segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Brincadeira tem hora...

Depois do acontecido do último domingo e a impressão de que sair em Brasília vai se tornar impossível qualquer dia desses, pensei em uma questão que me incomoda há um tempo. Foi com uma brincadeira que mataram um índio queimado há alguns anos. E foi também com uma brincadeira que espancaram uma empregada doméstica em um ponto de ônibus. E foi só uma brincadeira?


Absolutamente nada justifica violência, muito menos o excesso dela, espancar alguém torna qualquer motivo torpe, mas “foi só uma brincadeira” também não é justificativa. A melhor fase que escutei sobre o caso foi: “Não sei o que é mais ridículo "brincar" de pular o portão sem pagar a conta ou espancar alguém por ter feito isso”.


No caso do Calaf, chama à atenção pelo histórico tranqüilo da casa. Durante o dia, as pessoas se assustaram, “mas logo o Calaf?”. No facebook, foram vários comentários sobre o acontecido, incluindo o início de uma mobilização. “Se você também está cansado dessas ocorrências e não pretende mais freqüentar lugares onde cidadãos são obrigados a conviver com marginais, copie e cole no seu mural!”. Um exagero eu diria e uma ofensa aos profissionais que fazem segurança.


Já vi algumas confusões no Calaf, assim como em outros lugares, sempre protagonizadas pelo alto grau alcoólico de pessoas que acham que diversão está diretamente ligada à quantidade de cachaça ingerida. Essa idéia de não medir as conseqüências dos atos, seja embriagado ou não, me incomoda profundamente.


Posso ser careta, chata ou protetora da dignidade alheia, não sei, não importa, mas se fosse amigo meu, na exata hora que ele subisse na grade eu puxava de volta e dava um esporro público, como por muito menos já briguei por aí. Posso até estar errada, mas acredito que para pular ele teve platéia e incentivadores.


Brincadeiras são divertidas, mas têm hora e medida certa. Nessa o segurança se excedeu e o sobrou para o brincalhão. Mas e se fosse o contrário? E se envolvesse mais gente? Se a confusão se alastrasse dentro do bar? Todo mundo sabe que com segurança não se brinca, sabe-se lá se o cara foi bem treinado ou se é só um aglomerado de testosterona.


Agora fica à cargo da polícia punir os responsáveis e aplicar as penas cabíveis. Mas para mim é mais uma prova de que prefiro me arrepender do que eu não fiz, assim conservo minha vida, minha sanidade e a alheia. Porque “foi só uma brincadeira” definitivamente não justifica, explica nem traz nada nem ninguém de volta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso ai garotinha!
mandou bem =)