(26 de Setembro de 2008)
Ela andava desacreditada. Uma ligação tinha mexido com uma ferida que parecia estar entreaberta ainda, mas ela preferiu mantê-la ali, parada e em processo de cicatrização a correr riscos. Se dera errado uma vez o que garantia que agora seria bom? Não quis descobrir, preferiu negar o convite e conter a curiosidade, ele não tinha direito de voltar agora. Assim o fez, e seguiu sob os aplausos das amigas conhecedoras do caso.
E é bem nesse momento que nada pareceu fazer sentido, tudo bem tinha sido forte o suficiente para não voltar para quem tinha lhe dispensado, mas e agora? Outro apareceria no lugar ? Ou ninguém nunca mais se interessaria por ela? Terminar uma história teria que ser o início de outra, sim porque a quantidade de “se” que a conclusão deixa nem sempre é fácil de controlar.
Pensou em ligar. E se ela virasse o jogo? Se em vez de repolhinho dele ela passasse a repolhadora dele? Muito perigoso, podia facilmente voltar a se apaixonar e novamente virar o famoso vegetal. Seguiu em frente cheia de inseguranças.
Em um dado momento ela estava bem. Tinha conhecido o amigo de uma amiga, nada demais, apenas se interessado e recebido interesse em troca, naquele momento extremamente necessário para ela. E de repente apareceu outro ele.
E ele veio na melhor hora de todas, naquele momento que não esperava nada, com aquela cara de acabada e com mal-humor de quem trabalhou o dia todo, mas mesmo assim ele gostou dela. História de novela? Talvez, mas existe e aconteceu. Um tal chiclete, olhares e conversinhas. Trocaram telefone, ela completamente descrente, ele ligou, ela tremeu, algo ali estava funcionando. Agora eles conversam , ela ainda não sabe no que vai dar, mas gosta de não saber e principalmente ama o fato de existir outro ele.
Tatiana Coêlho
PS. Os termos “repolhinho” e “repolhador” foram tirados do texto de um blog de três jornalistas divertidos (http://joselitando.blogspot.com/2005/06/os-repolhinhos.html ).
“O repolhinho é aquela pessoa que se pegou contigo algumas vezes e, coitada, caiu na besteira de gostar mais de você do que você dele (a). O problema é que você vai brincando de dar uns amassos na pessoa, evolui um pouco o nível de sacanagem, a pegação esquenta e, de repente, você se dá conta de que, apesar de estar na maior curtição descomprometida, tem um ser humano ali do outro lado, com sentimentos, emoções e coração, que está perdidamente apaixonado por você.”
“ E o repolhador. Tem o outro lado também: quando estamos por cima da carne seca, criamos “repolhinhos (as)”. Somos os regadores ou repolhadores.”
Um comentário:
A-D-O-R-O novas histórias!!!!
Bjinhos
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