domingo, 10 de abril de 2011

Escola Tarso Genro - 07 abril de 2011

“A estupidez humana ultrapassou todos os limites. Mandar seu filho para a escola em uma manhã de quinta-feira e receber um cadáver de volta é de uma estupidez sem tamanho”. Assim, um dos professores que mais admiro na Universidade descreveu a tragédia da última semana no Rio de Janeiro. Não consigo mensurar a dor de uma mãe, mas acredito que jamais se cura a alma da perda de um filho. Não moro no Rio, não conheço nenhum dos estudantes daquela escola, mas chorei como se fosse uma familiar, tamanha barbárie me levou ao desespero ao pensar a que ponto chegamos.

Não é culpa da televisão, da internet, dos Estados Unidos ou do videogame. A loucura acompanha a história da humanidade ao longo do tempo, ela só vem sendo potencializada na medida em que a crueldade humana ultrapassa novas barreiras. Acredito que não há explicação, nada justifica uma chacina de crianças. Pouco interessa se o perfil era introspecção, esquizofrenia, psicopatia, sociopatia, se sofreu bulling, absolutamente nada explica o assassinato de crianças.

Pais cuidem de seus filhos, atenção. Estado, cuide de seus pequenos cidadãos. Pouco se falou em assistência psicológica para os estudantes, a cena que eles presenciaram na escola tem muito soldado que não assiste nem em guerra. Me pergunto em como será a volta às aulas dessas crianças, como elas se sentirão seguras no ambiente escolar de novo. Espero que possamos mostrar que não mais acontecerá e a escola é sim palco da grande magia do conhecimento e esperança de um excelente futuro.

Não há como falar na sucessão de erros, na exposição das crianças, mas era uma operação sem precedentes. Ainda bem que o policial acertou o tiro, mas poderia ter piorado ainda mais a situação. Os professores foram os grandes heróis do dia. Ouvir de uma menina de menos de 15 anos “ele matou minha amiga”, ou um senhor aos prantos “Eu fiz o que eu pude, mas só quem pode salvar é Deus, elas ainda respiravam, não custa nada ajudar” dói na alma, como se alguém levasse embora nossa esperança.

Só me resta pedir paz, rezar pelas vítimas e suas famílias. Espero ainda que o caso sem precedentes seja único e último, que ninguém ache que tal ação pode ser palco ou degrau para fama. Eu rogo. “Deus, se tiver um tempo, se estiver me ouvindo, diminui a estupidez humana, olha por nós!”

Um comentário:

Cynthia Gonçalves disse...

É flor, tem horas que chego a pensar que essa história de "fim dos tempos" realmente é verdade.

Concordo com cada palavra escrita por você, apoio seu pensamento, sua indignação e confesso que também chorei com eles.

Só peço a Deus, que conforte cada família, cada criança e que Ele nos proteja de todo mal, amém!