Se meu histórico
amoroso fosse virar roteiro seria uma comédia nada romântica. Sem a pegada clichê
com final feliz e R&B tocando. Estaria mais para uma comédia rasgada ou um
drama daqueles que parece que as peças não se encaixam. Mas nem tudo é ruim,
também não viraria filme policial nem estamparia nenhum terror barato. Com
certeza o sobe som do final não viria com um joelho no chão e aliança na mão.
Cedo eu
tive que aprender que para mim o tempo é outro, tudo só acontece quando tem que
acontecer, não adianta tentar apressar nada, porquê qualquer tentativa
contrária, em bom carioquês, "dá ruim". Nunca sofri de
desespero patológico, mas como toda alma feminina ansiosa, tem horas que a
vontade é perguntar qual é a da sacanagem celestial porque parece que a única
não-merecedora da coisa sou eu. Já foram tantos cacos para juntar que descrença
vira uma certeza habitual.
Meu primeiro beijo veio junto com o primeiro namoradinho, esse foi ponto fora da curva, não tenho lembranças ruins dele, na verdade quem desandou a coisa toda fui eu. Daí pra frente foi ladeira abaixo, deve ter sido nesse ponto que ruiu, castigo talvez. Tudo bem, pouca gente pode contar por aí que foi conhecer o novo namorado da amiga e o novo dela tinha sido seu antigo por um longo tempo, mas ele preferiu não contar, “mas vocês já se conhecem?”, “sim, ela é amiga da minha irmã”. Não exatamente.
Meu primeiro beijo veio junto com o primeiro namoradinho, esse foi ponto fora da curva, não tenho lembranças ruins dele, na verdade quem desandou a coisa toda fui eu. Daí pra frente foi ladeira abaixo, deve ter sido nesse ponto que ruiu, castigo talvez. Tudo bem, pouca gente pode contar por aí que foi conhecer o novo namorado da amiga e o novo dela tinha sido seu antigo por um longo tempo, mas ele preferiu não contar, “mas vocês já se conhecem?”, “sim, ela é amiga da minha irmã”. Não exatamente.
Quando era mais nova, o
cara ficava comigo e namorava a próxima, criei minha teoria que eu despertava
um não sei o que para o enlace, mas eu era muito boa para eles, então preferiam
a próxima. Altruísmo puro. Com a idade veio a evolução, namora comigo e casa
com a próxima, já casei uns três ou quatro. Mas hoje já temos a classe dos
divorciados também, sim eles voltam e te atrapalham de novo.
O segundo namorado foram dois anos de muitos projetos e pouca execução. Tudo se perdeu no mundo das ideias. Nunca me culpei por querer mais. O terceiro foi execução demais e planos de menos, até que o amor da minha vida achou o amor da vida dele. É, a última história daria um filme bem clichê, mas a última cena não seria minha.
O segundo namorado foram dois anos de muitos projetos e pouca execução. Tudo se perdeu no mundo das ideias. Nunca me culpei por querer mais. O terceiro foi execução demais e planos de menos, até que o amor da minha vida achou o amor da vida dele. É, a última história daria um filme bem clichê, mas a última cena não seria minha.
Tem gente que não veio
para caber no enquadramento, talvez eu seja uma delas. Acabo sempre com os
conhecidos, os dodóis, os inseguros, os indecisos, coleciono histórias mal
resolvidas. Oferta por aqui nunca foi muito ampla, mas também nunca faltou.
Não, eu não sou exigente demais, ou melhor, sou bem exigente sim, afinal não me
achei no lixo, mas não é isso que me faz enfrentar salões sozinha. Só não troco
minha paz por pouco.
Não nasci para amarras,
fujo das convenções e evito rituais. Não, acho que não vou casar, não combina
comigo. Por vezes me sinto muito sozinha e sofro um pouco, mas passa, sempre
passa. Ser um é sempre uma arte, enfrentar os olhares, os comentários e a certeza
das pessoas que podem sugerir na sua vida. Acho que minha vida daria um bom
roteiro sim, com uma sequência de tragicomédias, mas desses que a gente acaba rindo
no final.
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