segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Best Of...

(29 de Dezembro de 2008)

Mais uma vez me vejo pensando em relacionamentos, talvez seja um dos temas que mais escrevo no blog, pelo simples fato que não entendo muita coisa sobre eles. Assim, pensar e teorizar nunca é demais, considerando as variáveis e impossibilidade de provas empíricas. Desta vez, tento trazer pontos para pensarmos sobre.

Por exemplo, assistindo Saia Justa na GNT veio a pergunta. Por que as pessoas esperam que o outro as preencha? Por que esperam que o outro ocupe o vazio que nem mesmo elas sabem ocupar? Assim projetam seus sonhos, seus anseios, tudo passa a ser responsabilidade do outro, nada mais tem sentido se o outro não estiver no plano. Será que somos tão insuficientes sozinhos que precisamos que alguém nos faça felizes?

Isso me assusta muito, ser dependente de alguém para ser feliz. Li alguém que escreveu que em muitos de seus momentos mais felizes e cotidianos estava sozinha. Aqueles momentos bobos, como acordar cedo e saber que pode dormir mais umas duas horas, passar a noite trabalhando, mas terminar com ar de tarefa bem cumprida, acordar de um sonho bom ou chegar cansada se meter num pijama confortável, se entupir de brigadeiro e descobrir o filme favorito passado na TV. Podem ser momentos muitas vezes não observados por nós, mas que fazem muita diferença na vida de alguém.

Passamos a maior parte do tempos em nossa própria companhia e isso não é ruim. Nessa hora sabemos quem somos, o que queremos, do que gostamos ou não e principalmente pensamos, não é fácil ficar com as próprias dúvidas, sonhos, anseios, mas é bem necessário. A solidão é algo tão temida e mal vista, que as pessoas esquecem que podem ser suficientes nelas mesmas. Ninguém é uma ilha, eu sei, mas por que não podemos estar completamente felizes sozinhas?

Não sei o que as pessoas esperam das outras. Por que precisam controlar a vida da outra? Já me peguei pensando no que faria se fosse traída, mas ao mesmo tempo penso se isso é o pior que pode fazer em uma relação. Já vi relações que chegaram ao fim e só um deles não viu e o respeito já desceu pelo ralo sem nenhuma traição. O que é mais dolorido?

Eu não espero, nem desejo, dedicação exclusiva de ninguém. Espero compartilhar, dividir as mais tolas situações até as mais sérias. Quero pessoas ao meu redor que se compadeçam dos meus fracassos e fiquem felizes com os meus sucessos. Quero gente que importe ao meu lado, quero ligar e dizer: “Tenha um bom dia” e quero receber ligações: “Como foi o seu dia?”. Quero ser ouvida, não quero mandar, não quero ter que fazer cenas. Minha vida não é um filme não preciso de público. Não quero mandar, não quero ser controlada.

Não aceito discursos machistas sobre a impossibilidade natural masculina para monogamia, mas me vejo pensando no pior, se fosse traída preferiria um caso de uma noite a uma relação amorosa e de meses com outra. É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Nenhuma dessas questões eu sei responder, só entendo sobre a minha pouca experiência nessa área, logo o debate está aberto, mas aconselho quem souber todas as respostas que as escreva num livro, publique e venda bem caro, porque é best-seller na certa!

Tatiana Coêlho

3 comentários:

Anônimo disse...

Antes de teorizar, viva, ame, se apaixone, leve um pé na bunda, sofra, chore, ria, e ame novamente. Dica simples para não se martirizar com tantas perguntas, que permanecerão insistentemente após tantos verbos

Anônimo disse...

Concordo muito com a Ana Rita, mas pensar sobre não me impede de executar absolutamente todos os verbos! Não me martirizo, mas deixo questões abertas

Anônimo disse...

Humm, meu primeiro comentário!!!
Me pego às 2h35 lendo um texto sobre algo que a pouco pensava e conversava com amigos. Não é novidade para você quando digo que concordo, nesse aspecto somos parecidas… Algumas pessoas buscam em outras algo que as complete, quando eu vejo que antes deveria se completar por si só. Percebi muito sobre a minha pessoa quando me deparei sozinha, mas na verdade não estava.. me apoiei em amigos, hobbies, momentos que me davam prazer