Depois da viagem sem surpresas, amém, chegamos a Phuket, a maior ilha da
Tailândia. Pelo caminho para o hotel, descobri que é quase uma Grande Phuket,
porque é um aglomerado de municípios e tem lá seu aspecto de cidade grande.
Escolhi a dedo o último hotel da viagem, porque depois da andação era
hora descansar. E lá fomos nós pra riqueza, ah que delícia é ser paparicado, a
começar com alguém pra carregar minha mala. Sim, parece frescura, ou exagero,
mas depois de até embarcar em barco com mala na cabeça, quase abracei o moço
que me disse “deixa que eu levo”.
E por falar em mala, a minha fiel, e antiga, companheira entrou em
agonia pela terceira semana e se recusou a travar direito, então era hora de
dar descanso a ela. Em Phuket ela deu seu último suspiro e por lá ficou. Quase
chorei, mas a primeira missão na cidade foi ir ao shopping e encontrar uma nova
parceira de aventuras.
O dia seguinte foi para conhecer (e se despedir) a praia. Minha surpresa
foi me achar no Rio, praia urbana, cadeiras para alugar, ambulantes, juro que
estava esperando o mate e o biscoito Globo já. Mar calmo, água morna, uma bela
despedida, até o sol apareceu para fazer as honras.
Mas a gente não passa uma sem perrengue, lá pelas 2h da tarde o céu
fechou e caiu água pra tudo que é lado. Lá fomos nós de toalha na cabeça andar
uma quadra até o hotel. Lembra da riqueza? Chegamos igual pinto molhado nela,
nada nem parecido com o glamour do hotel.

Foram 20 dias cruzando um país, nove cidades, diferentes regiões, sempre
tentando aprender o máximo de sua história, costumes, organização e filosofia.
Obrigada Tailândia por me mostrar na prática o que é relativismo cultural, por
tirar da teoria o que tanto li, por desconstruir meus preconceitos, por me
ensinar sobre simplicidade. Você é absolutamente encantadora, levo excelentes
lembranças e saudade. Khorb Khun Na Ka Thai. Até
um dia.