como diz Ana Carolina “malandro e folgado comigo não dura mais nem um luar”. Oi alguém reparou que o Casa-Grande tem uns dois metros de altura, olhos azuis, ombros largos....???

O marido que não merece respeito ainda pretende trocar a Leticia Spiler pela Camila Morgado. Homens por favor se manifestem, mas a Babaloo é bem mais bonita ao meu ver. Enfim, nessa novela maluca certa só a pirralhinha que contou para mãe que viu a Helena beijando o amigo com a seguinte frase: “era o moço mais lindo que eu já vi na vida e o beijo era de artista”. E era mesmo....