domingo, 5 de novembro de 2017

Diário de Bordo Ásia - cap V

Se a Ayutthaya foi meu presente, Chiang Rai foi uma grata surpresa. Uma cidadezinha no norte da Tailândia, com carinha de interior. A gente desceu no aeroporto com plantas entre as esteiras de bagagem sem acreditar muito que ia dar certo.

Esquece o Uber, por aqui é o Cab alguma coisa, mas funcionou, amém, e ponto pra Diana. Hostel gracinha, inglês super compreensível, amo hostel nessas horas. Meu sono segue me matando, quando acostumar já vai ser hora de ir embora. Foi dia de lavar roupa e tentar dormir, tava no orçado esse.

A graça de lugar pequeno é achar no Trip Advisor um restaurante do outro lado da cidade e poder ir andando. Que Deus abençoe o americano que resolveu trazer comida australiana pra Chiang Rai, sim achamos um Outback aqui e delicioso. Não gosto de comida tailandesa, me julguem.

Tudo na Tailândia termina em feira e achamos outro night marketing gracinha pra gastar dinheiros. No meio, um pocket show pra fazer propaganda do show cabaret da cidade. Moça, vamo melhorar isso aí que não tá bom não. 

Graça mesmo foi o segundo dia, descobri que é possível se passar por “everywhere” em algumas horas. Chega a van do passeio, companhias de todos os países em 9 pessoas e vamo nessa. 

Primeiro ponto foi o Templo Branco, um espetáculo alvo de construção moderna, uma tentativa de revitalizar a história da cidade. Em seguida o Templo Azul também mostrou seus traços contemporâneos. Para coroar a relação com as artes, a Black House se apresentou em escuridão e estética duvidosa, mas sem dúvida interessante.

Chiang Rai sofreu por anos com o tráfico do ópio e em uma sequência de conflitos conseguiu mudar sua história. O museu do ópio revela um passado recente de um entorpecente poderoso e muito valioso.
 
Claro que pra mim o ponto alto seria conhecer a Long Neck Tribe. Daquelas organizações sociais tão distantes da sua cultura que é preciso se esforçar pra deixar os preconceitos do lado de fora e ter um olhar de etnógrafo. História encantadora, de uma tribo que encontrou uma forma de proteger suas mulheres, afinal são elas que promovem a vida.

Ainda teve um encontro com macacos malucos, uma escadaria sem fim e um Buda numa caverna com cerâmica. Por fim, o Gold Triangle, de um lado Tailândia, do outro Myanmar e o Laos, sim, três países em um olhar só. Being everywhere foi uma delícia, cheguei meio morta, mas obrigada Chiang Rai, um prato nobre de cultura você. 


Mas claro que ia ter perrengue, porque na Tailândia é assim, tem sempre uma surpresa. Para a próxima cidade o meio era ônibus, chegar na rodoviária de Chiang Rai foi me sentir no “Não conta lá em casa”. Asfalto? Nem pensar. Um quadradão de brita (ou que sobrou dela), uma poeira sem fim, lotado de gente se apertando embaixo de uma lona azul, um tailandês brigando com quem parava no lugar errado e uma barraquinha com uma comida bem fedida. Mas fecha mala que tem cidade nova! 

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