domingo, 22 de outubro de 2017

E chegou...

E de repente você chegou. Eu nunca te esperei, nem por um minuto achei que fosse você. Era peça distante, enredado em outras histórias, nem sequer tínhamos os mesmos personagens, nossas estradas não tinham pontos em comum. E mesmo assim, em uma dessas viradas do destino, você chegou.

Você chegou como quem passeia em poesia, calmo, devagar, sem movimentos bruscos, sem aceleração de narrativa. Não teve drama, vivemos nossas tragédias em contos separados. Nossas jornadas não permitiam intercessão. Mas parece que desconsiderei que na linha chamada destino eu não dito carácteres.

Quando nossas historias se cruzaram ainda trazíamos as feridas de um ano complicado, de novas resoluções e de tudo aquilo que fugiu do controle. Os roteiros eram outros, os ensaios também, mas parece que a direção deu novos rumos e fez de nós um novo capítulo. 


Você não chegou em clímax, veio em lirismo, em cena longa, lenta, com fotografia bonita e plano aberto, dessas feitas para admirar. Foi emocionando devagar, preenchendo espaços, ganhando em cada detalhe e tomando o palco para si. A cena passou a ser sua, meu palco passou a ser seu também. Me vi na "sorte de um amor tranquilo" do poeta. Eu sorri. De repente, você chegou. 

Nenhum comentário: