
A maioria esmagadora da mulherada peca pelo excesso de ansiedade.
Conhecem o cara e no mesmo dia já estão combinando os sobrenomes, pensando na
decoração da casa e escolhendo nome para os filhos. Pronto, jogou a expectativa
lá em cima, agora é ladeira abaixo. Sim, porque a não ser que ela viva em
uma comédia romântica, a tendencia à decepção é imensamente alta. Se o
racíocinio for que ser surpreendida é uma das melhores coisas do
relacionamento, criar expectativas é o oposto. Assim, enquanto ela elabora
planos futuros, o cara se atrasa 20 munitos, aparece com uma calça horrorosa e sapato feio,
pronto, motivo de emputecimento.
Mulher e conspiração são melhores amigas, daquelas inseparáveis.
Mulher pensa tanto que não tem tempo de viver. Se ele não liga são 1001
possibilidades imaginadas em frações de segundos, da mais agradável a mais
trágica. Se ela ficou de ligar, passa horas pensando no minuto e segundos certos, no
alinhamento dos astros, no tom de voz e na escolha minuciosa das palavras para só efetuar a ligação. Tem
mensagem de texto que é mais analisada que tratado internacional. E nem os
mediadores da ONU são capazes de provar que uma mensagem muitas vezes é só uma
mensagem, tem só o sentido literal da coisa.
E eis que surgem as novas mídias. A maior delas: o Facebook .
Reino da fuxicagem, pior e melhor amigo dos solteiros. Homens e muheres vão ao
delírio com as inúmeras possibilidades do site. Mas eu ainda acho que deveria
vir com manual de instruções. O FB é uma vitrine, onde se vê e se é visto e é aí que mora o perigo: o exagero. Colocar foto de biquine a lá “garota do
fantástico” pode ser um tiro no pé. Assim como mocinhos com um monte de foto
de si mesmo ou momentos constrangedores podem/devem ser banidos. Celular deveria
vir bloqueado para ligação internacional e foto do espelho. Além disso,
inventaram o “inbox” pra ninguém ter que publicar a paquera para o mundo.
A graça da mídia está no conteúdo. Se a criatura nasceu nos anos 80, um
monte de “kkkk”, “hihihihi” e emotions não são considerados um bom diálogo. Uma
boa dose de humor sempre cai bem. Atentar para a ortografia também.
“Inteligência encobre feiura, mas não há beleza no mundo que encubra burrice”,
frase genial de alguém no FB. Iniciar uma conversa com “oi, tudo bem?” corre um
grande risco de parar por aí, arrumar assuntos e modificar abordagens podem ser
uma boa para chamar atenção, e vamos combinar que no Facebook isso é fácil, o
cara já publicou o que gosta, o que faz, o que pensa. Nessa hora que a
inteligência vence!
Junto com os sites de relacionamento, apareceram os smartphones,
maravilhas tecnológicas (Steve Jobs eu te amo). Os aplicativos de mensagens, o
famoso Whatsapp, são uma das melhores invenções do mundo moderno,
li outro dia que estão desbancando o SMS. Mas não precisa ficar olhando se o
ser apareceu online a cada dois segundos ou ficar brava porque o “last view” é
posterior a sua última mensagem para ele. Que tal pensar que o homem trabalha,
dorme, come, malha, dirige e faz coisas normais que pessoas normais fazem e por
isso não respondeu. Melhor do que pensar que ele está com outra, te detesta ou
qualquer outra ideia perturbada.
Quer ligar? Ligue, mas não precisa ser 257 vezes. Quer sair? Convide, mas na
primeira recusa já da pra saber qual o interesse. A estratégia não está nos
joguinhos “espero o telefone tocar três vezes antes de atender”, mas em saber
com quem está lidando, se pode confiar, se há interesse dos dois lados. Ir aos
poucos (aos poucos) criando intimidade, ampliando a comunicação. Emburrar não
resolve lá muita coisa, ficar esperando que o ser adivinhe também não. Homens
pensam nas ações bem menos que as mulheres e o investimento é diretamente
proporcional ao grau de interesse, então cuidado antes de gastar neurônios
por aí com quem não merece. Como ouvi de um amigo, “Relacionamento sério?
Isso me lembra pessoas carrancudas, prefiro relacionamentos leves, prefiro
felicidade”, talvez seja essa a chave, menos seriedade, menos medo. A pedidos,
prefiro ficar por aqui, afinal falo o que quero.
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