segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E ela soube o que queria...

Ela descobriu cedo o que queria. Precisava conhecer o mundo, desvendar cada segredo. Preferia o incômodo de verdades explicadas ao conforto da felicidade ignorante. Era divertido ser diferente, esperar muito mais da vida que lhe fora concedida. Ela era curiosa, sabia do risco, mas também compartilhava as delícias de todas as aventuras das descobertas.


Aos poucos ela descobriu como seria doloroso procurar justificativas no que ela não podia controlar. Era mais simples sair sem olhar para trás, mesmo enfrentando a dor. Demorou para entender que nem tudo acontecia como ela imaginava. Algumas certezas não são suficiente e a eternidade por vezes pode ser só um instante. O tempo já não era tão amigável quanto antes.


Ela conheceu o poder do acalanto de um abraço, da doçura de um beijo e de uma palavra certa no momento certo. Escutou segredos sussurrados no escuro do quarto e as confidências feitas só entre quatro paredes. Sentiu a leveza de um toque e a intensidade de uma carícia. Ela aprendeu a amar


Ela foi machucada. Chorou. Algumas feridas ela simplesmente entendeu que jamais se fechariam por mais que ela se esforçasse com todo coração. A invencibilidade já não era característica tão latente e o medo crescia mais do que ela gostaria. Por mais doloroso que parecesse, as cicatrizes a seguiriam por toda a vida. Ela cresceu.


Sentiu saudade. Quis voltar, procurar o tempo da simplicidade. Encontrar o ponto perdido dos sonhos que enchiam a alma. Os desejos tinham se transformado, ela sorriu, entendeu que não se anda para trás. Ela descobriu cedo o que queria, ela sempre soube o que queria. Seguiu.

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