quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tenho saudades de brigar

A vida de solteiro é uma delícia, mas me pergunto o que mais eu sinto falta do meu tempo de namoro e não hesito em dizer: das brigas. Sim das discussões, dos pitis e charminhos. Sempre gostei de brigar, nada de baixaria, virar a mesa ou quebrar coisas, mas discordar, trocar opiniões, me irritar e fazê-lo ficar com raiva.

Sempre tive horror à ausência de embates e explico o porquê, até para não parecer louca. Dados os limites necessários- respeito obviamente- brigar é um exercício rotineiro, quer dizer que você fala quando não gosta e ele faz o mesmo. Nos meus relacionamentos sempre foi assim, não gosto de DR (discussão de relação), não espero as coisas se acumularem, resolvo logo na hora. Assim, fatalmente, rolam as “briguinhas”.

Quando tudo está aparentemente bem, ninguém reclama com ninguém e ninguém fala nada é sinal que algo anda mal. Ao menos comigo sempre foi assim. Naquela hora que tudo fica morno e calmo é porque desandou, até porque rotina de relacionamento é cansativa e exige dedicação, ou seja sempre tem uma picuinha pra resolver.

Tenho medo da indiferença, ainda mais quando o papo é namoro. Pra mim a passionalidade desperta muitos sentimentos, um deles a irritabilidade. Por isso abomino as Amélias que ficam dizendo “amém” para o que os namorados falam e desacredito do mundo cor de rosa em que o cidadão aceita tudo. Quero seres pensantes e formadores de opinião, que me desafiem. Quero brigar. Até porque a reconciliação depois é sempre uma delícia. Sinto falta das brigas.

Tatiana Coêlho

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