segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Não faz mal ser inteligente!

(7 de Novembro de 2008)

A nova geração desenvolveu o que um professor de comunicação chamou de “ode a inteligência”, que se define como qualquer indivíduo que tenta estabelecer uma conversa que exija mais sinapses cerebrais é tachado de “chato”. O desinteresse na formação de seres pensantes aumenta a cada dia.

“Não gosto de política, não discuto política.” Mas por que? Ninguém precisa ganhar discussões, mas o ato de discutir é um dos exercícios mais construtivos desde os tempos de Atenas. Qual o problema em defender pontos de vista ou elaborar argumentações? Nessas situações o certo e o errado podem ser pontos absolutamente relativos.

Algumas desculpas já são consideradas lugar-comum. “Os jornais são comprados, nada imparciais, a culpa é da mídia” ou “não vejo jornal, só tem tragédia”. Tudo bem não querer ver o mundo ao redor, Nelson Rodrigues já dizia que “a ignorância é feliz”, mas admita sua bolha, não culpe os veículos de comunicação. Até porque os cadernos frios- esporte e cultura- não costumam trazer desgraça alguma.

Informação nunca é demais e já que a internet é vilã e mocinha da era contemporânea seria bom que as pessoas passassem a fazer bom-uso dela. Já que os teens tem praticamente uma vida virtual e já arruinaram a ortografia e a concordância com suas substanciais conversas no famigerado MSN que ao menos saibam ler. Freqüentar sites de notícia, livros de domínio público, revistas, ta tudo ali, bem disponível.

Assim ninguém corre o risco de não saber que “Ensaio sobre a cegueira” não é só um filme novo e o autor não o lançou ontem. Não importa a área de interesse, mas se contentar com a superficialidade tem limites. Que falem o que quiser, mas inteligência é, entre outras muitas coisas, afrodisíaca. Não faz mal gostar de ler, escrever, pensar, o século mudou, agora ninguém - e nenhuma mulher- mais precisa esconder ideologias ou ideais.

“O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma.” (Einstein)

Tatiana Coêlho

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