segunda-feira, 20 de abril de 2009

Jornalista e humana!

Como jornalista, já me vi frente a dúvidas éticas, entre contar ou não uma boa história pensando nas possíveis conseqüências. Ter cuidado com autenticidade das fontes, veracidade das informações, exploração de personagens. Mas me pergunto se as pessoas fazem isso em suas vidas, se tomam cuidado ao repassar uma história, uma opinião ou uma leitura sobre um fato.

Não existe conselho profissional para jornalistas, nós, o mercado e os colegas nos regulamentamos. Mas existe a lei de imprensa, ultrapassada, mas útil. Para mim o artigo mais importante é exatamente o que fala que é vedado o anonimato, ou seja posso escrever o que bem entender, desde que eu ponha o meu nome lá embaixo e dê minha cara a tapa para eventuais problemas. Acredito que informação nunca é demais e que opinião é livre, assim se desenha a liberdade de imprensa e de expressão.

Não venha falar de isenção em um mundo que a opinião do outro importa e muito. Manter as aparências vale tanto que me pergunto se as pessoas realmente falam o que sentem e fazem o que tem vontade. Aprendi cedo que poderia ser o que, e quem, eu quisesse desde que minhas idéias e ações fossem coerentes, talvez por isso despreze pessoas que falam demais e fazem de menos. Mais ainda, tenho um misto de horror e pena de quem se importa muito mais com o que o vizinho pensa do que com a própria felicidade.

Gosto da esfera privada, mas acredito que todos temos que lidar com a vida pública, onde todo mundo é julgado e criticado, negativa ou positivamente. Não deve ser fácil viver em função do que os outros querem para você, na profissão, nos relacionamentos, nas amizades. Assim nascem pessoas reprimidas, preconceituosas e infelizes, mais ainda nascem as vidas de aparência, apenas porque é conveniente.

Antes de cobrarem isenção, honestidade, veracidade e tantas outras coisas de jornalistas deveriam avaliar se cobram isso delas mesmas. Características imprescindíveis para qualquer bom profissional de mídia, mas bem importantes na formação de caráter de qualquer ser humano.

Tatiana Coêlho

Um comentário:

Serenata disse...

Esse texto, muito bem escrito por sinal, me remete a uma velha frase:"Antes de mudar o mundo, mude você".
Antes de julgar o próximo, olhe pro seu nariz. Antes de achar ruim, faça melhor.
E por aí vai...

Ser humano... ô coisa difícil!