sexta-feira, 10 de junho de 2011

Por favor 12 de junho, uma trégua!!!

- Olá, tudo bem? Ta vendo presente? Posso ajudar?
- To sim, acho que pode!
- Temos várias opções para namorado!
- Moça, é meu primo. Quando a gente era pequeno ele corria atrás de mim com cigarras mortas, a última coisa que quero na vida é ele como namorado.




Pausa para o silêncio. Nessa hora eu não sei se tenho uma crise de riso ou caio no choro compulsivo. Vendedores, mais cuidado, a mulherada anda desesperada e deprimida por aí, numa dessas vocês podem provocar mortes- incluindo a sua. Dia dos Namorados mexe com o humor das pessoas, acho que indiferente ninguém passa pela data.
Fui comprar um livro essa semana e a livraria estava toda cor de rosa e cheia de corações. Ah pára, não tem nada de romântico em Teoria da História. Ok, os nerds também amam, mas era uma livraria, li-vra-ri-a. Que desnecessário.

E pros mais azarados, o pessoal da Playboy escreveu:

Joguei “Dia dos Namorados” no Google e apertei “Estou com sorte”. Apareceu: “ta nada”
Momento mágico: um dia ela me disse que me amava e no outro sumiu.
Deus tem um plano para cada um de nós. No meu caso, espero que tenha um B.


Atenção sites de compras coletivas, não estou interessada em flores, reserva em hotel, cesta de café da manhã e nada do gênero. Minha vontade de consumir é inversamente proporcional à quantidade de propagandas que recebo por dia.


E como já disse Martha Medeiros, vamos falar de sacanagem, bem suja, feia e completamente livre de ética. Porque é isso que fizeram com a gente, nos fizeram acreditar em um monte de contos de fadas, relações especiais e perfeitas, acasos fantásticos, quando no mundo real tudo é tão diferente. Acho que vou fazer uma campanha: Pelo fim das idealizações, quero amores cheios de defeitos!


Nem quando eu namorava tive excelentes 12 de junho sempre dava uma zica. Mas não sofro com ele, nem acho uma invenção do capitalismo para nos fazer comprar desenfreadamente. Acho até legal, hoje fui até comprar o presente para a mulher de um amigo de trabalho no lugar dele. Ontem, convenci outro a comprar uma cesta de café da manhã para a esposa.

Por favor 12 de junho eu estou solteira, dá uma trégua! Me larguem corações cor de rosa, eu to bem com o meu coração sozinho! Dia dos namorados mexe com o humor das pessoas, acho que indiferente ninguém passa pela data, nem eu.

Procuro

Quando sinto que estou encarnando o papel da coitadinha é que mais tenho vontade de sair gritando por aí. Não me dou bem com a personagem, não suporto a idéia de agente passivo. Também não acredito em carma, não sento e fico esperando meu destino traçado por alguma força invisível.

Minha gangorra hormonal me concede gentilmente todo mês uma condição de absoluta fragilidade, são dias em que procuro fugir dos meus pensamento apocalípticos, porque se deixar, começo a mergulhar numa sensação de tristeza sem fim. Acredito ser a mais feia, mais burra, mais infeliz e por aí a lista segue.

Procuro não devotar minha felicidade a ninguém. Procuro ser responsável pelas minhas escolhas e dona do meu destino. Não acredito em nada que chega sem esforço. Escutei uma frase que talvez sintetize o ideal de vida. “Senhor, dai-me coragem para mudar o que pode ser mudado. Resignação para aceitar o que não pode ser mudado. E sabedoria para distinguir uma coisa da outra.”. São Francisco de Assim, Amém.

Não sou sua "quase"

Tenho horror ao “morno”, tenho medo de comodidade, de meios amores. Meu problema é amar muitas coisas e por vezes me perder nelas, não consigo descobrir a minha grande paixão. Exijo demais de mim, aprendi – ou ainda tento aprender – a pedir menos das pessoas. Ainda me decepciono com elas. Tive bons relacionamentos, outros nem tão bons assim

Me desespero quando me sinto estagnada, não quero parar. Quando paro percebo os sonhos que deixei passar e os prazos do plano de metas se alargando. Por favor, me acompanha. Só sei andar quando tenho mil coisas o tempo todo para fazer.

“Não suporto meios termos.
Por isso não me dôo pela metade.
Não sou sua meio amiga nem seu quase amor.
Ou sou tudo ou sou nada” Clarice Lispector

1º de Maio, não sei porque me distraio...


Depois de um abandono situacional do blog, tento me restabelecer e voltar a escrever. Ao poucos, com passos lentos, como uma criança que aprende a traçar as primeiras letras. Procuro temas, revisito fatos, faço uso da memória. Me pergunto porque passei um mês tão absorta que nem redigir idéias eu consegui.

Foi um mês extenso, sem feriados, sem pausas, sem tempo de pensar no tempo. Acho que preferi me inebriar nos afazeres e deixar seguir, quase me aproveitando da inércia. Foram muitos acontecimentos, alguns bons, outros nem tão bons assim. Continuo perseguindo meu sucesso acadêmico e me desesperando nessa busca.

Esse mês, pensei em “quanto”. Quantos insucessos são necessários para se atingir a estabilidade? Devoção e compreensão podem não ser bons aliados como eu imaginei que fossem. Reciprocidade talvez seja minha palavra chave. E pensei em “quando”. Quando sabemos que fizemos a escolha certa? Quando seu trabalho passa a exigir o mínimo de atividade intelectual e se transforma no mais absoluto exercício monótono.

Um mês extenso, muito a fazer e uma sensação de dias com horas insuficientes. Assim passei os 31 dias de Maio. Mês das noivas, mês das mães, para mim foi o mês do sufoco, mesmo sabendo que junho promete muito mais. Perdoem-me o abandono, mas naquela hora era preciso parar.