terça-feira, 12 de julho de 2016

Ela e ele


Quanto mais ele tentava se afastar dela, mais ela acreditava que a trajetória não é feita por uma sequência de acasos. Não se sentencia o destino. Enquanto ele se apegava a pseudo sensação de controle, ela preferiu escolher se livrar do medo.

Ela aprendia a lidar com os percalços da história. Ele se agarrava ao que não conseguia deixar ir embora. Ela preferia a percepção, aquilo que não é palpável, que não se explica, não se racionaliza, que só se sente. Enquanto ele preferia fincar os pés no chão escuro e se enfiar nos velhos erros.

Ele preferia viver em apenas um. Ela descobriu que não podia viver por dois. Ele se afogava nas lembranças de falhas. Ela precisou entender sobre perdão. Sem saber explicar sobre o intangível descobriu o sentir, aquilo que traz de volta. Se recusava a acreditar no fim sem sabor, preferia o riso largo a amargura da cama vazia.

Ele ainda se escondia, precisava ser inteiro, se livrar do que não lhe servia mais, acreditar, soltar o peso e se livrar das amarras que criou para si. Ali ainda tinha lugar para a felicidade de antes. Ela o trazia sem saber, voltava sem saber, ainda era ele mesmo sem saber, mas ele precisava querer. Ela preferia esperar o próximo acaso.