terça-feira, 31 de dezembro de 2013

E então você passou...





Você me trouxe aquilo que já não via há tempos. Foi chegando devagar, espantando o medo, tomando um espaço que era só seu. Afastou os fantasmas e trouxe calmaria. No eterno dilema entre crença e descrença provou que tinha muito a me oferecer, muito a me ensinar. Você me mostrou que é possível, e preciso, recomeçar.

Com você reinventei ambições profissionais, decidi por uma especialização diferente da minha. Conheci novos lugares, me encantei, me perdi e me encontrei em lugares distantes. Você foi preenchendo meus espaços, me dando novos sonhos. E foi tanta boa música, que as notas ainda ressurgem em mim para lembrar as mais belas melodias. 

E foi você que me trouxe novas pessoas. Me decepcionei com algumas, me surpreendi com outras, refiz laços, desfiz nós. E você foi só meu. Passei por sustos e voltas. Fiz as pazes com a dança, redescobri os limites do meu corpo, cuidei de mim. Eu que tinha uma sequência de feridas abertas, recebi de você tempo para fechá-las.

Me despeço de você com a certeza que fiz tudo que poderia ter feito. Fiz bom uso das oportunidades, me agarrei a tudo que me ofereceu, alarguei as fronteiras. Aguardo com bons olhos o que vem em seguida, refaço metas, retraço objetivos e espero o melhor. 2013 eu te amei muito e foi bom assistir você passar. Seja bem-vindo 2014!!!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Obrigada Madiba




Ele é um daqueles que quando parte parece que leva um pedaço de mim, fica uma desesperança no lugar. O sentimento de perder um parente, alguém muito próximo, mesmo distante faz o olho enxer d’água e vem uma tristeza dolorida. Ele é daquelas figuras que não se explica, que se admira e que esperamos anos, talvez décadas,  para conhecer. Ainda tenho muito a ler sobre ele e sobre uma história política/social contemporânea e recente, o Apartheid encerrou seu ciclo há apenas nove anos, o ranso ainda é palpável, há uma trajetória longa a percorrer. Dele ficam os ensinamentos, o exemplo, os anos de luta e uma geração que pôde ter fé, que pôde acreditar. 

“Pode ser algo banal de se dizer a respeito de um indivíduo excepcional, mas Nelson Mandela é uma daquelas figuras históricas que, entre meados e final dos anos 50, e depois, nos anos 80 e 90, não foi apenas o homem certo a ocupar o lugar certo. O importante é que ele ocupou esse lugar não só de maneira decidida e deliberada, mas também com grande perspicácia política, alta capacidade de adaptação e um estilo admirável. Numa época em que a luta racial polarizada na África do Sul justificava uma atitude mais militante, ele encabeçou a difícil decisão de pegar em armas e conseguiu persuadir sua organização a apoiar a nova linha de ação. Mas, trinta anos depois, quando Mandela considerou que chegara o momento de passar das polaridades beligerantes para a mesa de negociações, outra vez encontrou uma maneira de impor sua estatura moral, de levar adiante aquela decisão e de obter o apoio de sua organização. Várias vezescriou um papel para si dentro da estrutura  e do quadro lógico do CNA, e depois o ultrapassou. Nunca duvidando de que tinha a razão a seu lado, ele conservou, durante 27 anos de prisão, a fé em seu projeto de uma África do Sul sem discriminação. Porfim demarcou seu lugar no futuro da nação como figura encarnando não só a justiça, mas também, e acima de tudo, a esperança” (BOEHMER, 2013)
 
Obrigada Madiba! Descanse em paz!