segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ciúme ou Posse???

(10 de Setembro de 2008)

“- Ele ta agindo como solteiro, indo para porta de boate com os amigos

- Mas vocês não tinham brigado? Ele ficou com raiva e resolveu sair com os amigos

- Não importa! Ele vai pra lá ficar olhando e falando de todas as mulheres que passam. O que os outros vão pensar?

- Ele não pode olhar para ninguém?

- Não! Claro que não, isso é traição! Eu sou a namorada dele, para que ele tem que olhar para as outras? Se ele me acha feia que vá ficar com elas.

- Mas quem disse que ele te acha feia? Ele só olhou. Você não olha para homens bonitos na rua?

- Não!

- Ah eu desisto! Você é MALUCA!”

Nunca fui ciumenta, nunca fiz um barraco. Tudo bem tenho as minhas escolhidas, aquelas que a gente sabe que efetivamente querem os nossos namorados, mas quem não as tem? Acredito que se está comigo é porque quer, nada o obriga, por isso não gasto meu tempo confabulando sobre o que ele faz no tempo em que está sozinho.

Sei que muitas mulheres executam – e até gostam- algumas atividades investigativas, como fuxicar celular, Orkut, roubar senhas de email, aparecer de surpresa, enfim são verdadeiras detetives da vida dos namorados. Mas sinceramente achei que essa idéia de que olhar para outra mulher é traição não existisse mais.

Homens e mulheres têm lá suas diferenças. Para eles traição precisa de envolvimento emocional, já para elas alguns beijos são suficiente. Outros ainda definem o ato apenas se existir sexo, para elas talvez apenas a “intenção de” é suficiente. Mas as pergunta são: O que faz as pessoas se sentirem donas das outras? E precisarem de exclusividade a ponto de querer controlar o olhar do outro? Sinceramente acho que o stress não justifica uma relação com tanta insegurança.

Não olhar para mais ninguém? Ah eu devo ter um desvio qualquer porque olho mesmo. Se um dia eu namorar o Reynaldo Gianecchini talvez até pare, porque afinal não vou encontrar nada melhor para ver mesmo, mas até lá. Olhar não fere ninguém e faz com que essa exclusividade maluca diminua. Ninguém disse que ele queria agarrar a mulher que passava, apenas olhar. Beleza deve ser vista e apreciada.

Relacionamento não é nada mais do que um compromisso ético, um acordo oral firmado entre duas pessoas, ou seja no fim das contas o que vale é o respeito. Pode vigiar o cidadão 24 horas por dia, se quiser sair da linha ele arranja uma forma.

“- Mas você pode estar fazendo papel de otária!”

Posso, realmente posso, mas se tiver que andar colada no dito cujo para garantir fidelidade prefiro evitar a fadiga e repousar na minha solteirice. Porque pra mim já vai ter pedido o sentido continuar com ele. E no fim do dia, tudo que vale é o respeito.

Tatiana Coêlho

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