segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

17 de julho de 2008

Nunca me lembro de datas, não é charme, simplesmente não lembro delas. Mas hoje algumas coisas me fizeram pensar. Logo de manhã no trabalho, ao abrir o jornal, a matéria me lembrava que há um ano 199 pessoas morriam no pior acidente da aviação brasileira. Algumas horas depois, me veio a memória que faria um mês de relacionamento, se esse ainda existisse. A noite, uma conversa com a minha amiga jornalista esfomeada, lembramos que há dois anos comemorava minha aprovação na UnB.

Me lembro bem de como acompanhei o acidente. Estava em casa na mais absoluta falta do que fazer, férias de julho, quando entrou o plantão da globo com as imagens do avião em chamas enfiado em um prédio. Não conhecia ninguém que estava ali, mas a imagem de uma mãe desesperada no saguão do aeroporto nunca vai sair da minha memória. Não sei se a diretora da Anac, o presidente da TAM ou alguém da aeronáutica sentiu o mesmo que eu, mas sabia que os destroços em meio a fumaça representavam o ápice da crise aérea que ninguém tinha conseguido solucionar.

Junto com o pseudo aniversário de um mês me veio que nunca lembrei desse tipo de comemoração. Dia que conheceu, que deu primeiro beijo, nem nada. Mas talvez a intensidade do caso me fez lembrar desse. Começou meio sem querer, ganhou importância e acabou. Na verdade acabaram com ele. Acordo comum e conhecido, você entra com a bunda e o cara com o pé! Levanta a mão quem nunca firmou um desses???

E por fim minha aprovação me fez pensar em como tudo mudou. Em 2004, quando terminava o terceiro ano, minha vida se resumia a entrada na Unb pelo Pas, mas veio a decepção. Choro, estudo e mais uma reprovação. Veio o Iesb e o amor pelos primeiros passos do jornalismo, mas algo me faltava. Sempre amei história e lembro da minha sensação de que tinha mais a aprender. “Mãe vou fazer história” e lá fui fazer a prova, dirigindo, com calma e sem nada a perder. “Você passou!”. Mas em que mesmo?. “Na UnB!”.

Mal acreditava, alguns ovos depois eu fui para o primeiro dia de aula, absolutamente maravilhada com tudo que a Universidade podia me proporcionar. Peguei um monte de matérias, das mais diversas áreas. Tive a certeza de que os dois cursos eram perfeitos pra mim.
Um me dava a agilidade e praticidade características da minha personalidade explosiva e o outro me proporcionava entender origens, anacronismos e a mais vasta carga de leitura.

17 de julho de 2008, aniversário de uma perfeita escolha, de uma tragédia e uma dor de cotovelo. Bela data!

Tatiana Coêlho

Um comentário:

Anônimo disse...

É…
certas vezes a nossa memória brinca comagente. Das formas mais enigmáticas e um tanto engraçadas.
A minha memória é sempre um caos. E vc sabe muito bem disso, afinal nem lembro o que eu comi ontem. Mas existem certas coisas que a memória funciona que é uma beleza!
Eu, particularmente, ja desisti de entender a minha memória, apenas aceito e dependendo do caso reflito um pouco hehehe.
No mais, acho que as mudanças que aconteceram na sua vida foram excelentes. Vc se encontrou e ficou muito feliz com a escolha que fez.
Relacionamentos… bem esses vão, voltam, passam e somem… ainda não posso dizer se realmente ficam ou se valem a pena. Já fiz diversas escolhas erradas. Mas sei que mesmo as escolhas erradas fazem a gente aprender um bocado de coisas.
É a vida!
E continuamos aproveitando cada momento dela.
Afinal, mesmo com os sofrimentos existem diversos momentos inesqueciveis e bons demais!!!!
Bjinhos