segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Fim...

De repente eu me vi ali, numa noite de sábado lendo sobre o fim do amor de alguém e sublinhando frases que poderiam ser minhas. Com as palavras dela eu explicaria o meu fim. Senti uma dor aguda, um medo sufocante e vieram as lágrimas quando o Ipod insistiu em tocar a música que era tão dele.

Eu sabia que acabaria, que tínhamos problemas sérios. No fundo, era melhor assim, mas ainda o queria aqui comigo. Ele me implorou tantas vezes que eu o deixasse, tentou me mostrar que não estava pronto, por mais que acreditasse tanto na gente e insistisse que queria casar comigo.

“Não por conteúdo, mas por formato”, nunca achei que a frase que uso para editar textos serviria para explicar o colapso do meu relacionamento. Sem ele, eu tenho a certeza que não foi a falta de amor que pôs um fim na gente, nunca tive dúvidas sobre o sentimento, a falha foi no trato. Não conseguimos ultrapassar o obstáculo que sempre esteve lá.

Sabiamos que não seria fácil. Eu aceitei, decidi que valia a pena e de fato valeu. Mas de repente eu vi que já não mais cabia nele. A lista de prioridades tinha muitos outros tópicos antes de mim. Me senti mal pela minha falta de compreensão, mas em seguida descobri que não era culpa minha, tão pouco dele. Ele não mais poderia me oferecer o que eu precisava. Não me culpo pelos meus sonhos.

Ele me mostrou “quem eu também poderia ser”, em como podia ser divertida e descomplicada. Insisto em consultar minha memória e ver em que ponto rompemos passamos a “transformar trivialidades em motivo para emburrecimento”.

Com a minha paciência na reserva e um cansaço de tanta complicação nem mesmo consegui dizer “terminamos aqui”, mas ele entendeu e teve mais coragem que eu. Terminávamos ali. Chorei. “É uma dor que tentamos compreender em voz alta”, milhares de linhas escritas, de conversas intermináveis. Eu sei que vai passar, que outros virão, mas o problema é o que ficou. “No amor não existe moral da história”

Um comentário:

Anônimo disse...

Tente entender que não terminou e nunca vai terminar, por que o que existiu e existe entre nós é puro e verdadeiro.