Há quem fale do meu amor por um Rio de Janeiro tão violento, retruco que
Paris não está longe. Cuidado com "pickpocket" está por todos
os lugares, ambulantes incisivos e lixo pela rua. Mas não se passa imune pela
magnitude da cidade, não foram atoa as históricas tentativas de copiá-la.
Aquela mesma ansiedade de chegar ao fim do livro me leva a longas
caminhadas na vontade de conhecer tudo, parar o tempo, e poder conhecer cada
pedaço da história. Poderia morar ali, entre as salas da enorme galeria que
remonta os tempos vividos, tanto para ser estudado, descoberto e rememorado.
Sozinha, observo os passos apressados, o caminhar de quem já passeia pela vida
e os saltos de quem apenas está começando. Ah Londres se eu pudesse te ter só
para mim.
E uma cidadezinha de língua ininteligível arrebata meu coração
historiador. Desejei meus livros, meus grandes professores. Se eram feudos,
viraram um grande império, atravessaram guerras e o regime comunista. Uma
população marcada por sua trajetória. Entrar em um memorial judeu da segunda
guerra foi mensurar de muito perto os estragos que a crueldade humana é capaz,
nem o tempo se atreve a tentar apagar. Onde a miscigenação não chegou, onde
pretos são exóticos. Praga e suas ladeiras e seus encantos merecem
visitas.
Na volta encontro meu Rio "que mora no mar" e sorri para mim.
Penso em tudo que trouxe, aquilo que não vem na mala, que não se toca, o imaterial.
A máxima que com viagens se gasta e se volta mais rico se torna absolutamente
real. Me perco em novas memórias e espero por novas.