domingo, 25 de março de 2012

Tenta de novo!

Enquanto o cara me vê como a companhia dele para as próximas horas da noite eu não enxergo
ele nem pros próximos vinte ou dez minutos. Sei que a garota do lado olha pra mim com espanto e pergunta “como assim ela não quer ficar com ele?” e eu tenho vontade de gritar “pode ficar para você!”, não é que ele seja ruim, é bem bonitão por sinal, mas eu sou tão melhor, estudei muito para escutar um discurso narcisista e cair em uma cantada ruim, tenho vontade de falar “volta e tenta de novo!”.

E é nesse maldito momento que jogo a toalha e desisto que morro de saudade de você. Das suas piadas ruins e trocadilhos inteligentes. De como a gente ria dessas histórias malucas e como era fácil passar horas encostada em você. Das nossas
conversas e do seu interesse em mim. De como eu podia ouvir suas explicações e erudições. Saudade do quanto era divertido. O problema não foi ter entrado na minha vida, foi não ter ficado, o problema é que agora sem você eu continuo me achando infinitamente melhor do que a minha vizinha e insisto em procurar outro de você.

No fim da noite ele encontrou o que queria, saí e tinha outra com ele. Eu volto pra casa sozinha pensando que prefiro a minha própria companhia a ter que aceitar a enxurrada de cantadas ruins e conversinhas moles. Não, seu cargo não me impressiona, nem seu carro, tão pouco sua conta bancária, me surpreenderia se mentisse menos, prestasse atenção no que falo e se interessasse mais por conteúdo do que por forma. “Volta e tenta de novo!”

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