domingo, 24 de julho de 2011

E se eu gritasse, entenderia?

“É uma dor que precisamos entender em voz alta”. Verdade incontestável, no meu caso eu preciso não só exercitar minha oralidade, mas desenhar palavras no papel que possam reorganizar minhas idéias. Ainda não aprendi a parar de procurar explicações, preciso entender os acontecimentos e simplesmente não compreendo quando elas fogem das linhas lógicas.

O tema é mais do que batido. Não quero passar linhas e linhas falando das diferenças entre homens e mulheres e suas reações frente à potenciais novos relacionamentos, até porque acredito que nada que eu escreva caracterizará um novo fato ou uma nova explicação que vá solucionar os problemas.

Já usei palavras de muita gente na tentativa de explicar os insucessos dos meus relacionamentos. Assim como já li todos esses artigos que falam sobre mulheres independentes. Já passei horas deliberando com mulheres com a exata mesma reclamação. O fim é sempre o mesmo, não se chega a nenhuma conclusão.

“Sim, eu vou embora, mas nada de se magoar”. A letra da música é fantástica, só esquece de contar como isso é possível. Como eu vou embora ou deixo o outro ir sem a sensação de que mais uma história acabou sem o final feliz que os contos de fada prometiam? Sabe aquelas histórias do pegador que virou bom moço pela mocinha e foram felizes para sempre? Então, essas não são pra mim.

Começo a achar que os homens não deixam as mulheres, eles me deixam. Deve ter algum componente genético ou comportamental, ou eu sou boa demais ou ruim demais. Sem dramas, sem lágrimas, é a única conclusão possível. Porque eu não engulo essa de “eles não gostam de mulheres independentes demais” ou “mulheres inteligentes assustam os homens”, para mim são as desculpas que a gente mesmo se dá.

Não me enquadro em nenhuma das descrições clichês de comportamentos femininos, não sou grudenta, não sou ciumenta, não dou barracos ou faço cenas de extrema carência em público. Não tenho problemas de auto-estima, gosto de futebol, acho cerveja uma prerrogativa masculina. Sempre passei com louvor nos testes “como conquistar seu gatinho” da Capricho e mesmo assim não ando tendo casos de sucesso para contar por aí.

Assisti um namoro ruir, vi cada pedaço se desfazer no ar quando eu estava absolutamente de mãos atadas, nada pude fazer, não era eu, era ele. “É uma dor que precisamos entender em voz alta”, mas mesmo gritando aos quatro ventos corro o sério risco de simplesmente nunca entender. Continuo gastando toda a minha escrita, grito a plenos pulmões, mas a inquietude do “por que?” não se vai. Aceito explicações, atenciosamente.

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