segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Novos tempos...

Deixo um tempo de conquistas, mas não sem dor. Recordo as tantas lágrimas roladas a a estafa que se espalhava pelo meu corpo a cada nova notícia. Abandono os dias de cama, a solidão dolorosa e o medo. Agradeço os resultados finais, os sopros de esperança e a força que surge sem procedência definida.
 
Fecho os olhos e penso em você. Me despeço do que fui e espero o que serei. Se existe uma força maior, é ela que divide o tempo e possibilita recomeços, renova forças e crenças na infinita busca por dias melhores. Respiro novos tempos, ainda tímidos, sem grandes anúncios, caminhando em um quase “rallentando”. Peço o bem.
 
Desejo o mais, desejo felicidade, dessas que se espalha e a gente se esbalda. Aspiro gentileza, educação e respeito. Entrego minhas flores, fecho meus olhos em prece e peço proteção. Deixo as promessas de apocalipse e loucuras infundadas. Começo sem promessas, mas inundada de sonhos e energias recarregadas. Deixo um tempo na certeza de outro melhor, um novo ano, um belo ano. Feliz 2013.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Meu samba vai curar a dor que existe

Meu amor pelo ritmo não é nenhuma novidade, é para ele que corro quando tudo vai mal, é por lá que fico quando a alegria é incontida. São melodias e letras que me trazem um tempo que não vivi, uma poesia delicada, um ritmo liberto e uma sensação de identidade. E a minha relação com o samba virou coisa séria, foi ele que estudei quando decidi terminar a graduação em História, trabalhei com Rio de Janeiro nas décadas de 1930 a 1950, anos que modificaram o entendimento do ritmo. Tentei estudar a tragetória, o resultado foi muita coisa lida, muito aprendizado e muito a aprender, deixo aqui a conclusão da minha monografia, defendida em 2011 na Universidade de Brasília. Porque como escutei de Muniz Sodré "a mãe a gente sabe quem é, o pai é desconhecido". Feliz Dia Nacional do Samba.

"Se o país possuia identidades múltiplas, com o samba não era diferente. Não foi o samba, em sua totalidade, nacionalizado, sim uma parcela dele, aquela que transitava entre a elite intelectual e a Rádio Nacional. A música produzida e gravada no Rio de Janeiro e difundida pela Indústria Fonográfica que por fim rompeu as fronteiras e alcançou países estrangeiros. O samba não foi enaltecido como símbolo nacional de maneira ampla e irrestrita. As resistências e preconceitos perduraram, prova disso são as críticas encontradas em publicações da época.

A pluralidade de identidades contidas dentro do movimento sambista evidencia como o processo foi bem mais complexo do que a simples elevação do gênero à condição de nacional. Não foi mera resistência popular ou apenas um projeto de governo em criar uma identidade homogênea. A cultura de massas e o dinamismo das tradições foram outros fatores que influenciaram e problematizaram o processo. Assim como a sequência de inter-relações, apropriações e expropriações culturais.

O processo e suas nuances ainda não foram totalmente explicados. Apesar de uma ampla bibliografia sobre o tema, as informações são por vezes contraditórias e não há um consenso entre os autores que esclareça como um gênero antes marginalizado, onde a polícia prendia quem o tocava, virou artigo apreciado pela elite e produto de exportação. Algumas obras circulam com o caráter de leitura obrigatória e servem de base para novas discussões, como “O Mistério do Samba” de Hermano Vianna. Outra obra frequentemente revisitada é “Samba - o Dono do Corpo”, de Muniz Sodré.

O interessante desse processo de nacionalização é observar como ele foi aos poucos naturalizado e enraizado na cultura brasileira. Expresso nas mais diversas formas, na música, na dança, na imagem brasileira no exterior, na exaltação do samba velha-guarda, tido como puro e incorruptível. Manifestações de um mesmo gênero musical, mas que adquiriu novas formas de representação ao longo de seu percurso. “E soava como algo tão natural, tão estranhamente brasileiro, que, em 1940, Dorival Caymmi, já proclamava em Samba da Minha Terra: “ quem não gosta de samba/ bom sujeito não é/ é ruim da cabeça/ ou doente do pé” (PARANHOS, 2003, p. 109).

Se a elite tentou se legitimar com o samba, o samba se sustentou na elite. Nas relações que o samba desenvolveu nas primeiras décadas do século XX, o que se observa é uma sucessão de agentes, se os mediadores culturais foram importantes por um lado, por outro os próprios sambistas desenvolveram habilidades políticas e trabalharam ativamente na legitimação do ritmo. O resultado foi um símbolo identitário que perdura até os dias de hoje." (Tatiana Coelho, 2011)


 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um melhor contexto

Como boa historiadora, penso em contextos, nada faz sentido quando retirado de sua realidade social. Seguindo esse raciocínio, faço minha reflexão sobre esse 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra. Há pouco, foi perguntada a minha opinião sobre o trecho retirado da entrevista do ator americano Morgam Freeman em que ele se opõe ao “Black History Day” e concluo que no constructo social que ele vive a colocação faz sentido, no Brasil, talvez não, em função de percursos e tragetórias.

O processo de colonização americano criou um país com diversas organizações econômicas. As colônias do norte que se mantiam voltadas ao mercado interno e com uma industrialização incipiente e as do sul que se baseavam na agroexportação e na mão de obra escrava. Essas diferenças  gerariam a Guerra de Secessão anos mais tarde, deixando marcas de separação que refletem até os dias atuais. A  luta pelos direitos civis e contra um regime opressor e segregacionista - que renegava o direito a sentar em bancos de ônibus, de ingressar na universidade ou ao voto - são evidências de uma tragetória marcada por conflitos. Assim, era estabelecido, os brancos de um lado e os negros de outro, de preferência em um lado bem longe. Movimentos com luta armada como o Black Power e o Black Panthers  ou a liderança pacífica de Martin Luther King e o famoso “i have a dream” que lhe renderia o Prêmio Nobel em 1964 se tornaram famosos no mundo todo.

No Brasil, o percurso histórico dos negros se difere, não tivemos segregação explicita. Nossa questão está na construção do imaginário popular sobre os negros, a mesma ideia lusitana do negro forte, de sexualidade exacerbada, do exótico. O negro visto como a raça inferior, incapaz, imagem incrustada na população e um preconceito silencioso, com a sombra de uma democracia racial, de um país com origem sincrética e agregador. Segundo dados do IBGE,  o tráfico de escravos trouxe quase dois milhões de negros para o país e trezentos anos depois, o fim do regime escravista colocou toda essa população à margem da sociedade, sem colocação no mercado, sem educação, sem moradia e sem qualquer proteção à subsistência.  A reforma Pereira Passos e o processo de higienização da cidade deram início a formação das favelas cariocas, majoritariamente negras, que se transformariam em grandes problemas de governo anos mais tarde.

Atualmente, o preconceito se dá pela via econômico-social por aqui, não necessariamente pela cor da pele, há um racismo velado, que se esconde. Mas o problema está presente nos números, os indicadores mostram que as maiores taxas de anafalbetismo, desemprego, evasão escolar, violência, mortalidade e outras se encontram na população negra. O último censo do IBGE trouxe uma quebra de paradigmas, 52% da população se declarou negra ou parda. Sempre soubemos esse dado no senso comum, mas a novidade é a identificação, o critério do censo é a auto-declaração, ou seja pela primeira vez a “raça”negra perde o caráter pejorativo e inferior e as pessoas querem ser ligadas a ela, se “assumem”.

São para reflexos desse tipo que no país se trabalha com ações afirmativas, como a política de cotas, uma vez que 58% das pessoas no Brasil mantém a mesma posição social de uma geração par outra, se considerarmos as taxas de destribuição de renda entedemos a gravidade da situação. Em abril desse ano, o STF validou as cotas. O argumento que cota é reafirmação do preconceito e absolutamente vazio quando não se conhece os indicadores sociais do país. Não se pode falar em equidade quando mais da metade da população do país é negra e eu só tinha dois sentados comigo no banco da faculdade .

Não chame Morgan de blackman porque de fato, não o define, queremos sumir com os esteriótipos engessadores. Mas por aqui, prefiro que me chame de preta, porque não quero o morena- claro, jambo ou escura, não me ofende, me enobrece. Quero meu cabelo enrolado e meu nariz de batata. Não quero ser igual, quero os mesmos direitos. Quero melhores taxas quando estudar os indicadores sociais do país. Como boa historiadora, só quero um contexto mais favorável, melhores realidades e que o sonho possa ser concretizado, não um dia, mas agora. Feliz Dia da Consciência Negra!


sábado, 10 de novembro de 2012

Me sinto vivendo

Me sinto mais perto dos 30 do que dos 20 com todas as idiossincrasias e incoêrencias da frase. Sim, há 10 anos eu imaginei muita coisa diferente, à essa altura eu seria mestre e estaria resolvendo algum problema mundial. Mas fui ficando por aqui, escolhendo pelo caminho, me decepcionando daqui, me animando ali, desapegando de algumas ilusões infantis e ganhando sonhos novos. Ainda quero viajar pelo mundo, falar outras línguas, ler uma infinidade de livros, conhecer gente, ainda quero muita coisa. A parte das comidas exóticas me reservo o direito de ficar sem, ainda tenho o paladar de criança.

Guardo a ansiedade dos 20, ou dos 15, dizem ser o mal dessa minha geração. É a tal Y que me concede a habilidade de ler, ver tv, falar com várias pessoas pelo celular e pensar no vestido da noite. Só não descobri ainda se isso é vantagem ou maldição. Manter a agenda sempre cheia e um bloquinho ao lado da cama para não perder as ideias que fervilham e parecem querer escapar.

Completo 26 primaveras e penso nas décadas percorridas. A redemocratização começava no Brasil no meu ano de nascimento. Enquanto eu dava meus primeiros passos na escola um presidente brasileiro sofria um impeachment. Perto dos 10 vi o Brasil erguer a taça do tetracampeonato. Assisti o fim do Apartheid na África do Sul e a implantação do Plano Real que levou a todo mundo pra Disney. Aos 15 eu vi aviões se chocarem contra prédios igual a cena de filme e com quase 18 um operário semi-analfabeto virou presidente do país.

Já perdi gente querida, já chorei baixinho em um canto escuro. Tive alegrias plenas, felicidades incontidas. Viajei, fiz amigos para uma vida toda. Tive dor de amor, dor de cotovelo e chorei muito por um pé na bunda. Fiquei doente,  senti raiva do mundo e não entendi. Morri de saudade e acordei no dia seguinte vendo que a Terra não tinha parado de girar.

Agradeço minha companhia e aprendo a ser só. Não tenho nenhum grande feito, não escrevi um livro, não fiz um filho, talvez tenha plantado uma árvore, não lembro. Tento ser uma boa pessoa, fazer pelos outros o que queria que fizessem por mim. Me encontro e me desencontro com Deus frequentemente. Tenho inspirações várias e uma mente cheia de desejos. Não me meço pela minha bunda, meu buraco é bem mais em cima. Tenho orgulho do meu humor ácido e problemas em manter a boca fechada.

Sou tanta coisa junta que viro um monte de projetos infindados. São 26 anos de dúvidas, de um trabalho que não recebe declaração de encerramento. Só tenho medo de estagnar, de perder os sonhos, de esperar o tempo passar. A única certeza é que desejo que venham os 36, os 46, os 56 e tantos outros. ”O que importa mesmo é comprovar que afinal de contas a melhor idade da vida é estar vivo”. Me sinto mais perto dos 30 do que dos 20, me sinto vivendo.

domingo, 28 de outubro de 2012

Limpo o que não me cabe mais

Limpo meu armário e me despeço de tudo que já nao me cabe mais. Algumas nunca usei, outras usadas à exaustão. Limpo meu armário como se pudesse me livrar de você, te enfiar no fundo de uma gaveta ou colocá-lo na pilha de doação. Tenho vontade de rasgar tudo que usei com você, de me livrar de todas as calcinhas bonitas e andar de pijamas por aí.
Reavalio tudo que vivi, cada escolha, cada detalhe. Revivo toda a história que tinha cara de pra vida toda. Procuro lógica no irreal, faço avaliações psicológicas, se encontrasse o momento do crash pudesse consertar tudo. Silencio. Algumas situações não são para serem entendidas em voz alta, nascem para viverem no silêncio, no intocável, naquilo que vem no fim da noite, que conversa com o travesseiro e insiste em surgir sem comando prévio.
Entro em pânico, recomeçar pode parecer renovador para alguns, mas é absolutamente assustador. Trazer de volta sonhos, crenças e esperanças. Se desarmar de novo, se permitir de novo. Sinto meu estômago congelar. Duvido. Ainda me apego a você. Ainda vai doer. Só não estou pronta para o drama, não para ter raiva de você, não para seguir.
Me falta tempo, me faltam as horas de permitir tirar um recesso da vida e deixar tudo sair do controle. Choro sem querer. Sinto falta. Talvez se pudesse arrumar cada peça dentro do armário abarrotado eu poderia organizar o resto da minha rotina, achar tudo de novo, reorganizar horários, talvez te trouxesse de volta.


Onze anos

Há onze anos eu te perdi. Lembro como se fosse hoje da ligação confusa e dos gritos pela casa, a incerteza da noticia e a incredulidade da situação. Ainda guardo o vazio que você deixou, ainda sinto a dor de não te ter aqui todos os dias. Penso em te contar minhas vitórias, em chorar minhas dores e poder tomar café com você de novo.

Você não estava na minha valsa, nem no fim da escola, tampouco quando segui meio sem querer a sua carreira. Não me viu segurar o canudo com orgulho, nem acompanhou a dolorida segunda graduação. Mas foi minha inspiração a cada passo. Meu extremo orgulho pela sua história, por ser fruto dela e por poder contar a todos com propriedade de neta especial.
Lembro de subir nos seus ombros e fiscalizar a casa, lembro de reclamar do seu ronco alto. Guardo com carinho as idas até a banca de revistas para comprar palavras cruzadas nível fácil, mera estratégia para se livrar dos meus rabiscos na sua dificílima. O sorriso largo, a simpatia natural e a estima em passar horas conversando. Minhas madrugadas sentem a sua falta.
 
Mesmo com a mesa da sala vazia, sem os livros, sem as palavras cruzadas, sem as madrugadas ainda te sinto a cada passo, a cada pedacinho da casa. Nenhum deles te teve como eu tive, ninguém te viveu como eu vivi. Guardo tuas lembranças, e teus livros, com ciúme de um amor que é só meu, que não quer ser compartilhado e que te mantém vivo em mim. Há onze anos eu te perdi e há onze anos ainda está aqui.

Acordo assustada. Lembro de você, faz tanto tempo. Pergunto porque essa lembrança agora, por que logo agora que tudo se complicou? Lembro do trabalho, tenho tanta coisa a fazer. Volto cinco anos quando as expectativas eram outras, quando as possibilidades eram infinitas. Checo no telefone, nada de novo por ali. Email e facebook continuam desinteressantes. Penso no futuro, quantifico o tempo, tento adiantar prazos, me pergunto "quando?". O espelho me afronta, me faz perguntas que eu não quero responder. Você faz falta, mas logo lembro que há muito mais.
Sozinha, sinto que a solidão não me assusta tanto assim, uma enorme vontade de permanecer em mim, de eliminar as interações sociais, de fazer com a cabeça se esvazie.  As horas nao dormidas refletem no rosto marcado, os sonhos repetidos perturbam o sono. O corpo dói no reflexo da mente inquieta. Penso no que fazer, no que decidir. Uma ansiedade incontrolável, um choro incontido e uma aptidão para o isolamento. Silêncio, retidão.
 
Chega a hora de procurar calmaria, de acalmar o coração, de tomar fôlego e mergulhar mais uma vez. De seguir e achar letras novas, melodias mais tranquilas. As esperanças em frangalhos não permitem que me agarre a qualquer ilusão. Continuo sem querer responder perguntas, fugindo das verdades incômodas e tentando fazer do dia um recanto para ficar sem você. Faz tanto tempo e você ainda ocupa um espaço tão seu. Acordo assustada.


Elas, eles e entre eles

Não adianta, eu rodo, rodo e acabo sempre no mesmo tema, “relacionamentos: elas e suas loucuras”. Mas esse veio até a pedidos. Minha experiência nem é lá tão vasta, nem tenho uma linda história de sucesso para compartilhar, mas depois da minha fase de Maria do Bairro Sofredora aprendi algumas coisas. Duas eu selecionaria como mais importantes. A primeira: eu falo o que quero e na hora que quero,  o cara é responsável pelo que provoca em mim, bom ou ruim, falar pode não resolver nada, mas acalma meu coração. A segunda: expectativa é algo feito pra ferrar com a gente e mais nada. 

A maioria esmagadora da mulherada peca pelo excesso de ansiedade. Conhecem o cara e no mesmo dia já estão combinando os sobrenomes, pensando na decoração da casa e escolhendo nome para os filhos. Pronto, jogou a expectativa lá em cima, agora é ladeira abaixo. Sim, porque a não ser que ela viva em uma comédia romântica, a tendencia à decepção é imensamente alta. Se o racíocinio for que ser surpreendida é uma das melhores coisas do relacionamento, criar expectativas é o oposto. Assim, enquanto ela elabora planos futuros, o cara se atrasa 20 munitos, aparece com uma calça horrorosa e sapato feio, pronto, motivo de emputecimento.
Mulher e conspiração são melhores amigas, daquelas inseparáveis. Mulher pensa tanto que não tem tempo de viver. Se ele não liga são 1001 possibilidades imaginadas em frações de segundos, da mais agradável a mais trágica. Se ela ficou de ligar, passa horas pensando no minuto e segundos certos, no alinhamento dos astros, no tom de voz e na escolha minuciosa das palavras para só efetuar a ligação. Tem mensagem de texto que é mais analisada que tratado internacional. E nem os mediadores da ONU são capazes de provar que uma mensagem muitas vezes é só uma mensagem, tem só o sentido literal da coisa.
E eis que surgem as novas mídias. A maior delas: o Facebook . Reino da fuxicagem, pior e melhor amigo dos solteiros. Homens e muheres vão ao delírio com as inúmeras possibilidades do site. Mas eu ainda acho que deveria vir com manual de instruções. O FB é uma vitrine, onde se vê e se é visto e é aí que mora o perigo: o exagero. Colocar foto de biquine a lá “garota do fantástico” pode ser um tiro no pé. Assim como mocinhos com um monte de foto de si mesmo ou momentos constrangedores podem/devem ser banidos. Celular deveria vir bloqueado para ligação internacional e foto do espelho. Além disso, inventaram o “inbox” pra ninguém ter que publicar a paquera para o mundo.
A graça da mídia está no conteúdo. Se a criatura nasceu nos anos 80, um monte de “kkkk”, “hihihihi” e emotions não são considerados um bom diálogo. Uma boa dose de humor sempre cai bem. Atentar para a ortografia também. “Inteligência encobre feiura, mas não há beleza no mundo que encubra burrice”, frase genial de alguém no FB. Iniciar uma conversa com “oi, tudo bem?” corre um grande risco de parar por aí, arrumar assuntos e modificar abordagens podem ser uma boa para chamar atenção, e vamos combinar que no Facebook isso é fácil, o cara já publicou o que gosta, o que faz, o que pensa. Nessa hora que a inteligência vence!
Junto com os sites de relacionamento, apareceram os smartphones, maravilhas tecnológicas (Steve Jobs eu te amo). Os aplicativos de mensagens, o famoso Whatsapp,  são uma das melhores invenções do mundo moderno, li outro dia que estão desbancando o SMS. Mas não precisa ficar olhando se o ser apareceu online a cada dois segundos ou ficar brava porque o “last view” é posterior a sua última mensagem para ele. Que tal pensar que o homem trabalha, dorme, come, malha, dirige e faz coisas normais que pessoas normais fazem e por isso não respondeu. Melhor do que pensar que ele está com outra, te detesta ou qualquer outra ideia perturbada.
Quer ligar? Ligue, mas não precisa ser 257 vezes. Quer sair? Convide, mas na primeira recusa já da pra saber qual o interesse. A estratégia não está nos joguinhos “espero o telefone tocar três vezes antes de atender”, mas em saber com quem está lidando, se pode confiar, se há interesse dos dois lados. Ir aos poucos (aos poucos) criando intimidade, ampliando a comunicação. Emburrar não resolve lá muita coisa, ficar esperando que o ser adivinhe também não. Homens pensam nas ações bem menos que as mulheres  e o investimento é diretamente proporcional ao grau de interesse, então cuidado antes de gastar neurônios por aí com quem não merece. Como ouvi de um amigo, “Relacionamento sério? Isso me lembra pessoas carrancudas, prefiro relacionamentos leves, prefiro felicidade”, talvez seja essa a chave, menos seriedade, menos medo. A pedidos, prefiro ficar por aqui, afinal falo o que quero.

sábado, 12 de maio de 2012

O roteiro que todas já vivemos!

- Ah, pensando bem eu nem queria tanto assim ficar com ele vai...

(pausa)

- Tá, eu sei, eu sei, mentira, eu queria, queria loucamente, queria mais do que beber água!

­­- Mas olha só, ele sempre vinha, falava comigo, dava dois daqueles sorrisos de dentes certinhos, duas piscadas e eu já tava lá mole e entregue. Mas aí quando eu achava que finalmente ia, era hora do beijo, ele me dava tchau e saia. Minha nossa senhora da frouxisse também, perdeu um pouco a graça sim.

(pausa)

- Não me olha assim, não gosto quando faz essa cara de quem já sabe o próximo capítulo. Deixa eu contar em paz, a história é minha, não me perturba!

- Fui decidida, ou ficava com ele ou pegava o baile todo. Ainda bem que ele chegou primeiro, minha vocação para piriguete é quase nula.

- Primeiro eu vi os amigos, equipe reunida, mas desfalcada, faltava a criatura, só ele. Sim, meu estômago tava fazendo um desfile de escola de samba com bateria, ala das baianas e uns trezentos carros alegóricos aqui dentro. E ele chegou, lindinho, cheiroso, charmoso... como sempre e o desfile da minha barriga virou um baile funk na velocidade 257 do créu. Não sei porque tanta mulher se reune em volta dele, mas que inferno, um bando de mosca varejeira. Mas ele sempre se livra delas e chega em mim. Amo homem educado, muda até meu dia, ele veio me cumprimentou, dois beijinhos, um abraço e conversou, conversou, conversou, conversou e mais um pouco e conversou...

(pausa)

- Eu sei, o mocinho é devagar, mas acho que é porque eu assusto um pouco ele, eu acho, ele deve me achar mega gata. Não, eu devo ser um pouco grossa? Inteligente demais? Que? Eu que falo demais? Será? Ah não sei, o que importa é que uma bendita hora ele me tirou pra dançar e eu agradeci a todos os deuses da paquera e o meu cupido que eu já xinguei tanto...! Mas ele só dançou e na-da. Não escreveu um livro, não plantou uma árvore, não fez um filho, na-da.

(pausa)

- Como diz uma amiga minha pegação é talento, ou o cara tem ou não tem! E nos casos que cara ficou só com o “lento” do “talento” a gente usa um pouso de dedicação, joga o cabelo, faz um charme e escreve na testa “eu quero te pegar cacete!”. Uma hora eles entendem. E esse entendeu, ui como entendeu. Se ele pega bem? Nossa, nossa, ta ali no Top 5. Foi tão lindo, ri com ele a noite toda, dancinha pra la, dancinha pra cá, mão dada, um fofo, pegou meu telefone, me deixou no carro, fez um convite sacana, devidamente recusado porque eu não sou dessas, perfeito.

(suspiros e pausa)

- Mas e agora? Por que diabos esse telefone não toca? Deve ser minha bateria, eu sabia que precisava ter comprado uma nova. Não? Já sei, é a operadora, sempre me sacaneia e não completa minhas ligações, não manda minhas mensagens. Vou ligar pra ele, só pra me desculpar, afinal ele deve estar tentando falar comigo a dias...Não? Melhor não? Ta louca, eu vou perder o futuro pai dos meus filhos assim, vou ligar sim, me devolve, me devolve, eu vou ligar, não sou maluca, meu devolve meu celular aqui...me devolve...

(e sai atras do telefone e FIM)

­­­­­­

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A notícia que não mais quero ler

“Fim de semana violento no DF”. Essa é principal manchete dos últimos meses em Brasília, mais um pouco e deixa de ser notícia em função da trivialidade. A Esplanada dos Ministérios virou terra de ninguém, na Universidade de Brasília já nem se comenta a quantidade de furtos nos carros. A Asa Norte além de ser palco principal de sequestros relâmpagos agora tem até bala perdida. Em Águas Claras é perigoso até buscar o filho na escola. Nunca estivemos com tanto medo na cidade, perdemos a sensação de segurança. Acorda Secretário!

As manchetes dos principais jornais ratificam nossa insegurança. “Servidores protestam e preparam dossiê sobre violência em estacionamentos” ; “Mulher de 35 anos é sequestrada quando saía de bar da Asa Norte” ; “Bandido invade lanchonete no DF e mata cliente com tiro no peito”. Só no último mês foram 88 homicídios, em apenas um fim de semana foram registrados 12 sequestros relâmpagos. Além do exorbitante número de furtos e os casos de estupro, dados da própria Secretaria de Segurança Pública.

No último fim de semana começou a circular pelo Facebook a notícia de que policiais estariam comemorando o crescimento da violência no DF. Acho a fonte questionável e foge das linhas lógicas, mas é mais um indício de que providências precisam ser tomadas. A violência é um problema grave e antigo da capital, mas nunca estivemos com tanto medo. A cidade é conhecida pelas brigas em shows, pelas gangues e
pela baixa fiscalização na relação menor/bebida. Nos últimos anos assistimos o crack tomar conta do centro da cidade. Acorda Governador!

Senhor Sandro Torres Mourão e Senhor Agnelo Queiroz, não tenho competência técnica para apontar as falhas de contingência de policiais, de estrutura de trabalho, de armamento, manutenção de equipamentos, nem nada disso, mas preciso acreditar que os senhores são capazes de encontrar e solucionar o problema. Minha pergunta é: Quando? No último dia 13 de março, a Secretaria comemorou o Dia da Segurança Pública, o que me traz outro questionamento: O senhor está seguro Secretario? Porque eu não. Tenho medo até de ir à biblioteca.

Esse ano a saúde no DF matou até o Secretário de de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento por falta de atendimento. A educação nunca esteve tão sucateada, outro dia a internet das escolas públicas foi cortada porque o governo não pagou a conta. Agora além de tudo isso teremos que conviver com o descaso e a sensação de tragédia iminente? Trabalho em um banco e tenho medo todos os dias ao entrar nele. Não sei o que fazer, só não quero ficar de braços cruzados esperando virar vítima dessa violência endêmica.

Não, eu não fui vítima de um sequestro. Não, eu não conhecia o rapaz que perdeu a vida em um mero jantar de sexta a noite. Não perdi  nenhum parente, nem amigo. Mas não quero perder, não quero ficar esperando uma bala perdida me achar, não quero ter que pensar em uma estratégia para quando for sequestrada. Não quero ter velórios ou visitas a delegacias na minha agenda. O mínimo que exijo é segurança, pago meus impostos, todos eles. “Fim de semana violento” é a notícia que não mais quero ler.

Tatiana Coêlho
tati.dias.coelho@gmail.com

domingo, 25 de março de 2012

Tenta de novo!

Enquanto o cara me vê como a companhia dele para as próximas horas da noite eu não enxergo
ele nem pros próximos vinte ou dez minutos. Sei que a garota do lado olha pra mim com espanto e pergunta “como assim ela não quer ficar com ele?” e eu tenho vontade de gritar “pode ficar para você!”, não é que ele seja ruim, é bem bonitão por sinal, mas eu sou tão melhor, estudei muito para escutar um discurso narcisista e cair em uma cantada ruim, tenho vontade de falar “volta e tenta de novo!”.

E é nesse maldito momento que jogo a toalha e desisto que morro de saudade de você. Das suas piadas ruins e trocadilhos inteligentes. De como a gente ria dessas histórias malucas e como era fácil passar horas encostada em você. Das nossas
conversas e do seu interesse em mim. De como eu podia ouvir suas explicações e erudições. Saudade do quanto era divertido. O problema não foi ter entrado na minha vida, foi não ter ficado, o problema é que agora sem você eu continuo me achando infinitamente melhor do que a minha vizinha e insisto em procurar outro de você.

No fim da noite ele encontrou o que queria, saí e tinha outra com ele. Eu volto pra casa sozinha pensando que prefiro a minha própria companhia a ter que aceitar a enxurrada de cantadas ruins e conversinhas moles. Não, seu cargo não me impressiona, nem seu carro, tão pouco sua conta bancária, me surpreenderia se mentisse menos, prestasse atenção no que falo e se interessasse mais por conteúdo do que por forma. “Volta e tenta de novo!”

quinta-feira, 22 de março de 2012

"Mais calma Dona Maluca?"

Completamente diferente s e absolutamente iguais. Enquanto eu acredito em Deus ela se apega aos horóscopos, mesmo sendo ela a cientista. É ela que se integra cada vez mais a vida acadêmica enquanto eu tento me livrar dela . Com ela é assim, um monte de projetos ao mesmo tempo e uma passionalidade que excede qualquer limite.

Deixamos o tempo passar. Reagimos bem a pressão. Funcionamos em deadlines. Podemos conversar por horas em uma madrugada não-dormida. Usp e UnB por vezes estão muito mais conectadas do que parecem. Ela por vezes ignora lógicas e esquece quão inteligente é e quanto potencial ainda tem para explorar, nessa hora eu preciso lembrá-la.

Ela romântica e eu razão. Agoniada, ela é capaz de explodir em sentimentos como se o mundo fosse acabar nos próximos 30 segundos. Bem nessa hora a cientista desaparece, a capacidade de raciocinar é bloqueada e a passionalidade estoura por todos os póros. E no fim vem com cara de criança que acabou de fazer besteira: “é, acho que fiz de novo né!?”.

Completamente desconsertada quando pela primeira vez ela encontrou um imprevisível na vida. Ela prefere a zona de conforto enquanto eu gosto de ser confrontada. Dona de algumas artimanhas, sempre soube se fazer de tonta, indefesa, sabe bem esconder segredos. Talento é para poucos, temos os nossos. Ainda invejo como ela consegue se apaixonar e se entregar.

Dona das piadas ruins, do sorriso solto e de um bom-humor cativante. Com a gente é assim, muitos anos, e a capacidade de ter quase um mapa da personalidade da outra. Podemos passar muito tempo sem ver, semanas sem nos falar, mas o fim é sempre comum. “Você me conhece hein?”. Acho que sim, afinal “são dez anos, não são dez dias”.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Minha vontade

Minha vontade é sair gritando pela rua até chegar em você, esbrafejar meus anos perdidos, meus planos desfeitos e a sua total incoerência. Minha vontade é sair por aí experimentando todas as conquistas que deixei passar por você, tentar recuperar o que você me fez perder. Minha vontade é te contar que você é bem menos do que acha ser.

Mas não, hoje não, hoje eu me dou o direito de deixar você no armário das lembranças, guardado numa caixinha pequena e empoeirada, daquelas que a gente não conseguiu jogar fora ainda, mas se lembra pouco da existência. Por um tempo você incomodou, provocou tanta coisa que é difícil lembrar ou sistematizar, mas agora é você quem precisa se preocupar, foi culpa sua e não minha você ter subido para o departamento da indiferença.

Minha vontade era soltar todos os desaforos que prendi na minha garganta, berrar ao vento que você não tem o direito de fazer que o fez, que não se pode responsabilizar o outro, que não se pode viver do futuro. Minha vontade era te bater, te arranhar, transferir toda a minha raiva. Mas hoje não, hoje a minha vontade é só deixar você passar.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Comigo eu me viro bem!

Não preciso de alguém que cuide da minha vida, que decida por mim, muito menos que pague as minhas contas. Com a minha vida eu me viro bem. Preciso que você decida por si, que seja resolvido, que saiba o que quer. De você eu preciso de tempo, do seu tempo.

Preciso que me ligue no fim do dia e me escute reclamar. Preciso que aceite mes convites para jantares, shows e viagens, mais que isso preciso que faça os seus próprios convites. Preciso de apoio quando decidir passar horas internada em uma biblioteca. Preciso do seu ombro largo para dormir nos dias frios.

Não quero que que você apareça quando eu esquecer de você. Não quero ficar esperando “que você pense em mim de vez em quando, só pra eu não me sentir tão patética por pensar em você o tempo todo”. Preciso de alguém que venha de verdade, porque pra ficar com “meio- você” eu prefiro ficar sozinha.

Talvez fosse mais simples se, e somente se, eu não me achasse infinitamente melhor do que muita gente por aí, mas mesmo assim parece que algo mo colcoa no campo dos não merecedores.Eu tenho aumentado meu potencial de esquecimento e diminuído minhas expectativas, no fim vou ter que gritar "socorro eu não estou sentindo nada". Preciso acreditar em alguém. Preciso só do que é meu.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

“Prometo te querer no último momento...”


Calça jeans, camisa preta e um sorriso tímido. Ele entrou no palco, com a simplicidade de quem não precisa dos grandes efeitos do showbizz em suas apresentações. Cenário delicado, painéis lembravam brincadeiras e festas brasileiras. Iluminação bem pensada. Um violão no centro e uma banda escolhida a dedo. E eu estava ali, atenta a cada nota, a cada palavra. As músicas que conhecia, as que nem lembrava mais e as que nunca fizeram parte do meu repertório. Tudo ali era melodia, era Chico Buarque.

Eu estava ali, muito bem acompanhada das pessoas que me fizeram me encantar por aquilo. Acompanhada dos meus contadores de histórias. Foi dele que ganhei toda a coleção do Pasquim, que ouvi que “intelectual não vai a praia, intelectual bebe”. Era com ela que acordava toda manhã com música alta e podia ouvir “Apesar de vc”, “Vai passar”. Achava engraçada a música em que a Marieta mandava um beijo para alguém ou a moça feia debruçada na janela.

“Anos Dourados” me levou de volta aos 15 anos, memórias de um salão decorado e o vestido longo. Ele valsou pelas canções, apresentou as novas composições, uniu o novo e o velho, um rap para “Cálice” e as músicas da Ópera do Malandro explodiram o Vivo Rio em coro. Com “Injuriado” trouxe a vertente sambista, missão cumprida com louvor ao cantar em duo com Wilson das Neves “Sou Eu”. Chico falou dos meus amores, das minhas dores de cotovelo. “Eu
sou sua alma gêmea. Sou sua fêmea, seu par, sua irmã. Eu sou seu incesto. Sou igual a você. Eu nasci pra você. Eu não presto”.

Saudade do tempo que não vivi, quis estar nos grandes festivais de música brasileira. Eu estava ali, riscando mais um dos shows da lista “preciso assistir antes de morrer” (eu ou ele). E uma lágrima caiu, quando “Todo Sentimento” se mostrava nos primeiros acordes do violão. A parceria com Cláudio Bastos em uma das mais belas músicas que já toquei. “Prometo te querer até até o amor cair doente...”. Se o tempo dele é curto e o meu corre, no show foi rápido demais. Tudo ali era música.

Feliz 2012!

Entrego minhas flores e peço por um 2012 de MAIS para aqueles que fazem meus anos especiais. Mais amor.... Mais paz....Mais tranqüilidade...Mais prosperidade ...Mais saúde...Mais FELICIDADE!!!!

Rezo por você, peço pelas surpresas que virão. Peço tolerância, paciência e fé. Peço humanidade, peço que a vida receba o valor merecido. Peço menos violência.

Agradeço tudo que passou. Acredito com esperança sempre que dias melhores hão de vir. No Rio, os fogos já anunciam 2012 batendo na porta. Piso no meu lugar preferido e cheia de boas energias desejo um EXCELENTE Ano Novo a TODOS!!!

Um bom Natal!

Um dia na cozinha. Corrida de última hora no supermercado, sempre esqueço alguma coisa. Horas e horas no shopping. Presentes comprados e gente chegando.

Minha ceia vem com recheio de gente especial. Minha noite tem tanto amor, sento na mesa com as pessoas que são responsáveis por eu ser quem sou. Esse é o meu Natal, com a família buscapé toda reunida!

E é o que desejo a TODOS, uma noite linda cheia de sorrisos, um papai Noel generoso e uma ceia deliciosa!

Feliz Natal!!!

Mais um ano...

Há 25 anos eu dava meus primeiros gritos por aqui. Quando eu nasci não tinha internet,
computador era para poucos. O muro de Berlim ainda era uma obra imponente. O
Brasil era Tri. O Sarney ainda mandava no país (opa isso não mudou).

Aprendi muita coisa nesse 1/4 de século, mas trago o essencial: família e amigos. No fim do dia o que conta é o bilhete de parabéns que minha mãe me deixou antes de sair pro trabalho e a enxurrada de mensagens e ligações que tenho recebido.

OBRIGADA por fazerem mais um 8 de novembro feliz!!!!