terça-feira, 8 de novembro de 2016

Balzaca!

Algumas memórias de infância guardo sem saber bem o porquê. Há alguns anos eu vi meu avô abrir um sorriso e dar parabéns a minha tia quando fez 30 anos, "Parabéns! Agora você é uma balzaca". Ali, com 8 anos eu quis muito ser balzaca. Claro que eu só descobri quem era Honoré de Balzac anos depois, mas meu avô nunca desejou menos que amor pra gente, então pra mim virou a coisa mais legal do mundo. Hoje, ele não está mais aqui para me dizer que virei uma balzaca, mas sei que faria com o mesmo sorriso aberto.

Nem por um minuto sofro com os 30, tenho adorado minha chegada a quarta década de vida. A maturidade me trouxe menos paciência, mas mais tolerância. Muito mais dúvidas que certezas, mas resiliência. O tempo segue implacável, mas o aproveito bem mais agora que aos 20. Alguns pontos o universo se encarrega de resolver por mim, outros me testa, e vou percorrendo minha trajetória. Por vezes senhora do destino, em outras refém, mas ciente de todas as escolhas.

Muito mais mulher que menina, chego a bem vividos 30 anos. Meio aos tropeços, hora errando, hora acertando, completamente rodeada de amor. As vezes me reinvento, saio da caixa. Redescubro o mundo, eu e ele ainda temos muito a nos conhecer. Agradeço a tudo e todos que me conduziram até aqui e assim, aos traços, faço o desenho ser bem mais interessante. Chego a bem vividos 30 anos, Vovô, virei balzaca!

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