segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Coitadinho...Ah se liga!

(14 de Novembro de 2008)

Nunca gostei dos coitadinhos. Aqueles que acham que são incapazes e vestem a carapuça de “pobrezinhos”. Também não curto auto-ajuda barata ou filosofia de pára-choque de caminhão, mas pensando bem se o cidadão não acredita nele mesmo, porque eu teria que acreditar???

Cara de cachorro que caiu do carro de mudança não me comove, me irrita. Sim porque cada um é responsável por si mesmo, se quer ser a eterna vítima o mundo conspira para isso. Acredito muito mais em pessoas que lidam com as adversidades, que se superam a cada dia. É normal e até saudável ficar triste, chorar, se sentir só, miserável e abandonado, mas tem limite e não deve virar um hábito.

Todo mundo tem aquele amigo que toda vez que se pergunta “e aí tudo bem?” já nos preparamos pra uma tonelada de desgraças. Sou uma boa ouvinte, as pessoas precisam desabafar e é legal ser quem elas confiam pra isso, mas não tem necessidade nenhuma de tornar isso uma prática constante. As vezes a gente só pergunta para cumprir roteiro e de repente vira “muro das lamentações”.

E quando o coitadinho faz você parecer a pior vilã de todos os tempos frente ao resto da sociedade? É bem nessa hora que detesto mesmo as criaturas. Como você o dispensou? Ele é tão bom moço, tão inteligente, dedicado, corre tanto atrás de você. Ah mas que chatice, pode ser tudo isso, mas eu não quero, ele sabe, não brinquei com ele, não sou vilã, apenas não deu, eu tentei, Deus sabe como eu tentei. E de repente você vira praticamente Miranda Priesley pisando nas pessoas.

E as pessoas me ligam pra saber por que eu o dispensei??? Que diabos de intimidade é essa que eu concedi nem sei onde, nem quando??? Sai não são minhas amigas, nunca me ligaram. Não sintam pena, levem pra casa. Quantas e quantas vezes eu já gostei de alguém e não fui correspondida, tomei foras e chorei, isso faz parte, agora não me façam sentir culpada por dar o fora em alguém.

Os coitadinhos têm aquele dom que a gente não sabe da onde vem de usar a “tragédia” a seu favor, eles passam a ser socialmente aceitos porque levaram um fora, vira o assunto da mesa, ele usa pra entrar em novos grupos, conhecer novas pessoas, ah mas que chatice! A inteligência emocional também consiste em saber perder, por isso não me vem com essa de “coitadinho” que todo mundo tem pena, porque eu já perdi também.

Tatiana Coêlho

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