
O samba tem hora que maltrata. “Mas vai embora antes que a dor machuque mais meu coração, antes que eu morra me humilhando de paixão e me ajoelhe te implorando pra ficar comigo”. Nesse momento a gente já perdeu a dignidade.
Há quem diga que não basta ser de fossa, tem que ser brega. “Saiba que meu grande amor hoje vai se casar, mandou uma carta pra me avisar, deixou em pedaços meu coração”. Nesse gênero a lista é extensa, só encostar em algum boteco por aí ou sintonizar o rádio em um programa “para ouvir e amar”.
As grandes estrelas também cantaram muita tristeza pela MPB. “Dei pra maldizer o nosso lar, pra sujar teu nome, te humilhar e me vingar a qualquer preço, te adorando pelo avesso. Pra mostrar que ainda sou tua. Até provar que ainda sou tua”. A clássica interpretação de Elis Regina no especial da Rede Globo em que ela se emociona. http://www.youtube.com/watch?v=35FPZR24djg
E temos as clássicas em outros idiomas também, Maysa sofreu em francês com “No me quitte pas”. “And i'd give up forever to touch you, cause i know that you feel me somehow, you're the closest to heaven that i'll ever be and i don't want to go home right now”, a música da década de 1990 da banda Americana Goo Goo Dolls ainda machuca muita gente por aí.
Pausa para deixar as lágrimas rolarem.
Os homens também sofrem e falam muito bem de suas dores. “Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu. Eu bato o portão sem fazer alarde. Eu levo a carteira de identidade. Uma saideira, muita saudade. E a leve impressão de que já vou tarde”. Chico Buarque e Milton Nascimento talvez sejam meus compositores preferidos quando o assunto é falar sobre o que sinto.
Não foi a primeira, nem será a última, dores vem e vão, ficam as lembranças. Unindo meu amor à música e a tudo que sinto penso que ainda tenho muita coisa para ouvir e muita melodia para curtir fossas nos próximos "anos-novos". “Não penso em me vingar, não sou assim, a tua insegurança era por mim”