segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Eu, Tu, Eles...

(4 de Agosto de 2008)

Existem dois tipos de homem e eu.

Eu sou do tipo menininha. Não uso mega saltos, nem mega decotes. Mas sei me vestir. Não chego em caras, não fico com qualquer um. Mas sei escolher o mais interessante da festinha. Não vou pra qualquer festa, gosto de selecionar a música que vou ouvir e, conseqüentemente, o tipo de gente que vou encontrar. Mas não recuso boas saídas com boas pessoas, seja pro lugar que for.
Nem sempre fui assim. Mas a partir do momento em que deixei detalhes e preocupações de lado, comecei a viver de verdade e a aproveitar tudo que estava ao meu alcance. Assim, conheci todo tipo de homem. Hoje, com sabedoria e experiência, posso dizer que consigo dividi-los em dois grupos: o dos gostosos e corpudos; e o dos inteligentes e interessantes.

Eles estão em todos os lugares. Mas você só os encontra se estiver disposta. No começo é mais difícil, demorado, envergonhado. O coração bate mais forte toda vez que algum ser do sexo masculino com intenções estranhas chega a menos de 1m de você. Mas depois de umas cinco festas com cabelos soltos, cílios curvados, duas cervejinhas e sorriso, a vergonha e insegurança passam. Aí as pessoas que vão acrescentar algo aparecem sem esforço, seja ela do tipo que for. É importante lembrar sempre que cada tipo de homem tem valor.

E os dois tipos comuns valem a pena em qualquer fase da vida. Ainda mais se forem um pouquinho mais velhos. Exemplos: mulher com 20, homem com 30; mulher com 30, homem com 37… até 42. Mas também não deixe chegar aos 50. Calma lá.
Vou começar pelo gostoso.

Esse é bonito e ponto final. Não queira que ele te fale coisas excepcionais. Mas em compensação, tem olhos apaixonantes, boca bonita, corpo malhado, pele bronzeada e é estiloso. O “gostoso” costuma ter super-profissões: advogado, com ternos e perfumes caros; fotógrafo, com ar desleixado e equipamento sempre a postos; ou tenista. Esse homem é do tipo que não quer se relacionar e, por isso, aparece sempre com idéias boas. Em vez de restaurante com vela, caro e com manobrista, te leva a um bar. E promete pagar as cervejas.

A conversa é, na verdade, um monólogo. Só a mulher fala e ele concorda com absolutamente tudo que ela fala. Mas presta atenção, morre de rir e balbucia qualquer coisa que já foi dita, só que em outras palavras. Importante lembrar que ele é lindo e concorrido, então o telefone não vai parar de tocar a noite toda. Mas ele vai binar, pra mostrar que você é tudo naquele momento. Os joelhos se encostam embaixo da mesa enquanto a mulher continua contando a vida inteira. Mas na verdade, os dois só conseguem pensar qual vai ser o momento do bote.

Pode ser um ploc no meio de todo mundo, pra aumentar o desejo, ou pode ser no momento de abrir a porta do carro. A segunda opção é a mais interessante e normalmente, a mais escolhida. As mulheres sabem que vai ser do estilo clássico, e por isso adoram tanto. Ele vai te encostar no carro e você não vai ter pra onde fugir. Não vai parar de beijar e, nessa hora, qualquer comentário que você quiser fazer, desiste. Ele não vai querer saber. E no final, quando você cansar e quiser ir embora, vai ouvir a famosa proposta: “Vamos pra um lugar mais calmo?”. No som do carro, já programado, toca Portishead. E aí é com você. Vai ou não vai? E se eu fosse você, ia. Deve, no mínimo, valer a pena. Homens desse tipo sabem o que fazer direitinho com tudo o que têm.


Mas eu prefiro os inteligentes.

Esse, você vai encontrar em alguma festa super legal, com música do estilo que você gosta, ou em alguma livraria ou cinema alternativo. Ele não quer ser cult. Ele entende exatamente tudo o que está falando. Vai entender sobre o lúpulo da cerveja que está bebendo, vai saber explicar porque gosta tanto dela, e é decidido na vida. Também tem uma mega-profissão: jornalista, escritor, historiador ou engenheiro. E certamente vai ter coisas a acrescentar: faz comentários de filmes e bandas, sabe história, curiosidades, e a parte favorita dos DVDs é o extra. Costuma gostar de teatro, MPB ou rock clássico (minha opção favorita). Mas esses, costumam estar um pouco a cima do peso, têm cabelos brancos, não se bronzeiam (e até passam bastante protetor solar), usam duas camisas lisas e são superdetalhistas com as cores para não ficar brega. Mas têm olhos hipnotizantes e usam perfumes bons. Porque eles sabem escolher.
Na famosa conversa de filmes, vai começar citando coisas que você nunca viu. Ele vai te fazer uma lista de outros que você tem que assistir. Vai citar quotes: “Appy-polly-loggies. I had something of a pain in the gulliver so had to sleep”. Você insiste, faz charme, dá beijinho e quer saber o que diabos é gúliver. Mas aquilo vira segredo de estado e um motivo pra te surpreender um pouco mais pra frente. Aí ele programa algo especial, só os dois, com chocolates e ar condicionado pra assistir o tal filme e descobrir o que significa a palavra em russo. Nessa hora a gente não recorre ao google. A gente simplesmente se deixa ser surpreendida. Durante o filme, ele vai fazer comentários, é claro. “Reparou que a mulher não usava calcinha por baixo do macacão vermelho?”. E você responde, boba: “Caraaaamba, é mesmo!!!!”. Depois ele comenta o nome do diretor (essa é clichê). “Stanley Kubrick, conhece?”. Você, boba de novo, não se lemba: “Não, não sei”. E ele te dá um beijinho e um sorriso lindo.

Ele também sabe tudo de música. Canta trechos. “She Said the man in the gabardini suit was a spy”. Faz como um maestro com uma das mãos, que vai direto pra trás da sua cabeça e o beijo é sensacional. Te conta um fato curioso da banda te promete gravar um CD. No dia seguinte, quando ele acordar lembrando do acontecido, vai provavelmente mandar uma mensagem de celular ou um e-mail com o trecho. Meu coração sempre explode nessas horas. Mas assim como o gostosão, esse não dura muito. Enquanto aquele não queria relacionamentos, esse até quer, mas está ocupado com alguma coisa.

Enquanto eu não acho um inteligente, me divirto com os gostosões.

Eles sempre reaparecem para massagear seu ego, te elogiar e acabar com a carência. Mas todos eles são iguais: se você anima demais, eles correm. Se você não anima, não correspondem, eles fogem. Eles nunca estão preparados para um relacionamento sério, encontram outras pessoas, só pedem desculpas sem sentido e desaparecem ou então são comprometidos.

Mas valem a pena como história para a vida e experiência e, por isso, continuamos vivendo.

Felizes para sempre!

Juliana Boechat

6 comentários:

Anônimo disse...

Minha jornalista apaixonada muito mais que querida!!! Mais uma contribuição importante para o blog!!!

Texto grande, mas que vale muito a pena! Voltamos a idéia “Dois tipos de homem e um tipo de mulher”. Como você mesma disse “cada um com sua função!”.
Acredito que cada um deles aparece nas horas certas. Nada melhor que o “gostoso” pra levantar o ego no fim da tpm e em contrapartida nada melhor que o “inteligente” pra nos fazer sentir queridas no começo dela!!!

Beijosssssssss
Tati

Anônimo disse...

Minha jornalista apaixonada muito mais que querida!!! Mais uma contribuição importante para o blog!!!

Texto grande, mas que vale muito a pena! Voltamos a idéia “Dois tipos de homem e um tipo de mulher”. Como você mesma disse “cada um com sua função!”.
Acredito que cada um deles aparece nas horas certas. Nada melhor que o “gostoso” pra levantar o ego no fim da tpm e em contrapartida nada melhor que o “inteligente” pra nos fazer sentir queridas no começo dela!!!

Beijosssssssss
Tati

Anônimo disse...

É raro, mas acontece de aparecer esses dois homens no mesmo! Eu já vi por aí.. =)
Beijo, Boechat e Tati!

Anônimo disse...

É raro, mas acontece de aparecer esses dois homens no mesmo! Eu já vi por aí.. =)
Beijo, Boechat e Tati!

Anônimo disse...

Os dois ao mesmo tempo é melhor ainda. Também já vi acontecer por ai… hahahaha! :*

Anônimo disse...

Ahhhhhhhhhhhhhhhh!! Esse texto é sacanagem… Olha no que deu: quero um beijo interminável de um homem inteligente!!! Ui! Que delícia! rs rs
Beijos, queridas!