quinta-feira, 5 de março de 2009

Sempre lá...

Você estava sempre lá. Quando eu chorava. Quando eu ria. Quando eu gritava. Quando eu sentia dor. Você sempre estava lá para mim. Fez os mais diversos personagens, de amigo, de irmão, de amante. Eu era só uma garota com um monte de coisas para aprender e você estava sempre presente, mesmo quando eu não queria te ver, mesmo quando eu te odiava, mesmo quando era você que me fazia chorar.

Você foi tantas vezes substituído. Tantas vezes eu te superei. Deixei que acabasse, que cada um seguisse, te tirei de perto de mim e de tudo que nos cercava. Mudei, cresci. Mesmo assim você sempre vai e volta. Acho que ainda sinto sua falta, do que éramos, do que poderíamos ter sido. Errei muito, mas não sozinha, sei que acreditou junto comigo.

Você me fazia tremer e hoje me traz só lembranças. Existiu um tempo que era grande, forte e ocupava todo os lugares em que eu estava ou mesmo olhava. Inesquecível e até mesmo intocável. Mas o tempo foi passando e o espaço foi ficando cada vez mais restrito até você caber em uma caixinha e ser mandado pro departamento de memórias.

A caixinha ainda existe porque um dia, talvez, você saia de lá. Talvez porque eu ainda não saiba lidar com algo do tamanho do que representou ou porque ainda nada ocupou o mesmo lugar. Mas sei que você deve ficar lá guardado por um bom tempo, porque assim eu posso continuar até ter outra caixinha para colocar no seu lugar.
Tatiana Coêlho

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa neguinha fiquei imprexocado!
gostei msm desse ai!! nao sei d que se trata, mas o texto esta maravilhoso! ja escreveu um pro dia das mulheres? deveria afinal voces merecem!!!
=*