domingo, 28 de outubro de 2012

Acordo assustada. Lembro de você, faz tanto tempo. Pergunto porque essa lembrança agora, por que logo agora que tudo se complicou? Lembro do trabalho, tenho tanta coisa a fazer. Volto cinco anos quando as expectativas eram outras, quando as possibilidades eram infinitas. Checo no telefone, nada de novo por ali. Email e facebook continuam desinteressantes. Penso no futuro, quantifico o tempo, tento adiantar prazos, me pergunto "quando?". O espelho me afronta, me faz perguntas que eu não quero responder. Você faz falta, mas logo lembro que há muito mais.
Sozinha, sinto que a solidão não me assusta tanto assim, uma enorme vontade de permanecer em mim, de eliminar as interações sociais, de fazer com a cabeça se esvazie.  As horas nao dormidas refletem no rosto marcado, os sonhos repetidos perturbam o sono. O corpo dói no reflexo da mente inquieta. Penso no que fazer, no que decidir. Uma ansiedade incontrolável, um choro incontido e uma aptidão para o isolamento. Silêncio, retidão.
 
Chega a hora de procurar calmaria, de acalmar o coração, de tomar fôlego e mergulhar mais uma vez. De seguir e achar letras novas, melodias mais tranquilas. As esperanças em frangalhos não permitem que me agarre a qualquer ilusão. Continuo sem querer responder perguntas, fugindo das verdades incômodas e tentando fazer do dia um recanto para ficar sem você. Faz tanto tempo e você ainda ocupa um espaço tão seu. Acordo assustada.


Um comentário:

Anônimo disse...

Velhos amores, trazem velhos problemas...rs