segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Por que mesmo???

(13 de Julho de 2008)

Dentre as muitas coisas que eu gostaria de perguntar pro “Cara lá de cima”, uma delas seria porque as vezes temos a sensação de rodar, rodar e parar no mesmo lugar. Sim, porque a minha vaga idéia de sucesso está intimamente ligada à evolução. Principalmente no que diz respeito ao meu trabalho e aos meus relacionamentos.

Tudo bem, no dia que a primeira infeliz resolveu queimar o sutiã a gente precisou sair de casa e ir à luta. O que estaria certo se a idéia fosse direitos iguais e não igualdade dos sexos. Eu continuo querendo que abram a porta pra mim, que eles façam força para carregar coisas e não eu e, principalmente, que continuem abrindo os potes de azeitonas. A autora da queima não previu que as mulheres não iriam só trabalhar fora, mas sim acumular funções dentro e fora de casa.

Mas tudo bem trabalho é o menor dos problemas. Mulheres crescem cada vez mais no mercado e a competência é comprovada. Jovens executivas: garotas espertas, detalhistas e proativas, quem não conhece uma desse tipo? E sinceramente a gente sabe o que faz e porque escolhe cada profissão. A minha é uma paixão quase infantil.

A coisa complica na hora do tal relacionamento amoroso. Como diabos eu vou conquistar o mundo se ainda tremo toda só de ver o sujeito? Como eu vou evoluir se uma ligação do ex me desconcerta? Como eu vou dar atenção pro cidadão se tenho trabalho, faculdade, amiga chorona, mãe, irmão, primo…? E mais como eu vou resolver todos os meus problemas, os dele e no fim me fazer de sensível e frágil pro sujeito não se sentir impotente? Ah é muita coisa pra uma mulher só, volto a dizer: por que mesmo queimaram o primeiro sutiã?

Ainda precisamos dos homens- na verdade gosto muito deles- e sinceramente quero receber o mesmo que eles quando fizer o mesmo trabalho, mas ainda quero ser mimada quando estiver em casa. Quero poder trabalhar no que bem quiser e entender, mas quero receber uma ligação no fim do dia de “como você está?”.

Ainda criamos homens machistas, outro dia ouvi um amigo dizer “Minha mãe ta me ensinando atividades domésticas porque diz que as mulheres de hoje em dia não fazem mais isso”, o que reafirma a teoria de que não existe homem machista e sim mãe machista. Mais uma vez estamos no ponto de partida.

Enquanto não descubro o porquê vou me divertindo por aqui mesmo. Só queria entender quando foi que eles se tornaram complicados, mas isso é tema de outro debate. Continuo achando que homem tem que ser homem no sentido mais restrito da palavra.

Ah e pras amigas mais feministas, nada de protesto e nem retaliações sobre a conversa do sutiã. Mas que a gente faz tudo e mais um pouco e ele continua lá apertado como fiel companheiro, ah isso é inegável.

Tatiana Coêlho

Um comentário:

Anônimo disse...

É apenas uma sensação, Tati, pois, como disse Heráclito de Efeso, nós não podemos nunca entrar no mesmo rio, pois, como as águas, nós mesmos já somos outros. Estamos sempre crescendo, amadurecendo, evoluindo como pessoas, profissionais e como mulheres, é claro. Sobre relacionamentos, aprendi e aprendo todos os dias a gostar cada vez mais de mim, a me respeitar, a me admirar, a não precisar de elogios. Como disse Rawet em um ensaio: “Somos educados num regime de gratificações. Elas vêm de Deus ou da sociedade. Isto um dia me fez pensar o oposto, e associando agora à consideração de ser uma estrutura aberta, pergunto se o homem não será algo parecido com o grego do filme: quando dança, não quer aplausos. Um grego quando dança é porque está contente. Pergunto: não será o homem algo que quando vive não precisa de aplausos, vive porque tem prazer de viver, mesmo com dor?”

Sobre os homens, prefiro me abster e recomendar leitura deste texto do Fabrício Carpinejar: http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=3382

Vamos aprender juntas cada vez mais???
Beijos, minha querida e bravinha amiga!!!