quinta-feira, 19 de março de 2009

Mais uma caixa...

Recebi mais uma colaboração muito especial! Inspirada numa caixinha ela lembrou de uma outra caixa...Essa que ela fala eu tb já tive e acho que muitas outras pessoas também!
Adorei Dé!!!
Beijos
Tati

Cheguei à inevitável conclusão de que não sou romântica. De acordo com o conceito do Vander Lee, românticos são aqueles que “Conhecem o gosto raro de amar sem medo de outra desilusão...”. Esse definitivamente não é meu caso, no momento me vejo apavorada pela possibilidade de cair de novo em desilusão. Admito, por mais patético que possa parecer – e é! Ninguém pode obrigar a me apaixonar de novo.

A verdade é que da única vez que entrei de cara, corpo e alma num AMOR, no final das contas acabei tendo por companheiro uma caixa – ironicamente estampada com vários corações e cujo o feixe é uma fita vermelha– cheia de planos de viagem, fotos, cartas, cartões, pétalas de flores de cada um dos buquês, ingressos de cada uma das peças, dos filmes no cinema, das notas e comprovantes dos presentes encomendados de tão longe.

A minha caixa ficou recheada de calendários mensais que marcam – pateticamente– o dia de aniversário de namoro e do primeiro beijo – datas diferentes que sempre guardei, mas muitas vezes esquecidas pela outra parte envolvida. Calendários que marcam com um smile cada um dos dias significativos, de entrega, de declarações, confissões, de cada noite em que lutei contra o sono pra ter mais alguns minutos pra o ver ali, dormindo, do meu lado, iluminado pela luz que vinha de fora da janela. Enfim, uma caixa estampada de corações coloridos e pedaços do meu.
Se me arrependo? Não! Nenhum um pouco. Por mais que doa – e ,acredite, dói – gosto de me lembrar de tudo isso e de me parabenizar por ter me dado a chance de experimentar tudo. Mas não me peçam pra ter coragem de passar por tudo isso de novo. Não quero, nem tenho coragem – tenho, acima de tudo, medo, de desapontar ou ser mal compreendida.

Talvez esse texto seja apenas mais um dos muitos que coloquei na caixa de corações, para minha exclusiva leitura. Um dos tantos em que descrevi a falta que tudo aquilo me faz. Por um tempo, as recordações eram tão vivas que fui capaz de sentir o cheiro das cenas. Minha caixa continua lá, com a fita vermelha, mas aos poucos ela está cada vez mais no fundo do armário, a ponto de ser esquecida em um canto empoeirado, porque só assim posso esquecer o medo também.

Débora Borges

2 comentários:

Debora Evangelista disse...

Amei amiga ;***

E obrigada pelo espaço ;)

Tatiana Coêlho disse...

Eu já tive uma caixa completamente recheada de lembranças, na verdade ainda tenho, mas tem muito mais da minha vida do que só ele, na verdade já tem "eles" dentro dela!

Adorei o texto Déh!
Beijos